I'm so fucking sorry for you, babe. /Gerard/

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Ao estar no banheiro e ouvir Donna passar com o barulho dos saltos  pelo corredor,  a única reação que tive foi sair lentamente do cômodo frio, ao saber que Frank estaria logo ali a frente do monstro que minha mãe com certeza sabia ser.

Merda, ela não pode machucar ele.

Arrastava lentamente os pés com a meia pelo carpete marrom, parando logo atrás de Donna e apoiando uma de minhas mãos em seu ombro, já que deveria mostrar a ela que não tinha nada com aquele homem, certo?

Por mais que desejasse ajudar meu baixinho e o proteger de todos aqueles xingamentos de minha mãe, a única coisa que fiz foi rir.

Rir de desespero.

Como você consegue estragar tudo desse jeito Gerard?

Sentia uma pontada em meu peito a cada vez que os olhos de Frank encontravam os meus e como o brilho que eles tinham estava desaparecendo.

Não posso deixar isso assim...

Após todas as merdas que Donna disse, apenas consegui parar com a risada falsa e começar a tentar a todo custo a ter Frankie de volta.

O meu Frankie, que sempre sorria ao me ver, o que sabia como me deixar sem saber o que dizer.

-Hm? - Ouvi o pequeno grunhido que saiu do baixinho, fazendo-me voltar a situação real.

Ao qual estávamos eu e ele parados no meio do corredor, apenas nos olhando e sentindo-se totalmente destruído após a situação com minha mãe idiota, que soube exatamente como estragar tudo.

Tudo que eu havia construído com Frank.

Era agora como se fosse nada, algo completamente vazio e sem cor.

-Desculpa.-

Era apenas isso que conseguia dizer enquanto aquele clima estranho que estava instalado entre nós somente aumentava cada vez mais.

-Acontece tudo aquilo e agora você faz isso Gerard?- Ele disse baixo, algo soando como tristeza e raiva.

Como eu fui capaz de fazer isso?

-Eu te disse que isso seria um segredo.- Respondi o encarando, esperando realmente que isso resolvesse e o fizesse entender.

O quanto queria poder sair por ai de mãos dadas com ele, mas não podia.

O quanto queria demonstrar o carinho que eu sentia, mas não podia.

O quanto eu me odiava por ter que esconder isso, esconder esse sentimento.

E o quanto essa merda toda doía, de fazer mal a ele, de o machucar.

Sendo que tudo que eu menos queria desde que descobri que também gostava dele, era o machucar.

-Um segredo não precisava ter machucado assim.- O mesmo respondeu fraco, abaixando a cabeça e encarando o carpete marrom do corredor.

Podia jurar que aquele tipo de dor que estava sentindo não era normal, em que apenas dei uma olhada ao redor para ver se era seguro fazer aquilo e apenas me aproximei de Frankie mais uma vez.

Deixando meus braços irem em volta daquele corpo menor que o meu, o envolvendo em um abraço, como se aquilo fosse curar todas as merdas que ele havia escutado.

E que eu havia dado risada.

Idiota.

Era um tanto incrível como nossos corpos se encaixaram um no outro, podendo sentir os braços de Frank abraçados em minhas costas, como se nenhum de nós quisesse sair do quão confortável, e como me sentia fodidamente especial com ele.

Ficamos mais um tempo agarrados um no outro, fazendo como se apenas aquilo importasse no momento.

E era exatamente isso que importava, ele era o por que de eu estar ali.

Nos separamos lentamente, logo ficando mais uma vez de frente um para o outro, ao que felizmente podia notar uma feição menos decepcionada do meu baixinho.

Meu? Porra, isso já está virando costume.

Merda.

-Me deixa cuidar de você.- Disse baixo, colocando meu polegar no queixo de Frank e o fazendo olhar para mim.

Por mais uma vez naquele dia, pude me perder naquela imensidão louca de cores que os olhos do menor era e,porra, o quão lindo ele era.

Com os traços marcados em seu rosto, a boca levemente avermelhada, a ponta do nariz e como a mesma era delicada, o sorriso...

Oh caralho, pare de descrever a porra de quão perfeito ele é.

O vi acenar positivamente com a cabeça, concordando com o que havia proposto a ele.

Uma chance de tentar de novo, de poder ter esse garoto para mim, certo?

Aproximei meu rosto do seu, selando rapidamente nossos lábios, apenas voltando-me a sentir melhor ao ter tido esse tipo de contato mais uma vez.

O qual eu já não podia mais ficar sem.

Ao que pude concluir que,porra, como seria minha vida sem ele a partir de agora?

Não, não, não,  sem pensar nisso, vai dar certo.

Vai dar certo.

Repetia mentalmente ao que pude sentir mais uma vez os lábios de Frank contra os meus, logo o vendo se virar e voltar a sentar perto a janela que o mesmo deveria arrumar.

Fora um tanto confuso pelo fato do mesmo não ter aberto a boca para dizer mais alguma palavra, mas, bom, ele me beijou de volta, é algo bom, não é?

O encarei agachado ao chão, já segurando um prego em mãos,  pronto para começar a arrumar aquela porra mais uma vez.

Eu deveria sair e não atrapalhar, certo?

Foda-se.

Sentei-me ao seu lado, ao que o mesmo virou seu olhar e resolveu focar sua atenção em mim, fazendo-me sentir um tanto envergonhado por ter aquele tipo de tratamento mesmo que tudo estivesse ainda um tanto estranho.

Frank apenas encarava-me no meio daqueles pregos e madeira que mais tarde iriam ser colocados na janela,para finalmente concertar a mesma.

-Eu não queria ir pro quarto...- Finalmente consegui dizer, recebendo um olhar divertido vindo dele.

-E se eu fosse junto?-  O mesmo disse baixo, rindo no final da frase.

Senti minhas bochechas queimarem mas logo deixei uma risada escapar ao ver Frank se divertindo e o clima entre nós estar voltando a ser o mesmo.

-Hm...talvez depois?- Perguntei em um tom brincalhão mas, poderia ser verdade.

O mesmo fitou-me com um pequeno sorriso nos lábios enquanto me levantava e o deixava ali no chão.

-Talvez depois.- Frank afirmou, rindo baixo e seguindo-me com o olhar ao que começava a andar até o quarto.

Sentia seu olhar em minhas costas, ao que apenas dei uma pequena virada e acenei formalmente, como algo totalmente bobo e idiota, tendo um sorriso ainda maior de Frank.

Lindo do caralho.

Continuei rumando até meu quarto por aquele extenso corredor, logo colocando uma das mãos na maçaneta da porta e antes de abrir a mesma, virei-me mais uma vez para o garoto que agora se encontrava tão longe.

-Eu te amo Frankie - Sussurrei um tanto alto para que o mesmo pudesse ouvir, rapidamente entrando no quarto e fechando a porta atrás de mim, sem ao menos saber qual seria sua reação.

Com aquela sensação de alegria por finalmente ter dito aquilo que a um tempo já estava me sufocando, aquele sentimento que... porra, era incapaz de saber como descrever.

Em que aquela pequena frase já agora realmente não sairia da minha cabeça.

"Eu te amo Frankie"

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xoxo.

Just For Money / FrerardOnde histórias criam vida. Descubra agora