Capítulo 28

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Maurício

Passei praticamente a noite inteira sentado na cama, olhando para parede, sem reação alguma.

As coisas saíram do controle, eu fui um idiota e pelo visto Guilherme ia se separar de mim.

Acho que agora sim, eu consegui ferrar com tudo.

Quase dez anos juntos e eu ainda na desconfiança. É claro que Guilherme jamais fugiria com outro cara. É tão óbvio que me sinto um idiota por ter surtado e principalmente por ter dado ouvidos ao Otávio.

Otávio.

Como eu sou idiota!

Tantas vezes que fui avisado. Tantas vezes...

A merda toda começou a dar errado, quando tive a brilhante ideia de contratar ele.

Agora tudo faz sentindo.

Só que agora é tarde demais.

*****

Ainda não eram seis da manhã quando eu cheguei ao escritório. Os dois seguranças estranharam minha presença, mas não disseram nada. Subi pelas escadas, desanimado. Nem os pés aqui hoje queria pôr. Mas eu tinha um assunto pra resolver. E quanto mais rápido, melhor era.

Fiz café, me sentei no sofá e fiquei.

Eram mais de dez horas quando acordei com alguém me chacoalhando e ao abrir os olhos, dei de cara com ele.

— Oi. Tá tudo bem? — preocupado ele.

Neguei.

— Tudo péssimo. — me levantei com seus olhos em cima de mim.

— O que aconteceu? — indagou.

Suspirei e fui pra frente da janela, ficando de costas pra ele.

— Tú tinha razão.

— Tinha? — se aproximou.

— Aham.

Ele ficou quieto por alguns instantes, e eu também.

— Bom, ainda bem que eu te avisei né. — concordei. — mas você tá estranho... Quieto.

— São dez anos. — senti sua mão no meu ombro. — pra acabar assim. Eu não esperava.

— Não fica assim. Quem perdeu foi ele. — começou a falar baixo. — você vai encontrar alguém mil vezes melhor que ele...

— Vou nada! — afirmei. — se até Guilherme caiu fora, imagina quem vai querer o fardo...

— Você que pensa. Tenho certeza que tem muitos caras por aí querendo só uma chance...

— Ah, é? — começo a rir. — quem? Dá um exemplo...

— EU! — fala como se fosse óbvio. — eu tô aqui desde sempre e sempre vou estar...

Filho de uma puta!

— Eu não imaginava... — finjo desconfiança. — ah, sei. Só tá falando isso pra me animar...

— Não! — segurou minhas mãos. — você tava muito ocupado com ele que não me percebeu. Mas eu gosto de você e tenho certeza que posso te fazer muito feliz. É só me dá uma chance. Só. Uma chance.

Inacreditável! Eu sou mesmo muito burro e mereço me foder mesmo.

Me afasto e me sento na mesa. Os pensamentos não entram em acordo.

Tudo debaixo do meu nariz e eu em um mundo paralelo sem imaginar a cobra que ele é.

Sou idiota demais! Meu deus.

Para Sempre Meu - livro 2 [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora