Momo bateu a porta do seu armário no vestiário com força, o jogo havia acabado empatado, arrancou a braçadeira de capitã do braço, tirou a blusa do uniforme e saiu caminhando com passos pesados enquanto acabava de calçar os all stars. Estava tão furiosa que seria capaz de matar alguém que entrasse em seu caminho. Quando saiu do vestiário, apenas de topper e calça skinny, olhou com ódio para o campo, sua mente era apenas capaz de pensar em uma coisa: Nayeon. Viu a forma como ela saiu ao ouvir a asneira dita por Kyulkyung e só não acabou com ela por estar no colégio e correr o risco de ser expulsa. No momento em que respirava fundo, Sana se aproximou com uma expressão nada boa.
_Você beijou ela? -Perguntou em japonês. Momo cerrou os dentes e prensou Sana contra a parede, mantendo o braço no pescoço dela que revirou os olhos e com apenas um movimento, fez Momo soltá-la.
_Ela me beijou. -Admitiu enquanto ajeitava o topper e abria a mochila, logo estando com a blusa da seleção japonesa em mãos. Sana riu ironicamente.
_Eu disse que não iria obrigar você a nada mas vou te alertar. -Ela segurou Momo pelo topper, fazendo ela olhar em seus olhos. _Você já é igual a ela. Fugiu por tanto tempo, para ficar igual a ela. -Momo tentou se esquivar mas Sana a segurou. _Se você não contar isso para Nayeon agora você é tão detestável quanto Kyulkyung, entendeu? Seria melhor que terminasse com ela porque eu sou sua amiga, eu amo você mas chegamos num ponto em que não só eu como todas as outras, nutrimos um carinho enorme por Nayeon e eu não vou ver ela como vi você. -Sana deu uma última encarada em Momo e a soltou bruscamente, dando as coisas e saindo pisando duro. A japonesa socou o ar, louca para encontrar Kyulkyung e encher o rosto dela dos mais variados tipos de soco.
"Você não é igual a ela. Você é pior." Massageou as têmporas e deixou a mochila no chão enquanto vestia a blusa, após ajeitar a peça e firmar a mochila ao corpo saiu correndo da escola.
Sua mente voltou para alguns anos, quando se lembrou do que presenciara. Sabia que em todo o mundo as pessoas enfrentavam aquilo e seguiam suas vidas mas ela só tinha treze malditos anos, estava apaixonada. Apertou os passos, controlando a respiração enquanto corria na calçada, desviava de algumas pessoas e balançava a cabeça negativamente quando via algum casal. Estivera sóbria por meses, não havia se apaixonado desde então e de repente, Nayeon surge bem no momento em que havia deixado seu coração aberto. Sabia que deveria ter feito ela ir embora do hospital naquele dia, na verdade, desejou que ela nem mesmo tivesse ajudado.
"Você tem seus demônios internos, pode muito bem lutar com eles." Momo bufou, aumentando mais a velocidade.
Estava em uma espécie de transe onde sua cabeça não conseguia ver nada direito, como se estivesse outra vez, apenas existindo e deixando a maré carregá-la para onde bem entendesse, quebrou sua própria linha de pensamento quando viu que ela estava ao menos um pouco no controle uma vez que estava indo até Nayeon. Mesmo que já estivesse escurecendo. Ao olhar para o céu rapidamente, se deu conta de que nem havia percebido que a tarde passara rápido. Fora um longo tempo, como se houvesse ficado congelada entre o momento que em Kyulkyung disse aquilo até o instante em que ficaram se encarando atras do vestiário e a garota, que a muito não via, a puxou e tocou seus lábios ao dela. Sua cabeça doeu, sentiu seu próprio mundo desfeito ao mesmo instante em que Nayeon cruzou sua cabeça. Empurrou Kyulkyung, a xingando e deu um soco na parede do vestiário, pegou uma pedrinha no chão e jogou perto dela, deu as costas sem dizer uma palavra e foi para o campo outra vez, se preparando para o segundo tempo que demorou um pouco para começar. Sentia um enjoo terrível, não sabia o que fazer, havia praticamente traído Nayeon e não só pelo beijo e sim desde o início por não ter contado aquela parte de sua vida.
VOCÊ ESTÁ LENDO
TWICE - Namo - Safety (REVISÃO)
Fanfiction"Eu não esperava por isso, no auge da transição entre adolescência e fase adulta, me apaixonar por outra garota. Não era algo impossível. Era improvável. Era quase singular a forma como ela havia me prendido a ela. Talvez.. fossemos para ser... talv...