Capítulo 14

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João Miguel

Estava deitado, com Derik em cima de mim, quando o celular começou a tocar. Tentei ignorar e focar no nosso momento, mas não teve jeito. Quem fosse, precisava muito falar comigo. Passei a mão por cima do criado mudo, mas ao invés de pegar, ele caiu no chão.

— Derik... — gemi com sua boca sugando meu pescoço, enquanto ele estocava fundo e sem dó.

— Esquece essa merda! — falou com o rosto enfiado na curva do meu pescoço.

Pois eu tentei. Mas, não teve jeito. Já estava quase pra gozar quando voltou a vibrar no chão.

— Deve ser importante. — tentei empurrar ele, mas não consegui. — Derik...

— Tô quase... — segurei seu cabelo e puxei com força, empurrando ele pro lado.

Recebi um protesto, mas ignorei. Peguei o celular e as ligações eram do meu pai. Retornei e quase tive um treco.

— Bateu? — me levantei rápido. — o senhor tá bem... — indaguei e ele garantiu que sim, mas que precisava de mim. — onde é isso? — ele falou e estranhei ele estar tão longe de casa. — tô saindo... — desliguei e fui pegar minhas roupas.

— O que aconteceu? — Derik perguntou do meu lado, já pegando uma calça pra vestir.

— Meu pai bateu em um muro e está indo pro hospital por que ele tá fraco... — suspirei. — mas não quer contar pro Gui por causa da briga e que não quer ele lá só por obrigação.

— Tú sabe...

— Eu sei... — terminei de vestir a camiseta e coloquei um casaco por cima. — mas você sabe que se contar o Gui vai concerteza...

— Mesmo assim... — dei de ombros enquanto ele pegava o celular e saia do quarto.

Terminei de calçar o tênis e ajeitei meu cabelo mais ou menos. Já eram quase meia noite e... O que o meu pai estava fazendo na rua até uma hora dessas? — pensei.

Pensei que eles já tinham se acertado, mas pelo visto nada.

— O celular só chama... — Derik voltou. — ele deve tá dormindo, ou sei lá.

— Deixa então. — falei. — anda logo. — pedi pra sua esperteza em vestir a roupa.

Pai, pai...

***

Ao chegar no local do "acidente" parecia estar tudo resolvido. O seguro já estava terminando de tirar o carro do muro. A frente toda, foi praticamente esmagada.

— Ele tava correndo muito... — Derik me assustou.

— Será que ele se machucou e não quis me contar? — indaguei preocupado.

— Acredito que não. — falou pensativo. — ele deve ter tido só uma queda de pressão...

Preocupado, fui em direção a um senhorzinho que parecia ser o dono da casa em questão.

— O senhor é o...

— Eu mesmo. — falou com cara de poucos amigos. — pela sua descrição é o... — ficou pensativo.

— Filho do dono do carro e do responsável pelo estrago. — murmurei sem paciência. — pode me dizer pra onde ele foi levado?

— Central. — fez pouco caso. — ele me disse que era você quem resolveria tudo.

— Qual o número do senhor? — perguntei educadamente pegando o celular.

— Assim não meu jovem. — riu sem humor. — quem me garante que eu serei recarcido? — perguntou.

Para Sempre Meu - livro 2 [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora