O Fugitivo - kth

19. A Verdade

Eu não podia arriscar sozinha já anoitecendo com um carro dando voltas no local, já basta o Jimin louco ter me encontrado, quem mais eu poderia encontrar? com toda pressa me escondo atrás de um dos bancos, e pela greta do assento eu conseguia ver o que o carro estava fazendo, fiquei por ali quieta apenas observando.

TAEHYUNG

A mais de horas eu e Rick procuramos pela casa, todas as casas ao redor estavam numeradas, apenas uma que não, mas o GPS insistia e indicava que era aqui de qualquer jeito, optamos por achar que a casa era a sem número.

-Já chega de andar, tô ficando tonto já! -Rick estaciona o carro reclamando da demora, eu apenas me concentro em um ponto da rua e me distraio pensando na garota -A mais de meia hora procurando essa bendita casa!

Minhas emoções saltam para fora de mim, meus olhos se molham, eu me sentia culpado por tudo, pela morte do policial e pela perda de uma amiga, talvez se eu não tivesse pedido para entrar em sua casa tudo seria diferente, e apenas eu estaria na pior agora, mas não podemos mudar o passado eu teria que encarar as consequências, e principalmente achá-la.

-É tudo culpa minha, eu perdi ela! -choro em desespero, Rick me olhava torto, quase não acreditando no que estava vendo.

-Vai chorar igual uma garota bem agora que estamos tão perto? -Rick parecia ser frio, mas era muito diferente disso, ele era treinado para não ficar emotivo, eu compreendia sua profissão, tão durão a ponto de encorajar as pessoas. -Você não pode parar agora, não pode deixar essas lágrimas te parar, agora sai desse carro e vamos entrar naquela casa!

-Você tem um cigarro aí? -ignoro Rick, eu precisava me acalmar de alguma forma antes de encontrar o pior, meu medo era achar Anny morta naquela casa.

-Ta me perguntando sobre tabaco invés de ir até lá achar sua garota? Só pode estar brincando comigo! -Rick desce do carro extremamente nervoso, ele vem ao meu lado do veículo e abre a porta me tirando do carro a força -Vamos logo até lá!

Fui empurrado metade do caminho por ele, e quando chegamos a entrada da casa a porta estava encostada, Rick estava com a certeza de que a casa não havia dono, mas que sim alguém passou por lá, ele saca sua arma do coldre e toma frente entrando na casa com ela sempre apontada, eu estava bem logo atrás fazendo meu amigo de escudo, Rick já era um profissional e sabia onde olhar e os pontos mais fortes para investigação, ele olhou por tudo enquanto eu esperava no cômodo por onde entrei, não queria encontrar o pior.

-Voltei, a casa está vazia, não tem ninguém aqui, mas tem algumas coisas que pode indicar a presença da garota. -encaro Rick amedrontado mas aliviado -Achei uma algema debaixo da cama, é muito semelhante a que o meu parceiro tinha, também tem pano com sangue seco e uma bacia com água vermelha, rastro de sangue na porta dos fundos... Hunm!

-... você acha que ela está... -aperto os lábios e os olhos, seguro o choro.

-Morta? Não... eu vou pegar uma amostra de sangue, amanhã te dou o resultado, não tenho um palpite do que aconteceu aqui, mas parece que alguém limpou e não que assassinou! -Rick pegou um cotonete que achou no banheiro e raspou o sangue seco.

-E se o assassino limpou o local do crime? -pergunto curioso

-Impossível, quem quer mesmo se livrar não deixaria essas coisas espalhadas por aí, e muito menos o rastro!

Escutamos algo bater na porta da frente, imaginei que fosse algum daqueles mascarados que me bateu na outra vez.

-Eu sabia, era uma armadilha... Rick temos que sair daqui! -faço gestos desesperados.

-Não! Vai pros fundos eu vou abrir essa porta! -Rick novamente aponta seu revólver, e espera que eu vá aos fundos para ele abrir.

ANNYE

Eu não tinha tanta certeza, mas arrisquei, bati na porta afim de encontrar Taehyung, de longe parecia ele saindo do carro, esperei por uns instantes quando a porta se abriu de repente "Jesus Cristo!" uma arma apontada para mim de novo, fiquei paralisada de susto.

-Espera eu conheço você! -tão inconveniente esse momento, mas eu também o conhecia, parece o policial amigo do Tae "não acredito, é ele mesmo!"

-Você é o Rick? Eu não acredito que encontrei você, mas como? -abri um sorriso largo, ele era o caminho até Tae, estava tão feliz que pulei em seus braços o abraçando, está bem, foi desnecessário -Desculpe!

-Cuidado moça, podia ter atirado, mas que bom que a encontramos, não tem ideia o quanto procuramos por você! -ele estava falando de Taehyung não é? -TAEHYUNG, VENHA CÁ!! -ele grita, ele está mesmo aqui? Eu iria ter um troço agora mesmo.

Taehyung surge atrás do policial, ele estava péssimo, parecia cansado e perturbado, seus olhos estavam avermelhados com olheiras, e ao me ver ele não acreditou, entrei na casa lentamente esperando um abraço mas não aconteceu, apenas ficamos um na frente do outro nos olhando, eu perguntei a mim mesmo se era algum tipo de sonho, mas era tão real, eu sorri e chorei ao mesmo tempo. O celular do policial tocou, era uma mensagem.

-Eu vou precisar voltar para a delegacia, desculpe estragar o momento mas parece que há notícias novas do caso, vamos! -o policial diz esperando que seguissemos ele.

-A gente vai ficar, eu não quero te botar em risco, a gente vai ficar bem por aqui! -Tae diz ainda desacreditado, eu gostei da ideia, pois eu queria um momento com ele, meus olhos não saiam de Tae, custou cair a ficha.

-Vocês tem certeza? -seus olhos passeavam entre a gente, concordamos com a cabeça -Tudo bem então, amanhã quando eu puder trago comida pra vocês e algumas coisas que vocês irão precisar!

Rick nos deixa a sós, eu não sabia o que fazer, Taehyung não se mexia, não saia do lugar, se virou de costas para mim, eu achei estranho, apenas queria abraçá-lo.

-Anny, eu tenho que te contar uma coisa, sinto que esconder a verdade só vai separar ainda mais a gente!

-O que você tem pra me dizer? -digo preocupada

-Eu... eu não sei como contar! -ele suspira

-Conta de uma vez, sabe eu cansei disso tudo, então se tem algo pra falar, apenas fale! -apresso as palavras

-Eu matei alguém... -escutar aquilo me deixou petrificada, não sei o que estava sentindo, se era desgosto, nojo, desconfiança ou traida -Você pode me bater, me xingar e nunca mais querer me ver, mas me deixe te contar o que aconteceu! -ele se virou, pude ver seus olhos molhados e tristes.

-Tente! -eu digo com uma angústia e tristeza tomando conta de mim.

...

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