Capítulo 30

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Oioi

O capítulo tá grandeeee. Então vai ser um só por hoje.

Sem revisão. Se acharem erros, me perdoem.

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Guilherme

Quinze dias se passaram, e hoje era o dia que Lucas finalmente ganharia alta.

Estava feliz por sua recuperação que estava sendo um sucesso, mas triste por saber que ele ia voltar para o orfanato. Tentei ao máximo não deixar transparecer, mas foi em vão. Ele percebeu.

— Você parece triste... — falou segurando o boneco que não saia de suas mãos.

Não fazia ideia de quem ele havia ganhado. Não me disse, e não soltava ele pra nada.

— Que nada. Tô feliz demais! É hoje que você vai pra... — suspirei. — que volta pro orfanato.

Ele ficou calado, e eu zigazeando os dedos nos lençóis.

— Não fica assim. — segurou minha mão e entrelaçou nossos dedos. — o que importa é que não morri e vamos nos ver muito ainda. — concordei segurando as lágrimas e me debrucei sobre ele, lhe abraçando.

***

Decidi ir em casa tomar banho, e almoçar. Já eram quase uma da tarde quando cheguei e não tinha ninguém em casa. Maurício não estava, e nem a mulher que cuidava de tudo pra mim. Tinha algumas louças na pia, e o fogão estava sujo. Fora isso, tudo parecia normal. Na geladeira encontrei alguns potes com comida, e tirei um pouco colocando no prato e no microondas.

Enquanto comia, Maurício me veio a mente.

Desde aquele dia que mal conversávamos. Eu não parava em casa, ficava mais no hospital, e quando estava ou eu evitava, ou ele nem perto de mim chegava. A situação só não estava pior porque ele andava trabalhando até tarde pelo pouco que soube, e quando eu chegava geralmente ele já estava dormindo.

Outra coisa que me deixou chateado, foi que uns dois dias depois da discussão, ele não dormia mais no nosso quarto. Suas coisas continuavam lá, mas dormir ele não dormia. Por um lado fiquei triste, chorei sozinho. Mas, por outro foi um alívio. Eu estava magoado, e não queria conversa com ele tão cedo.

Nosso casamento não estava bom. Não tinha diálogo. Era só brigas e desconfiança. Mas eu ainda amo ele. Então, me encontrava em um beco aparentemente sem saída. Queria dar logo um fim nisso tudo, mas só de imaginar ficar sem ele, o desespero batia.

Só de imaginar não ter ele mais, era horrível. Pensar nele com outra pessoa era um martírio. E eu? Eu não me imaginava com ninguém mais. Se não fosse pra ficar com ele, com toda certeza ficaria sozinho.

Afastei o prato sem terminar de comer e me levantei indo para o quarto. A cama estava do mesmo jeito que eu havia deixado, e ele com certeza nem por aqui passou. Suas coisas ainda continuavam no closet e nada parecia ter sido retirado. Retirei o tênis e sai do quarto, indo para o que ele estava dormindo. Mal abri a porta e seu cheiro já me inebriou. A luz estava acesa, a cama bagunçada, alguns papéis em cima do criado, roupas no chão, pacotes de biscoito também estavam ali. Não pensei duas vezes e me joguei na cama, me enrolando nos lençóis.

Fiquei durante um bom tempo deitado e pensando nele. No seu cheiro, seu beijo, seu abraço, em tudo. Eu amo tanto aquele escroto que chega a doer. Queria entender o porquê de tantas desconfianças, tantas palavras duras jogadas na minha cara sem necessidade. Queria entender porque logo agora começar a pesar as coisas que fiz no passado. Eu não entendia, sinceramente.

Para Sempre Meu - livro 2 [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora