Nayeon conferiu as horas no celular, eram onze e seis da noite. Estava com um short branco e uma blusa azul de mangas cumpridas. Coçou a cabeça e pegou a folha que havia usado para realizar alguns cálculos das atividades de revisão para a prova de matemática da próxima semana, conferiu se os resultados batiam com os do livro e sorriu convencida ao ver que não havia errado nenhuma das respostas. Diante disso, organizou seu material para o dia seguinte e colocou tudo na mochila na ordem de suas aulas. Pegou o celular e abriu a tela enquanto saía da cama segurando a mochila e a colocando na poltrona ao lado da cama.
Seu quarto tinha uma mistura de rosa com roxo que dava a Nayeon o ar de que ela era intrigante quando na verdade era o ser humano mais fácil de desvendar. A própria mantinha os olhos ao redor, pensando em mudar o quarto outra vez. Suspirou e voltou os olhos para o celular.
Não sabia se deveria procurar por Momo no dia seguinte porque mesmo ela tendo ficado com ela no hospital e a levado em casa, durante o tempo inicial delas juntas no hospital, a japonesa havia insistido muito para ela ir embora então, na sua cabeça, Momo não iria gostar de sua companhia. Nayeon bufou, deixou o celular sobre a cama e saiu do quarto, cruzou o corredor, desceu as escadas e logo estava na sala de estar. Ela olhou ao redor. Só havia silêncio e escuro. Se sentou no último degrau da escada e fechou os olhos.
Talvez se tivesse algum irmão seria menos solitário, talvez se seus pais não fossem tão complicados seria menos solitário e talvez se tivesse ao menos uma amiga seria bem menos solitário, afinal duvidará muito se mesmo tendo país em casa eles teriam tempo para ela. Se ele saiu de casa por sua culpa como sua mãe dizia e ela vivia viajando a trabalho, não faria tanta diferença pois os dois viajavam muito.
Se levantou e foi até o interruptor, ligando as luzes centrais do lustre da sala. Caminhou até a TV, pegou no joystick do vídeo game que ganhara de presente há um mês e pensou em jogar um pouco mas não havia ânimo nenhum. Deixou o joystick de lado e foi para o sofá e se deitou, olhando fixamente para o lustre. Suspirou uma, duas, três, quatro vezes e deixou sua mente vagar. Pensou em Momo mais uma vez.
Ela era realmente, legal? Não sabia se legal era a palavra certa. Não sabia nem se queria pensar em Momo mas não havia outra coisa para pensar além de Momo e do fato de ser uma perdedora e solitária então simplesmente deixou sua mente a levar para onde ela quisesse e se o destino era Momo, por ela estava tudo bem.
A primeira coisa que pensou foi no motivo para que Momo levasse aquela surra. Ela devia ser realmente muito boa no que fazia para chegar ao ponto de um cara a agredir. Nayeon riu com a possibilidade de Momo ser muito boa ou da menina ser tão péssima ao ponto de precisar disso.
A próxima coisa foi se xingar por ter contado a Momo sobre o porquê de ter chorado. Tudo bem, ela havia contado sobre o porquê da surra mas contar para a garota que apanhou de um cara que você estava chorando por causa do seu ex era um tanto humilhante. Ela apanhou, apanhou por ser boa no que faz, não justifica, mas Momo parecia durona de verdade enquanto ela chorava pelos corredores.
"Okay, estou me perdendo."
Nayeon se levantou subitamente e subiu para quarto, deixando a luz acessa. Bateu a porta e pulou na cama pegando o celular. Havia uma mensagem de sua mãe dizendo onde estava e que não sabia mesmo quando iria voltar, por isso havia deixado dinheiro que julgava ser suficiente para Nayeon por algum tempo. Ela suspirou e mandou um boa noite e sua mente a mandou para o pensamento de Momo outra vez. Ela passou as mãos no rosto e deitou de barriga para cima, pensando no que faria no dia seguinte. Deixou-se levar outra vez e acabou caindo no sono.
Na manhã seguinte, a passos calmos e com os fones no ouvido, Nayeon foi para a escola observando cada detalhe da paisagem que o outono formava. Era de longe sua estação favorita, por causa das cores, das folhas nas ruas e o por do sol ficava incomparável. A vida ficava sépia no outono. Nayeon amava sépia porque todas as fotos que tinha de momentos felizes com seus pais tinham o tom sépia, não por falta de tecnologia mas sim porque seus próprios pais amavam sépia. Talvez essa fosse uma coisa positiva.
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TWICE - Namo - Safety (REVISÃO)
Fanfic"Eu não esperava por isso, no auge da transição entre adolescência e fase adulta, me apaixonar por outra garota. Não era algo impossível. Era improvável. Era quase singular a forma como ela havia me prendido a ela. Talvez.. fossemos para ser... talv...