O Fugitivo - kth

37. Away From You

-O que pensa que tá fazendo Anny? Tem coragem mesmo de se desvalorizar dessa maneira?

-Me vestir assim é se desvalorizar? Desculpa não tô entendendo.

Fiquei calado, não saia palavras nenhuma. Mesmo muito inquieto e tendo tremores por dentro prestes a liberar meus desejos eu bloqueei por mais difícil fosse.

-Não vai dizer nada? Nem se gostou? Tá bom então... -tocou em meus pés pra fora da cama e pretendia massagear. Recuei.

Quando ela começou querer me provocar com seus gestos nada planejados eu tive mais palavras pra soltar, eu senti que precisava jogá-las pra fora da garganta. Anny não estava normal e provavelmente começou a ter uns surtos de chantagem.

-Fazer isso pra tentar me provar algo sabendo que eu só estava preocupado com você, é ridículo Anny! -taquei o salgadinho de lado e fique de pé para me impor melhor e fugir de seus toques.

Nossas vozes já estavam perdendo o controle e ecoando pelo cômodo, era como se sentir constrangido por todo o bairro estar ouvindo aquela discussão mesmo não tendo ninguém por ser totalmente isolado.

-Eu me senti rejeitada tá bom? Isso pra uma mulher é pior que não ser correspondida amorosamente. Acha mesmo que eu não iria me vingar? -ela simplesmente chegou mais perto quase cuspindo na minha cara, mas a coragem foi por água abaixo.

Era uma situação complicada porque estávamos no meio de uma briga novamente, por coisa idiota aliás. Acho que ela não compreendia o que eu estava tentando fazer por ela, não reconhecia o quanto eu me importava e estava ligando apenas pra assuntos interiores e não os exteriores.

-Se precisa mesmo de vingança pra provar algo então que tipo de relação é essa? Você não era assim Anny.

-E fácil de me compreender Taehyung, é só abri os olhos e perceber que eu posso fazer as coisas sozinha, que eu posso socorrer e não somente ser socorrida. Você simplesmente foi mudar o cabelo e nem avisou, eu poderia ter feito pra você.

-Peço desculpa por isso, mas não justifica nada. Você pensa assim de mim, que eu não reparo as coisas que você faz. Mas eu reparo sim Anny, acontece que tem um puta assassino por aí e eu prefiro que você brigue comigo do que fique da mesma forma que betty.

A impaciência rondava nós dois e eu poderia receber um tapa a qualquer momento, sempre escutei de homens "jamais discuta com uma mulher, ela sempre ta certa" talvez essa frase seja pra amenizar a situação e não acabar apanhando por elas. Era uma forma dos homens superar o clima tenso.

-Não sou criança muito menos não tô em sua custódia. Eu vou te provar que eu não sou a mocinha nessa bosta! -sussurrou no pé de meu ouvido, suou como ameaça mesmo que não fosse de verdade.

-Faça o que quiser-respondi sussurrando de volta em seu ouvido -Mas só lembre que um homem de verdade que se preocupe mais com o seu interior tá difícil de achar. Eu não penso na sua carne por isso não deu certo comigo.

Isso fez um olhar macabro cheio de ódio ser lançado contra o meu que apenas esbanjava preocupação e amor.

-Vai embora daqui....

Achei melhor sair pensando por esse lado, eu já estava de saco cheio de discutir. Bati a porta com tudo pra deixar bem claro que eu não estava contente com isso, me dei de cara com Namjoon próximo da porta com os olhos saltados e sua boca aberta, ele escutou e era óbvio. Apenas fiz gesto de decepção passando por ele e fui para o bom e velho sofá companheiro dos homens humilhados.

Era esperado a perseguição de Namjoon atrás de mim querendo espicular a situação, afinal eu acabei de roubar o assento dele pra dormir, ele sabia bem que eu já não estava de bom humor por isso se aproximou na ponta do pé e tentou puxar assunto.