No dia seguinte
_Olá. -Jimin se aproximou de minha mesa e sorriu como um galã de um drama.
Seus cabelos loiros estavam muito bem penteados e ele usava uma blusa social azul bebê combinando com a calça jeans preta e os sapatos de uma marca que eu desconhecia. Engoli em seco porque eu estava de uniforme e o lugar era tão sofisticado que me senti deslocada. Cruzei as pernas e ele se sentou após uma breve reverência, algo em seu olhar dizia que eu iria me arrepender muito daquela conversa, mas eu já estava ali e não havia como fugir.
O vi se ajeitar no lugar, pegou o cardápio e ofereceu me comprar algo, o que eu prontamente recusei, alegando querer apenas uma boa dose de vinho. Éramos colegiais, a diferença era que eu não podia, exatamente, beber, mas depois do que vi em seus olhos isso se tornou um escape momentâneo.
Desviei o olhar dele por alguns segundos para observar a calçada através do vidro. A chuva era tão gélida quando o ar em si. Me perguntei até quando Momo ficaria no colégio, correndo risco de ser pega por Kyulkyung e atraída para algo que fosse fazê-la se arrepender muito posteriormente.
Suspirei e vi a pequena covinha surgindo na bochecha de Jimin, ele mexeu no cabelo e chamou o garçom com uma gentileza fora do comum. Fez o seu pedido e eu aproveitei para fazer o meu. O rapaz de uns vinte anos se afastou, eu vi Jimin apoiar os cotovelos na mesa e umedecer os lábios antes de me olhar fundo nos olhos. Eu sentia. Havia algo ali que não estava certo e esse algo começou a me dá nos nervos.
_Como foi a semana de descanso? -A voz suave ressoou em meio a tantas outras que vagavam pelo ar do restaurante. Ele deu uma olhada para meu celular e então voltou a me olhar. _Desculpe por pedir para vir até aqui mas eu julguei que perto do colégio as chances de sermos pegos conversando era maior.
_Não se preocupe. -Eu sorri com a maior naturalidade que consegui. _A semana foi melhor do que eu esperava. Não havia expectativas e de repente -Fiz um gesto de separar as mãos e ri._pá! Fui pega de surpresa. Me fale sobre a sua semana.
_Eu estive ocupado com alguns carros. Consegui emprego recentemente em uma fabricante de peças e sempre que posso eu ajudo a dar um jeito em certos carros de luxo por aí. -Ele deu de ombros. Estaria falando de alguma das empresas do meu pai? _Estou aguardando você me dizer o que achou dos livros.
_Para ser honesta, li mais um pouco do primeiro deles ontem à noite antes de dormir. E é muito interessante. -Sorri largo e ele concordou com a cabeça.
_Tenho certeza que você irá amar, é bem tocante e nos valorizar o que temos de melhor: a liberdade. Principalmente para vocês mulheres. -Ele parecia buscar as palavras. _Isso me fez ter uma visão mais positiva com as pessoas a minha volta e a tratar as mulheres de igual para igual.
Fiz um aceno com a cabeça e sorrimos ao mesmo tempo. Ele ajeitou as mangas da blusa e sorriu largo quando um jazz antigo começou a ser tocado. Jimin parecia um menino culto, extremo em seriedade e conhecimentos sociais e políticos e eu, como a boa burguesa que cresceu imersa nesse tipo ambiente, consegui identificar traços marcantes nele nesse aspecto: primeiro ela conseguia mesclar ser um cara culto e sério com ser um cara solto e playboy.
_A mudança correu bem? -Ele questionou animado.
_Até agora, sim. Ainda há muito o que levar para a casa nova e eu e meus pais estamos um pouco perdidos. -Falei rapidamente.
Ele concordou e o ar ficou como se estivesse ao favor dele. Parecia precisar de energia exterior para poder adentrar o assunto o qual era o objetivo de nosso encontro.
_Eu estou achando nosso tempo aqui agradável mas vamos direto ao ponto, certo? -Ele disse assumindo uma postura mais rígida e eu balancei a cabeça em afirmação. _O que vou dizer pode ser usado contra mim por você futuramente e eu tenho plena consciência disso. Desde que cheguei e soube que Hirai estava com alguém novo eu nunca imaginaria que esse alguém seria a filha de Im Taejong, empresário e amigo do meu pai biológico Ruiji Wang.
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TWICE - Namo - Safety (REVISÃO)
Fanfic"Eu não esperava por isso, no auge da transição entre adolescência e fase adulta, me apaixonar por outra garota. Não era algo impossível. Era improvável. Era quase singular a forma como ela havia me prendido a ela. Talvez.. fossemos para ser... talv...