Just For Money / Frerard

Provocation. /Gerard/

Oh Frankie...me fode, por favor.

Abri rapidamente os olhos, com a respiração totalmente desregulada e meramente assustado. Que porra foi essa?

Olhava ao redor notando o cobertor totalmente enroscado em meio a minhas pernas, ao finalmente pousar os olhos na varanda, podendo pelo menos ter uma certeza, estava em casa.

Sentei-me na cama macia em que antes estava deitado, com a ideia de acalmar todos estes sentimentos e pensamentos a tona, ao que tudo começará a fazer algum sentido pude relembrar perfeitamente de todo ocorrido do dia anterior.

Frank estava trabalhando aqui.

Pousei os pés na madeira que constituíam o chão, caminhando lentamente ao banheiro. Não posso pensar coisas assim, não mesmo.

Abri a torneira, enfiando as mãos abaixo da água gélida, como quase implorando por um choque de realidade ou algo do tipo.

Lavei o rosto e com algumas gostas ainda pingando por meu nariz encarei o reflexo no espelho. Este não é você Gerard.

Precisava fazer algo, necessitava voltar a ser o que era. Por que tudo mudara após este trabalhador inútil ter aparecido na minha vida?

Vou fazer da sua vida um inferno.

Sorri maliciosamente para o pedaço de vidro que refletia minha imagem, notando a volta do mesmo Gerard que sabia que era. Já sabendo que tinha um ótimo jeito de executar certo plano...

Se prepare Frankie, eu avisei.

Corri ao armário escolhendo a calça mais apertada que tinha ali, uma preta de couro. Vesti-a enquanto agarrei uma camiseta social branca. Lindo pra caralho. Dizia a mim mesmo enquanto calçava um all star preto novo.

Com o plano em mente abri vagarosamente a porta do quarto com certa esperança de logo que saísse, acharia o idiota do Frank trabalhando naquela porra de janela.

Iria provocá-lo até o deixar maluco.

Mas o caso era, parece que alguém me achou antes.

-Bom dia Gerard - Disse Rose, mais conhecida como a empregada chata pra cacete.

Ótimo, obrigada de verdade por atrapalhar meu caminho.

-Bom dia - Fiz o esforço de tentar permanecer calmo enquanto a observava me analisar dos pés a cabeça.

-Está bonito - Ela disse sorrindo, fazendo meu estômago revirar pelo fato de ter recebido um elogio de uma mulher idosa. Quer o que aqui palhaça?

-Sai da frente - Simplesmente disse, quase empurrando a mulher para poder abrir caminho para que pudesse passar.

A mesma permaneceu calada, ao que olhei de relance através dos ombros a mulher já começará a adentrar meu quarto com o material de limpeza. Chata do cacete.

Caminhava mais uma vez lentamente pelo maldito corredor, avistando meu alvo que já não estava muito longe.

Frank naquela manhã se encontrava em uma jaqueta jeans desgastada, enquanto permanecia concentrado no trabalho,marcando pontinhos na madeira velha com uma canetinha vermelha, provavelmente para fura-la depois, mas claro, não o deixaria fazer as coisas em paz deste jeito.

-Marcando errado Frankie? - Perguntei rindo em que me posicionei atrás dele, como se estivesse pronto para atacá-lo a qualquer momento.

O mais baixo virou-se em minha direção, me encarando com desconfiança mas logo parecendo se lembrar na casa aonde estava trabalhando e com quem teria que lidar durante este tempo.

-Quer marcar Gee? - Ele disse inocentemente,me analisando atentamente de cima a baixo, o que por algum motivo me deixou totalmente incomodado.

Imbecil.

-Que tal você fazer isso? - Retruquei o mutilando apenas com o olhar. - Cuidado para não babar - Complementei assim que notei que o mesmo continuava me observando de cima a baixo.Você realmente caí fácil ,Frankie.

-Pode deixar, eu faço meu amor- Frank disse sem hesitar enquanto continuava a me encarar com os mesmos olhos que depois de um tempo comecei a... gostar? Não, não mesmo.

E que por algum motivo, pude sentir minhas bochechas pegarem fogo pela simples palavra no final da frase.

E o plano, começou a ir por água abaixo.

Ele soltou uma risada suave e um tanto tímida, o que me fez voltar a realidade e ver o quão idiota estava sendo de ficar ali parado, sem dizer mais nenhuma palavra após o...choque?

Caralho Gerard! Volta a real.

-Faça essa merda direito. -Falei tentando me recompor dessa merda toda. - Oh, esqueci... Você não faz nada certo! -

Frank apenas continuou de boca fechada enquanto começou a caminhar lentamente em minha direção, fazendo-me lembrar do jeito em que o mesmo uma vez me empurrou contra aquela mesma parede atrás de mim, sobre aquelas malditos arrepios que apenas este ato havia criado.

 Isso não poderia, de jeito nenhum, ocorrer mais uma vez.

-Eu sei fazer coisas direito Gee... - Ele disse quase em um sussurro quando se encontrava a apenas alguns centímetros do meu rosto.

Vamos Gerard! Saí daí! Minha cabeça reclamava, mesmo sabendo que não teria escapatória.

-Aposto que não- Deixei escapar no momento que me perdi em observar suas feições de tão perto...Para com isso Gerard! Você nem gosta de homem!

O problema era... e se gostasse? Não, não poderia. Seria como pedir para sair da família ou algo do tipo, uma decepção tanto para todos quanto para mim mesmo, certo?...

-Basta você permitir e... mostro que sei.- Frank respondeu tão baixo que era quase inaudível, ao que pude notar o quão próximo aquela situação estava se tornando.

Merda,merda,merda.

E mais uma vez me encontrei com a respiração totalmente desregulada, algo em meu peito que nem sabia descrever... só tinha apenas uma certeza: 

Estava totalmente fodido com ele trabalhando aqui.

Com certeza era para ser ao contrário...eu iria tornar a vida dele algo insuportável aqui dentro, mas parece que quem está fazendo isso aqui é exatamente ele.

Isso era tudo culpa dele, nossas respirações estavam a cada passo mais perto de se misturarem, os corações a quase pularem para fora, a ansiedade correndo pelo sangue e... os lábios quase se tocando.

-Gerard Way? - Ouvi uma voz familiar do outro lado do corredor, fazendo-me entrar em um total pânico interno, já que ainda me encontrava extremamente e perigosamente próximo de Frank.

Puta merda, por que tão perto?

Ainda tinha a completa atenção do baixinho, que agora me encarava com uma mistura de receio e medo, totalmente diferente do jeito atrevido que me olhava antes.

Não acreditava que isso estava acontecendo, por que justo comigo? Por que tinha que ser tão confuso? Por que eu o conheci? Por que eu queria beija-lo de novo? Por que alguém aparece bem na hora?Por que eu tinha que ser...gay?

Não Gerard, você não é gay.

-Gerard é você ai? - A voz insistiu ao que apenas consegui continuar observando Frank, tão em choque quanto eu. Estava na merda, completamente na merda.

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Love is in the air.

xoxo.