E finalmente as férias chegaram. Se o torneio é aguardado com euforia, as férias são aguardadas dez vezes mais. A escola está praticamente vazia, já que a grande maioria vão para suas casas. Apenas um ralo grupo de alunos ainda permanece por aí.
E quanto a mim. Estou nesse momento tentando equilibrar uma grande pilha de presentes, sem mencionar a mochila pendurada em meu ombro enquanto ando à passos largos e ligeiros até a torre da Grifinória que fica nada menos do que no sétimo andar. Detalhe, vim direto das masmorras. Não é fácil perambular pelo castelo.
- Qual é a senha? - a mulher gorda no retrato pergunta assim que me aproximo, acho que ela nem percebeu que não sou uma aluna da casa.
- Feliz Natal - respondo por trás de um embrulho. Os gêmeos haviam me contado a senha na noite anterior.
O quadro abre passagem e não perco tempo em me lançar para dentro.
- Weasleys, Potter - chamo ao vê-los todos ali.
- Oba! Presentes - cantarola Fred.
- Eu ajudo - diz Rony prestativo.
Espalhados pelas poltronas na frente de uma das lareiras estão Harry, Rony, os gêmeos e Percy. Todos usando o famoso casaco feito pela senhora Weasley.
- Feliz Natal seus cabeças ocas - digo e nos juntamos em um grande abraço coletivo, mesmo sobre protestos de Percy.
- Adoro ganhar presentes. Cadê o meu? - diz um dos gêmeos.
- Aqui - vou pegando cada um dos pacotes e jogando para eles - Divisores de cérebro, Percy, Rony e Harry.
Entrego o último e me sento largando a mochila ao meu lado enquanto eles abrem. Finn, que estava usando meu cachecol pra se manter aquecido, desceu por ele e ficou no meu colo olhando curioso para todos os lados.
Retiro alguns fios pretos do cachecol que grudaram no suéter vermelho feito pela mãe Weasley.
- Obrigado, não precisava - diz Harry com os óculos especiais que comprei para ele jogar - Ainda mais depois de você ter saído do time por minha causa.
- Eu não saí por sua causa, Harry. Eu já deveria ter feito isso muito tempo atrás.
- Mas Fred e George disseram que você ama jogar.
- Eu amo jogar quadribol - concordo - Mas não a forma como Marcos e o time quer jogar. Na escola eu não posso jogar com os outros times das casas. Mas sempre podemos montar um time e jogar para nos divertir. Nem sempre é o lugar, Harry. Porém sempre, sempre, vai ser as pessoas.
Finn foge do meu colo quando Harry se joga para me abraçar. Eu o aperto forte contra meu corpo engolindo o carroço que sobe em minha garganta. É a primeira vez que ele me abraça e quero aproveitar cada segundo.
- Gente, se não corrermos vamos nos atrasar para o almoço - grita George - Hoje é um dia que não deve se desperdiçar.
Harry me solta todo envergonhado e vamos todos juntos para o Salão Principal. O lugar está todo enfeitado para o Natal. As mesas também estão menores para acomodar os poucos alunos que ficaram. Mas ainda assim estão cobertas de comidas e os garotos não perdem tempo em se sentarem e encher os pratos.
Eu por outro lado, primeiro vou até a mesa dos professores e retiro um por um os presentes que coloquei na mochila. Não é grande coisa, mas como eu praticamente moro em Hogwarts, os professores também são minha família.
- Está ficando cada vez mais difícil escolher o que dar para você - digo quando chega a vez de Alvo - Eu não tenho nada a altura, mas aqui está.
Alvo pega o embrulho e abre. Seus olhos brilham e ele se levanta para me dar um abraço.

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Angelus Tenebris - Snape
FantasyMais um ano se inicia na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Dhelila é uma típica aluna que gosta de umas travessuras mas que sempre mantém suas notas boas. Com um grupo de amigos bem variado, uma inimiga declarada e um professor que ela está di...