Angelus Tenebris - Snape

Cap 15 - REGRESSO

- Onde ele está? Como você deixa isso acontecer?
Mal tomo forma na lareira e saio aos gritos.
- Calma, minha filha. Ele está bem. Acaba de sair daqui - papai vem me abraçar - Venha matar a saudade desse velho.
Céus. Como senti saudade desse abraço. Do seu cheiro. Foi um ano realmente longo para mim.
- Você parece maior. E mais velha. Vejo que eu tinha razão quando eu disse que você já era uma mulher.
- Não tente me enrolar, meu velho - solto dele - Também senti sua falta. Mas agora quero saber, que história é essa de Câmara Secreta? Como Harry foi parar lá dentro? Achei que tinha me contato tudo nas cartas que me enviou - acuso.
- Sente e vou te contar tudo.
....
- Deixa eu ver se entendi direito. Alunos, o senhor Nicolas e até mesmo aquela gata terrível foram petrificados. Descobriram que Harry é um ofidioglota assim como Tom Riddle. Acusaram Hagrid de abrir a Câmara e ele foi para Azkaban. Gina Wesley foi levada para a Câmara e os dois metidos a heróis foram salvá-la com o paspalho do Lockhart. Harry quase foi morto por um basilisco e pelo próprio Tom Riddle que de alguma forma estava vivo em um diário.
- Sim.
- Pelas barbas de Merlin - muita informação - Vai ter algum ano que o perigo não procure esse garoto?
- Acho muito improvável.
Olho feio para ele.
- Não imagino o motivo de ter me escondido coisas.
- Você demorava para responder e quando fazia eu notava como estava cansada e cheia de trabalho.
- As coisas não foram tão fáceis para mim. Meus estudos com Newt foram bem por dois meses. Então a coisa toda de Necromante saiu de controle. Eu via almas para todos os lados. Muitas delas me implorava ajuda. Algumas eram mais gentis e compreendiam minha inexperiência, já outras queriam que eu os ajudasse de qualquer forma. Eu posso tocá-las, para mim elas são totalmente físicas. E isso é uma droga.
Brinco com o pingente do meu colar enquanto me perco nas lembranças. Algumas bem doloridas, como quando quebrei o braço por causa de um homem que insistia que eu mandasse matar o bruxo que o matou.
- A cereja do bolo foi quando as visões começaram. Se eu tocava um fantasma eu via toda sua vida antes dele morrer. Se eu estava lidando com alguma alma mas com os pensamentos em outra pessoa, eu tinha uma visão do presente ou futuro dela. Foram meses até conseguir controlar tudo isso. E só depois de obter o conhecimento e controle de tudo que eu consegui bloquear.
- Você pode ter visões? - Ele se inclina em minha direção todo interessado.
- Não mais - nego - Eu preferi bloquear essa parte. As vozes já são o suficiente, obrigada. As visões eram terríveis porque eu não assistia de fora. Eu estava no acontecimento, eu era o personagem principal. Perdi as contas quantas vezes voltei a mim aos gritos por ter levado um tiro, ter sido degolada ou quantas vezes ouvi a maldição da morte.
Um arrepio me sobe pela espinha. Odeio lembrar dessas coisas.
- Eu praticamente fiquei trancada no quarto estudando e treinando. De tempos em tempos eu pegava as cartas que eu recebia e respondia vocês.
- Como você está agora? - seus olhos estavam preocupados - Se eu soubesse...
- Estou ótima. E você não poderia me ajudar muito. Newt procurou muito até encontrar outro Necromante que pudesse me dar umas dicas.
- Vai continuar seus estudos com o senhor Scamander?
- Já dei muita dor de cabeça para ele e sua família. Acho que vou sossegar um pouco. Pensei em comprar uma casa para mim em Hogsmeade. Assim fico perto o suficiente de você e Harry. O dinheiro que ganhei com o que consegui trabalhar com Newt é mais do que suficiente.
- Então venha trabalhar aqui. O professor Silvano Kettleburn vai se aposentar. Pode ficar no lugar dele com Trato das Criaturas Mágicas.
- Não posso. Se vai precisar de alguém para TCM você sabe muito bem quem é a pessoa certa - ele concorda.
- Passe a noite aqui. Amanhã vou pessoalmente com você para escolher a casa.
- Na verdade eu estava planejando ir para o Caldeirão Furado. Pedi para Norman mandar minhas coisas para lá e fazer uma reserva. Só até ter tudo pronto.
- Vou pedir para alguém trazer Harry até aqui antes do jantar.
- Não precisa. Se ele está bem é melhor que descanse e se alimente. Papai?
- Sim?
- E Hagrid?
- Ah, sim. Já mandei uma carta para o Diretor de Azkaban contando que tudo não passou de um engano. Se não acontecer nenhum imprevisto ele estará aqui até o jantar.
- Ótimo - me levanto - Desculpe pela forma como cheguei. Vou indo. Amanhã estarei aqui logo cedo.
- Se cuide - ele me abraça novamente.
Volto para a lareira e pego o pó de flú. Antes de jogar olho para a porta, como ela não se abre eu sigo meu caminho direto para o Caldeirão Furado.
.....
Meus planos de acordar cedo vão por água abaixo. Assim que abro os olhos percebo que grande parte da manhã já passou. Apalpo o criado mudo até achar meu relógio de bolso que tinha jogado ali e vejo que já passa das nove horas. Levanto e vou me arrumar. Visto uma calça jeans azul, uma camisa preta e faço uma trança no meu cabelo que está na altura da minha cintura.Termino vestindo meu amado tênis allstar.
- Bom dia senhorita Nellesdor, o que vai querer para o café da manhã?
- Só uma caneca de café, Tom. Obrigada - digo ao dono do Caldeirão.
- Meio tarde para o café.
Ergo o olhar e sorrio largo.
- Bom dia, papai. Sente-se.
Ele puxa a cadeira da minha frente e se senta.
- O que faz aqui? Eu disse que iria até o Castelo.
Ele parece interessado no arranjo sobre a mesa.
- Belas flores.
- Isso é verbena. Não acho que frequente esse lugar normalmente.
- Você se atrasou. Resolvi poupar o seu trabalho de ir até lá. Vim até você e então vamos para Hogsmeade ver a casa.
- Aqui está - Tom entrega meu café e olha maravilhado para papai - Ah, pelas barbas de Merlin! Alvo Dumbledore! Quanto tempo meu amigo.
Gentilmente Alvo conversa com Tom por alguns minutos até que outra mesa o chama. Tomo meu café enquanto isso.
- Terminei. Vamos?
Nos levantamos e ele me estende o braço. Pego e juntos aparatamos direto para Hogsmeade. Tomamos forma em frente ao Três Vassouras.
- Incrível como esse lugar não mudou nada em um ano - olho em volta - No mundo trouxa as coisas mudam tão depressa que quase não se pode acompanhar.
- Marquei com a senhora Stark aqui. Ela é a melhor no ramo de compras e vendas de casas nessa região.
- Obrigada. Eu não tinha pensado nisso. As vezes esqueço de seus contatos.
- Ah, senhor Dumbledore - uma bruxa ruiva com roupas espalhafatosas coloridas se aproxima - E essa é a senhorita Nellesdor. Muito prazer.
- Prazer.
- Por um acaso não nos conhecemos de algum lugar? - ela arruma os óculos e se inclina me olhando de perto - Você é muito parecida com uma amiga minha, com exceção da cor dos olhos e cabelos. - chacoalha a cabeça - Impossível! Ela morreu há alguns anos e só tinha um garotinho.
A bruxa olha para outro lado, mas ainda posso ver seus olhos cheios de lágrimas não derramadas.
- Dhelila é sobrinha de Lilian, Victoria - olho chocada para papai.
Victoria, deve ser esse seu nome, olha de Alvo para mim. Sem que eu espere ela me envolve em um abraço.
- Oh, minhas desculpas - diz me soltando - Lilian era minha melhor amiga. Quando ela e Thiago foram mortos foi muito difícil pra mim.
- Tudo bem - dou um sorriso sem jeito.
- Mas não foi por isso que viemos aqui - ela pega um pergaminho da bolsa e uma pena - Tenho três imóveis aqui perto e tenho certeza que você vai amar. Vamos?
A primeira casa era muito bonita, mas definitivamente não fazia muito meu estilo. Era grande demais. Escura demais. Morta demais. A segunda até que parecia interessante, o problema é que só possuía um quarto e sem quintal.
- Tenho uma especial para você - Stark sorri - O dono dela está vendendo a preço de banana. E é uma raridade.
Lá vem bomba. Penso comigo.
Caminhamos mais algumas casas e ela para na frente da casa de número 67.
- Por Merlin! - digo surpresa.
A fachada é simples com um ar antigo. Sua pintura está impecável e o muro baixo na frente esta coberto com uma trepadeira com delicadas flores roxas.
Alvo abre o portão e sou a primeira a entrar. Assim que Victoria abre a porta entro e fico eufórica.
- No primeiro andar temos sala, cozinha, um banheiro e uma pequena biblioteca. No segundo andar há três quartos, um deles possui banheiro próprio. Mais um banheiro e uma varanda bem ampla.
A sala é bem grande e já esta toda mobiliada. A cozinha é pequena mas bem confortável e também completa. Subimos para os quartos. O principal é maior que os outros dois e como ela disse possui um banheiro.
- Ela é incrível - digo quando tornamos a  descer e paramos na biblioteca que está abarrotada de livros. Sinto meus olhos brilharem.
- Você ainda não viu tudo. Venha.
Ela abre uma porta dupla na parede leste. .
- Oh céus.
Fico sem fôlego com o que vejo. Há um lindo jardim nos fundos. Está repleto de flores, algumas ervas e uma fonte pequena com a estátua de um unicórnio. Vivo no mundo bruxo, mas tenho que dizer que isso é realmente mágico.
- O senhor Mickaelson perdeu a esposa há cinco anos, ele cuidava de tudo isso por ela - Stark suspira - Mas a idade chega para todos. Ele infelizmente não tem herdeiros. Então resolveu vender. A mobília, o jardim e todos os livros são como um brinde para quem comprar a casa. O único pedido dele é que cuide muito bem disso tudo.
- Ela é perfeita, posso ver o contrato?
- Claro - ela me entrega.
- Isso é sério? Por esse preço ele está dando de graça.
- Para ele o maior valor dessa casa foram os momentos que ele passou com sua mulher aqui.
Sinto lágrimas em meus olhos e pisco para não derrubar.
- Ok. Negócio fechado - pego a pena e assino.
Papai me olha todo orgulhoso. Acerto todos os detalhes com a senhora Stark e ela me entrega as chaves então vai embora.
É oficial. Agora tenho meu próprio cantinho. Um lugar para chamar de meu. Meu peito quase explode de tanta alegria. Recebo um grande abraço de papai e vamos juntos para o Três Vassouras comemorar.
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Eu juro  solenemente não fazer nada de bom.
Olá bruxas e bruxos do meu coração.
Depois de anos voltei. 🙈
Vocês não imaginam a guerra que tenho com meu celular para escrever. Quebrou a tela bem no teclado 😪
Mas estou fazendo meu melhor. E como viram agora começa a nova fase. Então vamos ver o que nos aguarda.....
Beijos 😘😘
Mal feito, feito.