Alguns bons dias depois...
Guilherme
Quando fizeram a denuncia anônima sobre essa mãe. No fundo não quis acreditar. Era demais até pra mim, acostumado com diversas situações e problemas que já tinha tido em mãos. Sempre fui uma manteiga derretida e dá de cara com aquele garotinho... Foi demais pra mim.
— Tá tudo bem Gui? — Sônia afaga meus ombros com carinho.
Aceno positivamente com um nó na garganta e desvio o olhar do dela.
Hoje o céu está escuro, o sol se foi e só resta as nuvens, o céu está nublado, aqueles típicos dias que as pessoas se escondem em baixo das cobertas e não saem de casa pra nada.
A rua é sem saída e no final dela há uma "casa" se é que podemos chamar aquilo de lar. Alguns vizinhos apareceram e com eles, diversos relatos, como por exemplo:
"Ela bate nele todos os dias"
"Ela sai e tranca ele sozinho dentro da casa" e por aí foi...De fato a casa, apesar de ser simples, poderia estar mais bem cuidada. Pobreza não é sinônimo de sujeira. Isso não tem nada a ver. Mas, como se não bastasse tudo, a casa era praticamente inabitável.
O cheiro era horrível, a bagunça, sujeira... E no meio daquilo tudo, um garotinho magro, sujo e triste estava. Meu coração deu um solavanco quando o vi. Tão pequeno, indefeso e doente no meio daquilo tudo. Será que uma criança merecia aquilo? — pensei ao me aproximar dele.
Sentado na cama, com um ursinho no colo, ele olhava pra nós três, perdido, sem entender nada. Me sentei ao seu lado e segurei sua mãozinha.
— A mãe dele? — perguntei ao policial.
— Já foi conduzida a prestar esclarecimentos.
— Gui, temos que levar ele...
— Claro. — deu um sorriso pra ele que retribuiu timidamente.
— Acho que agora ele vai ter uma vida melhor. — uma senhora disse. — tadinho, tão novinho, não merece uma mãe daquelas...
— A família deles? — Sônia perguntou.
— Não sabemos muito sobre.
— Vamos tentar localizar alguem e enquanto isso, ele fica sobre os cuidados do orfanato.
— O pai dele morreu. — uma outra mulher disse. — acidente, tem uns bons anos já.
— Nunca viu parentes, ela nunca disse nada sobre?
— Não. Rara as vezes que ela estava lúcida, era quieta, na dela. Não conversava muito, nem de casa saia. As pessoas diferentes que já vimos entrar aqui, foram alguns homens estranhos...
Meu corpo se arrepiou todo com a última fala dela, e eu não quis, me levantei na hora. Me neguei a imaginar mais coisas, não podia ser.
— Vamos? — chamei a atenção da minha colega de trabalho que atendeu prontamente.
— Lucas. — ela se abaixou na frente dele. — a partir de hoje, de agora, sua vida vai mudar. Pra melhor, muito melhor. — afagou os cabelos dele e se levantou.
— Vamos? — chamei e ele concordou.
Saímos dali, não só eu, mas como ele, sem olhar pra trás.
***
As semanas foram passando e junto delas, minhas visitas a Lucas aumentavam cada vez mais. Nesse tempo, nossa amizade foi se fortalecendo e me vi completamente apaixonado por ele. Seu jeito meigo, seu sorriso, seu abraço e sua felicidade estampada no rosto ao me ver, faziam de mim o cara mais importante do universo. Sim. Pra ele eu era.
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Para Sempre Meu - livro 2 [CONCLUÍDO]
Romance*ROMANCE GAY - Continuação do livro Seja Meu. Se você estiver lendo esta história em qualquer outra plataforma que não seja o wattpad, provavelmente está correndo o risco de sofrer um ataque virtual (malware e vírus). Se você deseja ler esta históri...