**Presente**

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Os dias passaram e os alunos retornaram para a escola. Eu nesse tempo fiz questão de me manter o mais afastada o possível de Severo tudo por causa do episódio na sala dos professores ficou na minha cabeça. Caramba, o que tem de errado comigo? Se ele tentasse alguma coisa comigo, tipo qualquer coisa mesmo, eu não faria nada para impedir. Então, como uma covarde, eu fugi dele por todo esse tempo.

Mas as coisas não são tão fáceis assim.

Com o retorno das aulas há também o retorno dos jogos de quadribol. E o próximo jogo da Grifinória contra a Lufa-Lufa vai ser apitado por ninguém menos do que Severo Snape. O morcego das masmorras.

- Veja as coisas pelo lado bom - Sam pondera - Assim você vai poder ficar vendo o seu amado voar. O morcegão voando - ela gargalha alto.

Desde que Samantha voltou e fiz a merda de contar para ela sobre o ocorrido, ela não perde nenhuma oportunidade de rir da minha cara. Isso porque ela me ama, imagina se ela me odiasse.

- Não começa, Sam.

- Ou será que você está preocupada por que Fred vai estar no jogo também?

Acerto meu livro de transfiguração na sua cabeça diversas vezes. Ela continua a rir apesar disso.

- Eu sempre soube que Fred era louco por você. Você era a única que não queria acreditar nisso. Eu queria ver sua cara. Mas o morcegão é novidade para mim.

- Cala a boca mulher, quer que alguém ouça você dizendo isso?

- Ouça o que? - Tony chega acompanhado dos gêmeos para o café da manhã.

- Nada não. Não é mesmo Samantha?

Ela ri mais enquanto acena. Tony olha de uma para a outra desconfiado, mas nos conhecendo bem acaba desistindo e se senta começando a se servir.

O intenso bater de assas das centenas de corujas entrando no salão chama nossa atenção. Hora do correio e meu peito se aperta.

- Vai passar, meu anjo - Sam acaricia minha mão com toda a diversão saindo de seu rosto e brinca um pouco com Finn que está na mesa.

Finn tem ficado muito comigo nesses dias. É como se ele sentisse que eu estou precisando de um amigo especial.

Algo grande pousa na minha frente espalhando o cereal que estava em minha tigela. É uma linda coruja Bufo Real marrom. Ela solta uma carta na minha frente e bica minha cabeça.

- Aí, vai com calma - pego a carta enquanto Sam estende algo para a coruja comer.

- De quem é? - Sam curiosa tenta pegar a carta de minha mão.

- Deixa - dou um tapa na mão dela e abro a carta.

O papel possuí poucas palavras em uma letra quase perfeita e totalmente familiar para mim.

D. N.

Essa é Storm, ela é sua. Por favor aceite. Ela é meio arrisca, mas sei que vocês vão se dar bem.

Não tem nenhuma assinatura, mas ao apalpar o envelope percebo que ainda há algo dentro. Olhando dentro vejo algo que quase me faz soltar uma risada nervosa, porém me detenho.

- Quem foi? Quem é? Por que não tem assinatura?

Sam está com a cabeça sobre o meu ombro para poder ler a carta. Ela se afasta e me encarra com olhos arregalados. Tenho uma ideia de quem seja, na verdade eu tinha quase cem por cento de certeza. Olho para a mesa dos professores, porém nenhum deles demonstra qualquer interesse na nossa parte da mesa. Volto meu olhar para a bela ave na minha frente.

Angelus Tenebris - SnapeOnde histórias criam vida. Descubra agora