Capítulo 21

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_Por que voltou a fumar? -Nayeon perguntou a abraçando por trás, encostando o rosto nas costas dela. Momo fechou os olhos com o calor do corpo dela e sorriu, jogando o cigarro longe, vendo-o cair no asfalto. _De uma vez por todas.

_Acalma. -Momo disse se virando e abraçando.

A madrugada se esvaia aos poucos e o frio estava mais intenso que nunca. Depois de horas fazendo amor, seus corpos estavam quentes o suficiente para permanecerem ali mais algum tempo. O céu estava num tom rosa, o que segundo o avô de Momo, significava frio e a japonesa, com esse pensamento afagou os braços de Nayeon e beijou sua testa.

_É uma analogia meio tosca mas, você sabe, os bebês quando choram, as mães os amamentam porque o leite acalenta. -Momo riu de lembrando do dia que Namjoon contou aquilo. _O cigarro é o leite e eu sou um bebê.

_Eu prometo que sempre vou te dar outra oportunidade. -Elas gargalharam brevemente, deixando um silêncio no ar em seguida. Nayeon sentia as mãos em suas costas e o calor dela transportava uma energia boa. _Acho que entendo a parte que te acalma.

_Não quero que pense que você não me acalma. -Momo a fez olhar em seus olhos. _Mas você é a causa da minha euforia. Eu fico elétrica perto de você e com isso, com essas coisas da Kyulkyung eu realmente não sei como agir. Desculpe tocar no nome dela mas eu preciso de ajuda, Nabongs. -Momo suspirou, fechando os olhos. _Não quero deixar você.

Nayeon a viu abrir os olhos e as lágrimas se formando suavemente. Se perdeu ali, mergulhando profundamente. Seu coração se acelerou de tal maneira que simplesmente a abraçou outra vez.

_Eu te amo tanto. -Disse sem sequer perceber. _Tanto.

_Me perdoe por ser tão idiota. -Momo sussurrou. _Eu não devia ter dito aquelas coisas.. eu não deveria ter duvidado de nada. Eu posso até me afastar de você -Momo a viu se virar e passar seus braços ao redor dela. _mas eu sei que eu não vou aguentar ver você de longe. Eu preciso de você. Eu quero você, menina que chora em corredores.

_Se você dissesse que não me quer eu provavelmente choraria em corredores por sua causa.

_Alguém pararia você e... droga, Nayeon. Eu amo você. Eu te amo e amo. -Sussurrou beijando o pescoço dela. _Eu amo amo amo.

_Eu amo você. Eu amo seus beijos.. -Nayeon disse sentindo os lábios em seu pescoço, os dentes mordiscando sua pele. _Eu amo seu jeito.

_Está colocando meu ego no alto.. não vou conseguir parar. -Momo disse fazendo-a tremer com a voz tocando seu pescoço junto a respiração.

Momo suspirou pesadamente, sentindo a mão dela em seus cabelos.

_Não quero que você pare. Mas eu não sei se aguentaria outra vez. -Nayeon riu junto dela.

_Então só deita comigo.. -Momo disse a abraçando. _Quero ouvir seu coração.

Nayeon sorriu largo e se virou para olhar para ela mais uma vez.

_Seu ego irá subir ainda mais quando ouvir como ele fica por você. -Murmurou e deu um selinho nela.

Entrelaçaram seus dedos e voltaram para o prédio, desceram as escadas em silêncio e viram que Tzuyu estava agarrada em alguma das meninas que não conseguiram ver quem era enquanto dormia profundamente. Momo riu quando a amiga falou alguma coisa em chinês enquanto dormia e Nayeon a tirou de lá enquanto ela ria.

Ao voltarem para o quarto, Nayeon se deitou primeiro e chamou Momo para seus braços, sentindo aquele calor intenso outra vez quando ela encostou a cabeça na altura de seu coração. Ele acelerou ao sentir aquilo. Tão rápido que Momo soltou uma risada abafada e beijou o pescoço dela. Nayeon começou a acariciar seus cabelos, observando as luzes fracas do quarto.

_Por que não me fala de Kyotanabe? Não sei se você lembra de muita coisa sobre lá.-Disse quando sua mente voltou a pensamentos sobre o desejo de ouvir mais sobre tudo que a compunha e isso incluía o lugar em que ela havia nascido.

Momo suspirou e buscou toda informação possível em sua mente. Encheu as bochechas de ar e então soltou, acariciando o rosto de Nayeon.

_Tem muito, muito verde mesmo. O que eu mais gosto são os templos. -Momo sorriu ao dizer.

Se lembrava de ir até o templo ikkyuji com o avô e correr pela grama macia enquanto ria sem parar. Amava aquele lugar e relatou a Nayeon seus momentos favoritos. A mais velha riu na maior parte do tempo, pôde ver os olhos dela brilharem ao falar dos pais, da irmã e dos avós.

_E sua família? -Momo perguntou ao bocejar.

_Um bando de ricos e mimados, têm tudo o que querem e o que não precisam. -Nayeon disse num tom brincalhão e brincou com a franja da mais nova que tinha o cenho franzido._Eles não são.. interessantes. Mas você irá conhecê-los um dia.

Momo concordou apenas, não iria insistir para que Nayeon falasse. Sabia que ela provavelmente era sozinha, não devia manter muito contato com a família e eles realmente deviam ser ricos e mimados. Mas não importava muito.

Nayeon se inclinou para beija-lá no rosto e elas sorriram.

_Eu gostaria de parar o tempo agora. -Momo disse baixinho, tão baixo que Nayeon pensou estar ouvindo coisas. _Eu poderia ficar assim para sempre, com você, longe de tudo e todos..

_Então fique comigo para sempre. -Nayeon disse no mesmo tom.

Momo se desvencilhou dela e pegou em seu bolso o que levava consigo desde o último dia que ela havia lhe entregado. Ao pegar o objeto, o estendeu para Nayeon, pedindo o dedo dela.

_Me desculpe por ser idiota. Eu nunca devia ter--

_Shhh.. -Nayeon colocou o indicador nos lábios e sentiu a aliança no dedo. Momo pegou sua própria e ela a colocou. _Me abraça, por favor, só me abraça e não me solte.

Momo a abraçou.

Elas permaneceram naquele jeito por longos minutos, até que Nayeon reclamou de mal jeito e elas se deitaram ainda abraçadas e caíram no sono. Em seu subconsciente Nayeon desejava morrer por estar tão perdida, sentia algo ruim a preencher e Momo queria refazer tudo certo outra vez, sem erros.

Mas ela sabia que se conhecia demais para sequer considerar algo tão maravilhoso assim, ainda mais com a ideia de vingança que não saía de sua cabeça. Deixou-se confortar pelos braços de Nayeon e pela primeira vez desejou ser o que havia sido projetado pelos outros que era: um pouco mais calma. Caiu no sono e sonhou que estava caindo, como pena, em um abismo sem fim.

TWICE - Namo - Safety (REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora