O sábado chegou como uma avalanche veloz que destrói tudo, assim como o tempo através da semana destruiu Sana que agora, se encontrava sentada na beira da piscina da casa de Nayeon enquanto tentava retirar forças de dentro de si mesma para encarar o que havia feito. Dentro de seu peito havia uma concentração de dor que fazia parecer que em qualquer movimento brusco, a dor se espalharia. Isso a fez ficar sentada ali por horas enquanto pensava e repensava sobre seu comportamento que traria desonra a si mesma, que machucaria Dahyun por a tê-la traído e machucaria Tzuyu por fazê-la pensar que havia sido um objeto.
_Você precisa comer um pouco. -Nayeon tocou o ombro da amiga e se abaixou com um sanduíche em mãos.
Sana balançou a cabeça negativamente, seu próprio âmago a impedia de ingerir qualquer coisa sólida no temor de que ela fosse expelir absolutamente tudo mais tarde. A japonesa se via fraca como jamais esteve e tudo apenas piorou quando a campainha da casa soou, Nayeon deixou o sanduíche próximo dela e foi atender na esperança de que fosse Momo e ao chegar no enorme portão, abriu e viu Tzuyu parada, vestida em roupas de frio não muito grossas como um moletom com vários kanjis estampados e uma calça jeans justa, os coturnos a deixavam ainda mais alta e seus olhos carregavam uma culpa silenciosa, esta que Nayeon tentou entender antes de abraçá-la e deixar que entrasse sem trocarem uma palavra. Caminhou com ela ao seu lado pela longa varanda lateral e a deixou na reta de Sana antes de entrar em casa e sumir pela moradia.
Tzuyu não podia negar, olhar Sana com os pés na água fria, de shorts, suéter e os cabelos soltos a deixava sem noção de que aquela garota já pertencia a alguém, simplesmente porque estava apaixonada. Estava tão apaixonada por Sana que já não conseguia esconder isso tão facilmente. Era mais nova praticamente dois anos, estava no primeiro ano, tinha zero por cento de chances contra Dahyun mas mesmo assim, estava apaixonada por Sana.
Seus pés vacilaram quando se aproximou dela sorrateiramente, viu que ela encarava o sanduíche ao seu lado com o semblante caído e sem que pudesse se dar conta, suspirou alto o suficiente para que ela a olhasse. Sana nunca poderia imaginar que ao ver Tzuyu parada, com aquele jeito meigo e tímido de sempre, seu coração ficaria agitado, eufórico, tempestuoso por Dahyun mas elétrico pela presença dela.
_Eu preciso falar com você. -Tzuyu, pela primeira vez, não vacilou com as palavras.
_Como descobriu onde eu estava? -Sana se levantou e bateu queixo de frio.
_Eu ouvi você combinando com Nayeon, eu ouvi você contando a ela o que aconteceu. -Engoliu em seco. _Não quero ser um empecilho, até porque eu sou amiga de Dahyun e.. sua amiga também, mas não posso fingir que nada aconteceu porque aconteceu, Sana.
_Aconteceu e foi um erro, Tzuyu. -Sana disse irredutível. _Eu tinha e tenho uma palavra de honra com Dahyun, eu fui criada assim, você sabe disso. Todas sabem. Algo assim.. -Sana bufou. _destruiria meu nome na família, entre vocês e no colégio. Não posso ser manchada.
_Você não pensou na sua honra quando tirou a minha roupa e fez o que bem quis comigo. -Tzuyu elevou a voz pela primeira vez em todo o tempo que se conheciam. _Ou se esqueceu?
_Eu não vou ficar relembrando isso, Tzuyu.
_Eu duvido que não, Sana. Eu duvido. Sequer se lembra das coisas que me dizia enquanto estava sobre mim? -Tzuyu sentiu o choro vir, seu rosto ficou avermelhado e Sana precisou se controlar muito para não beijar a garota. _Pelo bem de Dahyun, eu não vou insistir nisso. Eu sei que vou me odiar, que ela vai me odiar e todas vão me odiar, mas eu sei que eu senti o que você fez. Eu também tenho culpa, óbvio, eu quem.. abri as pernas pra você, mas eu juro que não fiz isso atoa.
Sana sentiu uma descarga elétrica por seu corpo e olhou bem nos olhos dela.
_Eu não pensei, eu só queria sentir você, eu queria.. você. -Tzuyu teve lágrimas descendo por seu rosto. _Eu estou.. apaixonada por você, Sana. Eu estou apaixonada desde que vi você correndo atrás de Seokjin há muito tempo, você ainda nem estava com Dahyun. -Sorriu entre o choro. _Isso é egoísmo, eu sei.
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TWICE - Namo - Safety (REVISÃO)
Fanfiction"Eu não esperava por isso, no auge da transição entre adolescência e fase adulta, me apaixonar por outra garota. Não era algo impossível. Era improvável. Era quase singular a forma como ela havia me prendido a ela. Talvez.. fossemos para ser... talv...