Ele está encantado.

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- Você está bem, Catarina? – ele pressionou a mão de Cat entre as suas percebendo a palidez em sua pele. Cat tentava evitar o contato visual com Jack, eles estavam muito próximos e podia sentir seu perfume maravilhoso e principalmente a sua presença, o calor da proximidade a estava deixando nervosa e ainda por cima, ele a fitava com insistência como se quisesse lhe decifrar a alma. Não houve como evitar, ergui minha cabeça e fitei os olhos verdes mais verdes que já tinha visto, eu não pude evitar o coração acelerar e a respiração ficar difícil.

- Acho que vou desmaiar – Cat não teve tempo de pensar em sentar-se ou se abrigar nos braços do amigo, desfaleceu nos braços de Jack que a amparou prontamente. Ele não se importou com a presença do seu sobrinho e da colega deles, simplesmente a segurou em seus braços, a levando até as almofadas macias do sofá da grande sala.

- Cat !!! o que houve ? – Diana finalmente mudará seu semblante habitual de paisagem para de preocupada. – o que houve com ela ? questionou olhando fixamente para a recém colega de faculdade que estava pálida sobre o sofá sendo analisada pelo tio de Eduardo.

- Não tenho como analisa-la, precisamos levá-la ao hospital. – Eduardo foi até a cozinha rapidamente apanhou um pouco de alimento com açúcar.

- Calma, Tio. Ela não deve ter se alimentado, está com pouco açúcar no sangue. Não é a primeira vez que isto acontece. – depositou os alimentos sobre a mesa de centro.

- Ela está voltando – Jack a acomodou melhor no sofá para que ela ficasse mais a vontade e sentada. Cat tentava sentar-se no sofá desorientada devido ao desmaio que ocorreu tão repentinamente, ao abrir os olhos, a primeira imagem a visualizar foram os olhos verdes de Jack, seus lábios sorriam ao ver que ela retornava assim como sua cor na face que anteriormente estava pálida.

- Você está bem ? – ele posicionou sua mão esquerda na face dela tentando fazê-la fitar com mais atenção seu rosto já que ela ainda parecia desorientada. Ela o fitou alguns segundos sem responder como se estivesse hipnotizada pelos olhos dele. Ela, de repente, deu-se conta que está demorando muito a responder como uma mal educada.

- Estou bem. Obrigada – ele tentou ajudá-la, ela empurrou suas mãos. – Não precisa se preocupar, Sr. Estou bem.

- Pode deixar, Tio. – Eduardo aproximou-se de Cat ajudando a sentar-se e lhe entregando um prato com doces – Cat, melhor você se alimentar, trouxe alguns doces e suco que Lais nos fez. Pegue.

Jack afastou-se de Cat sentando em outra poltrona, ainda fitando atentamente a jovem que lhe fora apresentada aquela tarde. Sentiu-se um tremendo idiota imaginando o toque dos seus lábios, suas mãos acariciando seus cabelos, seu corpo tocando o dele, como poderia estar imaginando isto tudo com uma total estranha ? uma adolescente que conhecera em menos de uma hora, mas sentia como se sempre tivesse feito parte de sua vida.

- Pessoal, já que Cat está melhor, preciso ir. Eu preciso voltar pra casa, minha mãe está esperando. – Diana que até o momento estava calada, levantou-se bruscamente, após ver uma mensagem no celular e mudar o semblante de zumbi para preocupada. Cat levantou-se bruscamente – Eu vou com você, Diana.

- Nem pensar, Cat, fique mais um pouco, você precisa se recuperar. – Eduardo empurrou a amiga para retornar a posição anterior.

- Concordo, Eduardo. – Jack estava devidamente relaxado sobre a poltrona de mãos cruzadas e sob o queixo. Analisava a cena entre Eduardo e Cat, não parecia que eles eram simples amigos e isso o irritou e o deixou bem intrigado.

- Tudo bem, vou descansar só mais um pouco depois vou embora. – Cat deu um breve sorriso a Eduardo, sentindo que Jack ainda não parava de fita-la.

- Eu já estou indo, nos falamos amanhã na escola. Tchau para todos. – Diana saiu apressada como se fosse o diabo fugindo da cruz. Que menina estranha, pensou Jack.

