Segunda-Feira
Nayeon apontou o revólver de dinheiro para o teto da sala de jogos. Os pais estavam no escritório da empresa em Seul, uma das faxineiras limpava o segundo andar, as amigas, através do grupo, avisaram que iriam se reunir para estudar e a chamaram. Gentilmente ela recusou. Estava cansada emocionalmente ao extremo para isso. Se deitou de lado, riu do pijama de ursinho que usava, ele até mesmo tinha capuz com orelhinhas. Apontou a arma para a TV, depois para um dos vídeo games e voltou a ficar de barriga para cima.
Dois minutos. Foi o tempo que não pensou em Momo e em como havia sido estúpida no dia anterior. Havia praticamente se humilhado para ela quando disse que ela poderia ser o que a japonesa quisesse. Sentiu um incômodo no peito a ponto de se sentar no intuito de alivia-lo, porém, era em vão.
A noite fora a pior de seu ano até então. Passou horas a finco olhando através da janela, tentava ouvir algum som ao longe revelando alguma festa de algum despreocupado mas nada além do som de carros passando em velocidade minima na rua em frente a sua casa. Quando o relógio marcou três e meia da manhã, foi até a sala e se deitou no sofá por exatos cinco minutos e só ali conseguiu pegar no sono.
Agora, as dez da manhã, desejava um copo de leite e biscoitos. Levantou-se e em passos lentos foi até a cozinha, onde viu a moça limpando a bancada. A cumprimentou brevemente e pegou a caixa de biscoitos, a caixa de leite na geladeira e um copo de plástico. Ofereceu a garota que gentilmente recusou e foi para a sala de jogos outra vez. Se sentou no sofá e antes que mordesse o biscoito se debateu com seus pensamentos.
"Você sentiu que a odiava. Mas você não a odeia. Estava com raiva por ela fazer o que quis com você sem realmente estar com raiva. Isso é pior. Você está mentindo para si mesma. Você está tão mergulhada nela que praticamente deixou claro que se fosse uma mera puta estaria tudo bem. Você a ama e tem medo de cruzar os corredores e vê-la com.."
Nayeon choramingou e abriu a caixa de leite, ignorando o copo, a virou na boca. Comeu os biscoitos com a intenção de que eles fizessem os pensamentos sumirem.
"Vai voltar rastejando para ela."
_Não! -Nayeon gritou, espalhando biscoitos pelo lugar. _Ela virá até mim.
"Quinta feira. Na festa. Primeiro passo."
Agradeceu mentalmente por aquela festa e mesmo com um mal pressentimento, estava bem otimista em relação a tudo. Mesmo que tudo fosse uma droga por dentro, estava otimista.
No fim do dia, sentada na beira da piscina ao lado de sua mãe, concluiu que precisava daquele momento com ela ao sentir os braços ao seu redor. Estava de casaco mas o calor materno era incomparável. Sentia falta daquilo. Durante todo o dia, comeu, leu e quebrou a cabeça em relação a ela e Momo e em como aquilo ficaria.
_Quero pedir perdão. -Sua mãe disse, a apertando no abraço. _Eu disse coisas para você..
_Acho que já falamos sobre isso. -Nayeon a interrompeu mas ela sorriu negando.
_Quero deixar claro que nada foi culpa sua, está bem? Seu pai e eu somos dois burros que quase se divorciaram por besteira. -A mulher disse mais séria, abrindo um sorriso para Nayeon. _Eu amo muito você filha, e eu me sinto horrível por tudo que disse e espero que eu possa me redimir todos os dias com você.
Nayeon a mostrou um sorriso claro, sem remorso nem nada que indiciasse que guardava alguma raiva da mãe.
_Eu também te amo. -Disse baixo. _E obrigada por não me expulsar de casa.
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TWICE - Namo - Safety (REVISÃO)
Fanfiction"Eu não esperava por isso, no auge da transição entre adolescência e fase adulta, me apaixonar por outra garota. Não era algo impossível. Era improvável. Era quase singular a forma como ela havia me prendido a ela. Talvez.. fossemos para ser... talv...