Capítulo 18

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Maurício

— Quer dizer que tú conversou com o Gui e com base nessa conversa veio aqui me dar lição de moral? — pergunto cruzando as pernas e abrindo os primeiros botões da minha camisa.

— Eu não vim te dar lição de moral. — riu pegando um pão de queijo e enfiando na boca. — mas sim abrir seus olhos. — disse de boca cheia.

— Pois fale então. — incentivei.

— Bom. — colocou os pés em cima da minha mesa e cruzou os braços. — pra um homem que se diz amar loucamente o outro, tá deixando um pouco a desejar não acha?

— Ah, é mesmo? — pergunto curioso. Querendo realmente saber até onde o Guilherme foi.

— É mesmo! — afirma com deboche. — o Gui é um cara incrível. — concordo. — ele é doce, gentil, tem um coração enorme...

— O Guilherme é perfeito! — afirmo.

— Exatamente. — concorda. — eu adoro ele e ao conversar com ele, percebi o quanto ele tá magoado contigo...

— Eu pensei que ele já tinha me perdoado... — falo sem entender.

— Você acha mesmo que com tudo o que o senhor disse e o que anda fazendo, ele te perdoou? — pergunta. — ele só passou por cima de tudo pra poder ficar bem com você. Só isso.

Bem provável. É claro que é isso mesmo!

Ele não me perdoou, ele só me desculpou?

— Eu fico tão aborrecido e triste com essa situação. — falo sem ânimo.

— Imagina ele ein!? — fala debochado.

— Eu falei muita merda. — digo triste.

— Ele não me disse tudo, mas boas coisas não devem ter saído dessa boca mesmo não.

— E não saiu... — me lembro de como lasquei as coisas do passado na sua cara. Coisas essas que ele luta pra esquecer.

Eu sou mesmo um animal — penso.

***

Fecho os olhos e respiro fundo, enquanto João continua falando.

— Tú acha mesmo que eu vou trocar o Guilherme por outro cara? — ele da de ombros. — até eu ver ele, pela primeira vez naquela balada, eu sequer imaginava me envolver com um homem! Aliás, um rapaz né? Porque ele nem parecia ter a idade que falava...

— Eu não tô falando que o senhor vá trocar. O que eu quero dizer é que esse Otávio com certeza é bonito ou interessante... Ou a merda que seja! — ele se levanta irritado passando a mão no rosto. — o Gui não gosta dele e atoa não é!

— Tú já viu ele? — pergunto pegando o telefone fixo. — eu jamais ficaria com aquele cara! Aliás, com nenhum! Quantas vezes eu vou ter que dizer que ninguém, NINGUÉM me interessa a não ser o Guilherme?

Quando ele abre a boca pra responder, faço um sinal pra ele calar a boca e peço a Ellen pra chamar Otávio a minha sala.

— O senhor tem provar com atitudes! Falar não vai convencer ninguém... Você sabe muito bem que ele detesta esse tal de Otávio. Então porque o senhor insiste em manter esse cara aqui?

— Eu não vou demitir um funcionário bom por causa de ciúmes idiotas do Guilherme. Isso não tem cabimento João!

— O senhor tá fazendo tudo errado pai! Desde a adoção do Lucas até insistir em manter esse cara aqui! Escuta o que eu tô te dizendo... O Gui odeia esse cara e as brigas de vocês dois seriam facilmente resolvidas se você resolvesse escutar o homem que tanto diz amar e tirar esse cara desse escritório e da sua vida!

Para Sempre Meu - livro 2 [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora