Maurício
— O que aconteceu? — perguntei desanimado. — dá pra me explicar? — pedi.
Otávio chorava, e João me olhava com cara de paisagem, como se eu não tivesse visto nada demais.
— Não é nada não. — Otávio limpou as lágrimas e sorriu triste. — foi só um mal entendido...
— Mal entendido não! — meu filho afirmou sem olhar pra ele. — acho que eu fui bastante claro, e no caso, você também.
— Desculpa... — Otávio começou sem conseguir terminar.
— Ah, pai. — revirou os olhos. — o que o senhor tá fazendo aqui? — perguntou vindo na minha direção.
Respirei fundo e balancei a cabeça negativamente. As coisas só pioram, cada vez mais.
— Tú esqueceu o celular em cima da mesa... — desviei o olhar ao notar Otávio perto da janela.
— Ah, obrigado. — pegou da minha mão, e me deu um beijo no rosto. — fui! — saiu, mas fui atrás.
— Não vai explicar o que foi aquilo não? — indaguei ja começando a ficar sem paciência.
— Pra que? — riu sem vontade. — qualquer coisa que eu fale, não vai adiantar de nada...
— Porque não vai adiantar? — perguntei curioso.
— Porque Otávio é um santo! — riu me dando as costas.
***
Tinha alguns minutos que eu estava sentando em frente ao Otávio, e ele só sabia chorar. Eu não estava entendendo, João não explicou nada e ele nem conseguia falar nada. A minha paciência que já é reduzida, estava quase zero.
— Desculpa. — pediu mais uma vez ao limpar as lágrimas que teimavam em cair.
— O que o João tem fez pra tú tá nesse estado? — perguntei genuinamente interessado.
— Ele não gosta de mim, e tipo, eu não fiz nada com ele. — suspirou contido. — eu nem o conhecia. Hoje que eu esbarrei nele, e o vi na sua sala e só...
— Entendi. — cortei sem paciência, já me levantando. — releva aí se ele te disse algo, mas é que... — fechei a boca antes que eu falasse merda. — já vou almoçar que estou com fome... — falei me virando pra sair.
— Não briga com ele. — pediu. — foi só um mal entendido...
E quem disse que eu ia brigar? — penso, enquanto concordo com ele.
João nunca foi assim, nunca o vi destratar ninguém e muito menos ser mal educado. Nem com Karine, que ele odiava, ele nunca fez nada. Quando discutiam eram só farpas bobas, e no minuto seguinte já estava conversando, normalmente.
— O que tanto pensa? — Rodrigo aparece do nada na minha frente.
— Em quando foi que as coisas começaram a dar tão errado... — falo desanimado.
— Vou nem falar o que eu penso... — fez um sinal como se passasse um zíper na boca.
— Vai me dizer que concorda com o João? — indago passando por ele, indo em direção ao elevador.
— Onde tú vai? — pergunta atrás de mim.
— Almoçar. — ele olha no relógio e pra mim, sem entender.
— Não são nem dez e meia...
— Mas eu tô com fome e quero sair daqui! — afirmo já apertando o botão, mas antes da porta se fechar ele a segura.
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Para Sempre Meu - livro 2 [CONCLUÍDO]
Romance*ROMANCE GAY - Continuação do livro Seja Meu. Se você estiver lendo esta história em qualquer outra plataforma que não seja o wattpad, provavelmente está correndo o risco de sofrer um ataque virtual (malware e vírus). Se você deseja ler esta históri...