Capítulo 13

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Sento na cama e jogo o livro sobre o ombro.
- Dhelila, o professor Snape está lá embaixo e chama por você. Está na hora.
- Estou descendo, obrigada Susan.
Chego no Salão e estão todos reunidos.
- Aí está, estava me perguntando se havia resolvido pular direito para a festa. Tem tanta certeza que se saiu bem, senhorita?
Ah. Severo e seu habitual mau humor. Não o respondo e sento em uma poltrona qualquer. Ele inicia a chamada e a entrega das notas.
- Senhorita Nellesdor.
Vou até ele e pego o pergaminho que ele me oferece.
- Meus parabéns.
Seus olhos me queimam, mas ao invés de eu ficar desconfortável eu fico excitada. Céus, tenho sérios problemas. Olho meu resultado.
- Excelente em Poções? - estou surpresa.
- Parece que aprendeu alguma coisa, não é? Bom saber que tem alguém menos cabeça oca por aqui - ele me ignora - Ellen Novak!
Seguimos para o Salão Principal para o jantar. Dessa vez sou obrigada a me sentar na minha própria mesa. Samantha acena para mim de sua mesa toda empolgada e diz que foi muito bem.
- Mais um ano se passou! E que ano eu diria. - Alvo inicia - Agora, pelo que entendi, a Taça das Casas deve ser entregue e a contagem ficou assim: em quarto lugar Grifinória com 302 pontos, em terceiro Lufa-Lufa, com 352 pontos, em quarto lugar Corvinal com 426, e Sonserina com 462 pontos.
Minha mesa faz o maior estardalhaço em comemoração.
- Sim, senhores, Sonserina está de parabéns. No entanto, temos que levar em conta os recentes acontecimentos.
Todo o lugar mergulha em um enervante silêncio.
- Tenho alguns pontos de última hora para conferir. Vejamos. Sim. Primeiro ao Sr. Ronald Weasley pelo melhor jogo de xadrez presenciado por Hogwarts em anos, eu lhe confiro 50 pontos.
Olho para Rony, ele parece um tomate de tão vermelho. A mesa da Grifinória comemora.
- Segundo: a senhorita Hermione Granger, pelo uso da lógica inabalável diante do perigo, eu lhe confiro 50 pontos.
Hermione esconde o rosto nos braços. Céus, Grifinória subiu 100 pontos já.
- Terceiro: ao sr. Harry Potter - novamente silêncio - Pela frieza e excepcional coragem. Concedo a Grifinória 60 pontos.
Com o empate com a Sonserina, os leões vão a loucura e Dumbledore precisa chamar a atenção antes de continuar.
- É preciso muita audácia para enfrentar nossos inimigos, mas igual audácia para defender nossos amigos. Por isso concedo 10 pontos ao Senhor Neville Longbottom.
Dumbledore deixa todos comemorarem por um minuto. Grifinória, Lufa-Lufa e Corvinal entram em festa. Sou a única Sonserina a bater palmas.
- Muito bem. Acho que com isso, precisamos de uma mudança na decoração - e bate palmas.
As bandeiras verdes e a grande cobra da Sonserina são trocados por bandeiras vermelhas e pelo glorioso Leão da Grifinória.
...
Após o jantar ser retirado, os diretores das casas se posicionam em frente ao salão. Dumbledore também se levanta e fica ao centro com um pergaminho nas mãos.
- Agora que estamos todos satisfeitos, vamos iniciar a cerimônia de fim de ano para nossos alunos que se despedem de nós - o salão aplaude - Muito bem, vou chamar seus nomes e venham até seus diretores. Samantha Rickman!
- Isso! - Sam levanta aos pulos e vai até o professor Flitwick que entrega para ela o certificado - Eu gostaria de oferecer essa vitória para meu namorado Tony, todos meus amigos e principalmente para a garota que virou uma irmã aqui dentro para mim.
Sinto meus olhos se encherem de água.
- Te amo minha gata - ela ergue o certificado alto em comemoração - Também queria agradecer aos professores, a bibliotecária, ao...
- Acho que já entendemos senhorita Rickman, venha - Alvo interrompe Sam e as gargalhadas dos alunos.
Ela para em sua frente e com um movimento de varinha, Alvo conjura um chapéu pontudo azul e bronze. Ela sai aplaudida.
- Amélia Turpin.
- Stefan Holmes.
- Derek Ward.
- Maggie Tyler.
- Dhelila Nellesdor.
Respiro fundo duas vezes antes de me levantar. Aplausos rompem das outras três mesas. Minha mesa pouco se faz presente. Paro na frente de Severo.
- Finalmente livre de mim - ele me entrega meu certificado.
Pego e pisco para ele.
- Ainda não tive tudo de você, Severo.
Sigo até papai e me controlo para não me jogar em seus braços. