Capítulo 23

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David

— Você é muito idiota! — Otávio debocha da minha cara mais uma vez. — é sério que você achou que se declarando...

— Me deixa em paz. — peço mais uma vez.

— Trouxa! — ele ri me deixando mais nervoso ainda. — achou que ele ia se jogar nos seus braços e dizer que era recíproco?

Fecho os olhos e balanço a cabeça negativamente.

O pior que ele tem razão... Onde eu estava com a cabeça? — penso.

É lógico que a única coisa que eu receberia dele, seria uma grande e sonora negativa em relação aos meus sentimentos.

— Você é muito besta! — escuto a voz dele vindo da cozinha. — e eu que achava esse Guilherme sonso... Você é pior.

— Dá pra calar o caralho da boca e me deixar em paz?! — grito tirando os meus sapatos e deitando no sofá.

— Tá nervoso é? — se aproxima rindo, e minha vontade é esganar esse idiota. — o sonso te chuta e você vem descontar em mim?

— Por favor! — peço. — não esquenta minha cabeça mais não...

— Ok, ok. — faz sinal de rendição me dando as costas e voltando pra cozinha.

Não sei o que se passou na minha mente, ao me declarar feito um idiota pra um cara casado, fiel e que nunca, nunca demostrou sentir nada por mim.

"Eu sinto muito! Mas não posso fazer nada. Você sabe muito bem que eu amo outra pessoa"

Poucas palavras, mas certeiras que fizeram finalmente eu entender o quanto sou idiota de gostar de alguém que não gosta de mim.

Fico bastante tempo pensando e absorvendo as palavras ditas por ele. Apesar de tudo ele não foi em momento algum idiota ou pisou em mim, sobre meus sentimentos de alguma forma.

Dou um sorriso involuntário ao lembrar de quanto ele é doce.

— Tá rindo igual idiota porque? — fecho a cara no mesmo instante, me sentando.

— Não te interessa! — pego a garrafa de uísque e dou alguns goles generosos.

— Vai beber o resto da madrugada? — pergunta depois de revirar os olhos.

Ignoro sua pergunta e fecho os olhos, encostando a cabeça no estofado.

— Que foi? — pergunto ao notar seus resmungos.

— Você! Infelizmente não tem como voltar atrás, e agora ele sabe sobre seus sentimentos.

— E daí? — começo a desabotoar a camisa e a jogo em um canto.

— O plano não era você se aproximar dele? — indaga sem paciência pegando a garrafa da minha mão. — quando finalmente os dois se separassem, você não ia ser o ombro amigo dele? — faço cara de paisagem. — e agora seu burro! Como vai ser? Explica pra mim...

— Será possível que você não percebeu que esse seu plano idiota não vai dar certo? — pergunto. — você adora chamar as pessoas de burras, mas o único burro dessa história toda é você!

— Burro não! — se altera. — o único que consegue pensar com clareza sou eu nessa merda. Você tá de carona...

— Então faz o seguinte! — me levanto. — já que eu tô de carona nessa merda, n.ã.o c.o.n.t.e m.a.i.s c.o.m.i.g.o! — falo pausadamente em frente ao seu rosto.

— Você não pode fazer isso! — grita com certo descontrole. — estava tudo sobre controle... Mas aí você me resolve se declarar e agora complicou a merda toda!

Para Sempre Meu - livro 2 [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora