Capítulo 25 - RIDDIKULUS

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- E qual é a aparência de um bicho papão? - Remo anda de um lado para o outro.
Os alunos estão todos amontoados na frente do armário em uma distancia segura. Os leões parecem bem interessados na aula, já os sonserinos ficam apenas sussurrando e brincando.
- Ninguém sabe - ah Hermione, minha sabe tudo favorita - Ele é um transformista, assume a forma daquilo que nos dá mais medo. Isso faz com que sejam...
- ... tão assustadores - Remo completa feliz - Cinco pontos para a Grifinória. O feitiço que repele um bicho papão é bem simples, mas que exige muita concentração. Vejam, a coisa que realmente acaba com um bicho papão é o riso. Então o que precisam fazer é forçá-lo a assumir uma forma que vocês achem engraçada. Vamos praticar o feitiço, ah sem as varinhas por favor. Repitam comigo, riddikulus!
- Riddikulus! - a turma repete.
- Essa aula que é ridícula - vejo Malfoy dizendo para seus comparsas.
Pego minha varinha e faço um movimento suave, as cordas dos sapatos do loiro se amarram entre si. Guardo a varinha e volto a prestar atenção na aula.
- Neville, venha aqui. Me diga, o que mais te assusta?
Vermelho como um tomate, Neville responde tão baixo que nem mesmo Lupin que esta do seu lado consegue ouvir.
- Como é?
- O professor Snape - responde tremulo.
- O professor Snape? Sim, ele é bem assustador.
Engulo uma risada.
Remo coloca Neville bem na frente do armário e sussurra algo para ele. Dando alguns passos para trás, Lupin saca sua varinha, um jorro de faíscas sai da ponta e bate diretamente no puxador. O armário se abre com violência. Com seu nariz curvo e ameaçador, cabelos negros e um olhar mortal, uma copia fiel de Snape sai.
Neville ergue sua varinha mais alto enquanto recua um passo. É perceptível seus tremores, porém ainda assim ele pronuncia o feitiço.
- Rid... Riddikulus.
Diante de todos, Severo-papão-Snape tropeça e suas vestes negras são substituídas por um vestido longo, enfeitado de rendas e um imenso chapéu de bruxo com um urubu carcomido de traças no alto, e pra finalizar, uma enorme bolsa vermelho vivo.
A explosão de risadas ecoa por toda a sala. Severo é o professor mais temido de Hogwarts, e vê-lo assim, mesmo sendo um bicho papão, é um acontecimento icônico. Respiro fundo para me controlar, tenho certeza que essa imagem não vai sair de minha cabeça tão cedo.
O bicho papão olha confuso para todos rindo. Remo se adianta.
- Vamos, façam uma fila.
A comoção é geral. Draco ao tentar dar seu primeiro passo acaba caindo de cara no chão. Como planejado, o feitiço se reverte e desfaz o nó. Outra rodada de risos, dessa vez direcionada ao loiro. Ele olha confuso e irritado para seus sapatos.
O olhar de Remo cai em cima de mim. Apenas dou de ombros.
Parvati é a primeira da fila. Snape avança para ela. Um novo estampido é ouvido e onde a copia do moreno estava, agora tem uma múmia com suas bandagens todas sujas de sangue.
Parvati executa o feitiço perfeitamente. Assim, um por um os alunos iam assumindo a ponta da fila e enfrentando seus medos, os transformando em algo engraçado.
Um espírito agourento. Um rato. Uma cascavel. Um olho sangrento. Uma mão decepada. Uma aranha gigantesca, essa do pobre Rony.
Quando Harry avançou para frente com um sorriso torto no rosto, sinto meu sangue gelar. Nesse momento tive medo do que aconteceria.
O craque da transformação do bicho papão dessa vez pareceu reverberar por todo o lugar. Um negro e grotesco dementador apareceu. Espero Harry erguer a varinha, porém ele não se mexe. Começo a me levantar.
- Aqui! - Lupin grita de repente entrando entre Harry e o bicho papão.
Craque! No lugar do dementador, agora uma lua brilhante esta pendurada no ar. Remo diz o feitiço quase que descansadamente.
A bola prateada se transforma em um balão vazando gás e Remo o direciona com a varinha de volta ao armário.
- Bem, por hoje é só pessoal. A aula foi excelente. Peço que leiam o capítulo sobre bichos papões e façam um resumo para me entregarem segunda feira.
Os alunos se retiram agitados, uns comentando sobre terem enfrentado o bicho e outros meio chateados por não terem tido chance.
Assim que a sala se esvazia me encaminho ate Remo.
- Hey. Bela aula. Acaba de conquistar o terceiro ano.
- Obrigado.
Seu olhar se volta para o armário que balança.
- Por que? - toco seu ombro amigavelmente.
- Achei que seria ele, que naquele momento eu veria Voldemort no meio da sala. Acho que ele mesmo ficou surpreso com o dementador.
- Eu entendo. Confesso que tive o mesmo pensamento. Preciso ir, Pince deve estar atrás de mim. Nos vemos depois das aulas.
Ele retira um pergaminho do meio das vestes me entregando.
- Pensei em começar com algo mais leve.
- Obrigada. Até mais tarde.
Recebo apenas um leve aceno de cabeça e seu olhar retorna ao armário. Deixo Remo perdido em seus pensamentos e volto para a biblioteca.
Ao contrario do que pensei, Pince não esta nem um pouco preocupada com minha demora. Volto a meus afazeres arrumando os livros bagunçados e ajudando os alunos em suas buscas.
Quando a biblioteca se esvazia mais uma vez, sigo para a seção reservada procurar livros sobre Necromancia. A biblioteca de Hogwarts é a mais completa da Europa. E dou graças a isso. Aprendi muito aqui dentro.
...
- Dhelila?
- Sim? - ergo o olhar de um livro grosso que tenho nas mãos.
Madame Pince esta na minha frente parecendo divertida.
- Está na hora de ir, querida. Parece que se empolgou ai.
- Ah, não vi o tempo passar - olho meu relógio e o guardo novamente - Mil desculpas.
- Não se preocupe com isso. Vamos, vou fechar.
Ajudo ela e saímos juntas. Pince solta uma risadinha. Olho de canto para ela.
- Então, me conte como foi na sala dos professores. Ele estava lá?
- Ele quem? - desconfio de quem ela esta falando, mas não posso acreditar que ela realmente esta insinuando algo.
- Ora, não se faça de desentendida. Severo, é claro.
- Severo?
- Sim, Severo - ela ajeita os óculos e me encara - Sei que esta acontecendo algo entre vocês.
- Como é? - pareço uma tonta com minhas frases curtas.
- Noto como vocês se tratam. Como trocam olhares sempre que se encontram. Sem falar que hoje você chegou atrasada e ele estava um pouco menos ranzinza esta manhã. Então?
- Não tem muito o que dizer - sorrio amarelo para ela - Só, sabe. Aconteceu. Foi bom, mas foi isso. Ele é o Severo Snape, não posso esperar muito mais. Nem eu posso dar muito mais do que isso.
- Posso te contar um segredo? - aceno com a cabeça - Sempre achei ele um homem bonito. Se eu fosse um pouco mais  nova - ela solta um suspiro -  Tenho pena dele. Quero que ele encontre alguém. Podia ser você.
- Acho meu difícil - paro na frente de um corredor que leva a cozinha - Tenho que ir. Vou me encontrar com Lupin.
- Ah, pobre, Lupin. Lembro dele quando estudava aqui. Outro bom homem. Também quero que se encontre na vida. Acho que você pode ser a mulher certa para ele também.
Sinto meu rosto pegar fogo. Murmuro uma resposta qualquer e me despeço.
Quando chego Remo já esta sentado com duas canecas fumegantes na sua frente.
- Café?
- Obrigada - sento e tomo um longo gole.
- Aconteceu alguma coisa? Esta meio rubra.
Toco meu rosto que esta quente. Juro que mato Pince.
- Oh, nada. Estou bem. Vamos começar?
Tiro o pergaminho que ele havia me entregado mais cedo.
.......
- Então, você realmente tem visões?
- Sim, mas isso pode ser bem chato. Sem falar na terrível dor de cabeça que dá depois.
- Vejam só que desagradável coincidência.
Só pode ser brincadeira. Ele vai sempre aparecer assim? Olhamos para Severo. Ele chama um elfo e da ordens para ele então se volta para nós.
- Estou começando a ficar preocupada, Severo. Isso esta começando a parecer perseguição.
- Vim pedir para um elfo levar nosso jantar em minha sala. Como eu disse, vou começar a poção para o totó hoje. Não temos tempo de ir até o Salão Principal.
- Hum, jantar a dois. Agora isso parece um encontro -  brinco.
- Pense o que quiser - ele bufa irritado - Não sabia que anda dando aulas particulares, professor.
Odeio a forma como ele fala com Remo.
- Pense o que quiser, professor Snape - respondo ríspida no lugar de Remo e guardo o pergaminho me levantando.
- Até mais, Lupin - aperto seu ombro amigavelmente ao ver seu olhar triste, me viro para Severo - Vou passar em meu quarto tomar um banho primeiro e trocar de roupa. Talvez me atrase um pouco. Com licença, senhores.
- Coloque uma roupa mais apresentável do que aqueles jeans velhos.
Paro na porta e me viro, fazendo um gesto muito feio com a mão. Vejo Remo esconder uma risada e o olhar mortal do moreno.
- Talvez devesse ir nua, o que acha, querido?
Saio batendo os pés. Tem momentos que eu gostaria muito de usar uma maldição imperdoável em Severo. Juro que sim.
.........

EU JURO SOLENEMENTE NÃO FAZER NADA DE BOM
Quem é vivo sempre aparece. E olha nós aqui outra vez.
O capítulo ficou uma bosta. Eu sei.
Mas então, me digam.
Vocês querem o próximo capítulo com umas cenas mais quentes ou acham que ela tem que dar um castigo pro Severo por ser um menino muito mal?
Sinto cheiro de outro maroto chegando na parada. Aiai.
Sobre os votos e comentários. Espero que nesse Natal papai Noel traga lindos presentes de Harry Potter para vocês.
Beijos.
Malfeito, feito

Angelus Tenebris - SnapeOnde histórias criam vida. Descubra agora