Abri os olhos deixando a claridade os invadir. Droga, era Segunda de novo, e eu estava como sempre, destruído. Tanto por dentro quanto por fora.
Morar sozinho no interior de Jersey, com um emprego de marceneiro que não me rendia muito dinheiro, em uma casa caindo aos pedaços, com certeza não era uma boa vida, muito menos feliz.
Levantei-me devagar da cama quebradiça, com certo medo dela se render ao chão a qualquer momento.
Tenho que arrumar essa porra.
Fui ao banheiro, indo preparar-me para mais um dia cansativo de trabalho.
Vesti as mesmas roupas que normalmente usava e tomei uma xícara gelada do café que havia sobrado do dia anterior.
Merda.Reclamei mentalmente ao sentir o amargo do café frio em meus lábios.
Vamos Frank, tente pelo menos se animar.
Parecia uma exigência de minha mente, a mesma qual sempre perturbava-me.
Agarrei minha mala e abri lentamente a porta de minha casa, notando o quão forte o sol parecia naquela manhã, forçando-me a andar até o endereço marcado com uma senhorinha chamada Vera, que precisava de uma ajuda para arrumar um armário.
Wish I were good enough
I wish I was good enough
(Queria ser bom o suficiente
Eu queria ser bom o suficiente.)
Cantava um tanto alto demais durante o caminho, quase sempre tropeçando pelo peso da mala.
Por mais que as palavras que saiam de minha boca doessem, eu sabia que era a pura verdade.
- Porra... - disse quando quase fui ao chão junto da mala.
Com certeza aquilo foi engraçado para qualquer um que estivesse vendo.
Depois de um tempo, ainda arrastando a mala, cheguei a casa de Vera, que abriu a porta me dando um sorriso caloroso, o que fiz questão de devolver a ela...
Além do mais... se eu não fosse gentil, não teria mais ninguém para me chamar para trabalhar.
- Entre querido - Ela disse abrindo passagem, então apenas agradeci com a cabeça e adentrei puxando as ferramentas da mala junto a mim.
A casa em si era boa, bem melhor que a minha para ser sincero.
Não muito grande, mas era bonita e confortável, com um certo cheiro de vó.
O que era até confortante.
Fui guiado por ela até o que era um quartinho, em que tive a visão do armário.
- É ele que eu preciso arrumar... - Vera disse ainda sorrindo, como se estivesse realmente feliz com minha presença.
- Pode deixar - A respondi sorrindo de volta, começando a ir em direção ao armário quando ela me puxou pelo pulso, fazendo-me virar para ela novamente.
Confesso que este gesto rápido fez-me estremecer no lugar.
- Só queria lhe avisar que passei seu número para uma velha amiga - Ela disse rindo baixinho da cara que fiz quando ela me virou daquele jeito.
Assenti mais uma vez com a cabeça, forçando um sorriso e voltando a andar em direção ao móvel.
Aquilo foi estranho pra caralho, mas eu teria mais trabalho em breve.
Passei praticamente a tarde inteira arrumando o armário resmungando de vez em quando por ele ser um móvel pesado e difícil de mover.
Estava com um problema nos pés que o sustentavam, por isso estava torto e caindo de um lado pro outro...
If I try, I may have to try
My entire life
And that's doesn't feel right
(Se eu tentar, eu posso ter que tentar
A minha vida inteira
E isso não é uma sensação boa.)
Terminei de arrumar cantarolando a música que surgiu em minha cabeça. Me levantei, analisando o trabalho que havia feito,bom... estava pronto.
Por mais que me assumisse alguém não perfeccionista, eu era.
Andei até a sala com a mala arrastando no chão, procurando por Vera, que logo que a achei sentada lendo uma revista no sofá.
Ela se levantou, agradeceu-me sorrindo, então pagou.
Mais um trabalho feito.
Sorri para mim mesmo saindo da casa em direção a minha (Se é que eu podia chamar aquilo de casa ainda)
Estava escurecendo e eu ansiava por chegar e descansar.
Não sei o porque mas o caminho parecia mais longo que o normal.
Chutando pedrinhas e arrastando a mala eu fui, até finalmente, poder ver com o meu campo de visão, aonde eu morava.
Ao entrar, joguei a mala no primeiro lugar livre que achei e fui direto me deitar na cama desgastada.
Mas por algum motivo, o mundo parecia que me dizia "não, você não vai dormir agora", quando senti o celular vibrar dentro do bolso.
Sentei-me na cama, e olhei para o aparelho vibrando no meio de uma de minhas mãos.
Realmente, estava exausto, e nem queria atender.
Deve ser mais trabalho...
Confesso que isso me animou um pouco, eu realmente precisava de dinheiro em condições como aquela, então logo atendi.
- Frank Iero?- Ouvi a voz de uma jovem do outro lado da linha.
- Ele mesmo... - Disse tentando parecer animado e convidativo para me darem trabalho.
É... grandes chances, que alguém me ligando naquela hora, fosse algo relacionado a serviço.
Pelo menos assim, não passaria mais um dia em casa sem fazer porra nenhuma.
- Você teria horário livre amanhã cedo? - Ela perguntou gentilmente e senti uma ponta de esperança em sua voz.
- Sim... tenho, eu posso ir ai logo pela manhã, só me mandar seu endereço - Disse rápido, ansiando pela resposta.
- Okay, agradeço - Ela disse desligando.
Logo recebi uma mensagem com seu endereço.Agora, eu poderia dormir tranquilo sabendo que teria trabalho amanhã.
Me deitei na cama, completamente cansado, mas um tanto feliz.
Pois,afinal, se tinha serviço, tinha dinheiro.
Assim ia tocando minha vida, confesso, que as vezes eu dava sorte de ter trabalho um dia atrás do outro.
Em que isso era uma das melhores coisas que aconteciam para uma pessoa sem muita condição assim como eu.
Fechei os olhos, não demorando muito para que finalmente adormecesse, sem saber o que esperar do dia seguinte.
Vai dar tudo certo.
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Músicas colocadas:
.Frank Iero and the PATIENCE - Oceans
.frnkiero and the cellabration - Weighted
xoxo
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Just For Money / Frerard
FanfictionFrank Iero era um marceneiro, em que foi realizar seu trabalho na luxuosa residência da família Way. Pensou que seria somente mais um serviço comum mas, isso tudo muda quando ele conheceu o filho mais velho da casa. Gerard Way, um cara esnobe,que d...