Um som barulhento de uma banda de rock tocou repentinamente e Cat percebeu que se tratava do toque de seu telefone e o atendeu rapidamente. Jack não deixou de fitá-la um só instante desde o momento que a conheceu.

- Sim, pode deixar, já estou retornando. Tá bom, também ti amo. – Cat tentava falar o mais baixo possível para abafar sua conversa, enquanto Eduardo e Jack conversavam sobre assuntos relacionados a uma festa que não estava entendo muito bem.

- Eduardo, já estou me sentindo bem melhor, obrigada por me ajudar. – Cat olhou atentamente para Jack e agradeceu – Obrigada, Sr. Jack, por me ajudar também. Desculpa pelo incomodo.

- Sem problemas. Bem já estou indo, Eduardo depois conversamos sobre o evento. Até mais, Catarina. – Jack saiu imaginando que poderia ocasionalmente descobrir mais sobre aquela moça, esperaria por ela no lado de fora, queria saber mais sobre ela.

Cat fitou o tio de Eduardo saindo com um olhar triste, não sabia que estava acontecendo, apenas que não era nenhum pouco imune à presença do tal Jack, quando ele aproximou-se dela sentiu como se o mundo tivesse parado e depois, o seu olhar que se mantinha sempre atento a ela, também a deixou extremamente inquieta e nervosa. Isso nunca tinha lhe acontecido, não poderia imaginar o porquê desse repentino sentimento. Devia ser impressão sua, mas ele a fitava com persistência, provavelmente a estava achando uma ridícula analisando a forma como ela se vestia, deveria pensar como o sobrinho era amigo de uma moça tão sem graça e tão feia. Sentiu-se mais triste e vazia que normalmente, afinal o que poderia fazer se não tinha animo a não ser para os livros e trabalho. Melhor esquecer, provavelmente não tornaria a reencontrá-lo afinal nunca o tinha conhecido anteriormente durante este 2 anos que convivia com Eduardo provavelmente não o reencontraria novamente.

- Eduardo, também estou indo, preciso ir, minha vó está sozinha e preciso cuidar dela que está com febre. Obrigada, meu amigo. – Eduardo deu um abraço forte nela e ficou feliz em poder ajudá-la, sabia que ela passou por um sofrimento muito grande após a morte dos pais e estava ali sempre que ela precisasse.

- Cat, infelizmente, a Suzy está vindo para cá senão iria levá-la em casa. Depois eu imprimo o trabalho e levo amanhã, tá bom ? – Eduardo deu um outro abraço em Cat e sorriu bem humorado.

- Tá bom. Até amanhã. – Cat saiu pela porta da casa com uma mochila na costa, caminhando de cabeça baixa não se importando com o que ocorria ao seu redor. Já estava chegando próximo a parada de ônibus quando ouviu passos rápidos se aproximando. Sentiu que foi empurrada e alguém tentava arrancar sua mochila.

- Me passa a bolsa, sua vaca !!! – o rapaz estava com uma faca na mão e gritou quando Cat continuou agarrada a mochila, apesar de ter caído no chão e chorar copiosamente.

- por favor, não , eu só tenho esta mochila!! Não!!! Para!!! – o marginal a esbofetou e lhe tirou a bolsa, porém teve seu pescoço agarrado por uma gravata dada por um homem bem alto que o ergue com um golpe quase o fazendo desfalecer.

- Solta a bolsa, muleque!!! E a faca !! – Jack olhou rapidamente o estado de Cat que ainda estava no chão e chorando copiosamente. Ficou furioso e apertou mais o pescoço do desgraçado que ousou machucar a menina. O bandido gemia quase desfalecendo e pedido para parar com o aperto. Ele já havia largado a faca e a bolsa.

- Eu devia ti dar uma surra, muleque, mas desta vez vou ti deixar ir. Vai embora antes que eu me arrependa. – Jack jogou o muleque para um lado e prontamente o mesmo saiu correndo muito assustado.

Jack aproximou-se de Cat que tremia e continuava a chorar sem fita-lo.

- Você está bem ? - Jack ajoelhou e tocou seus ombros tentando erguê-la. 

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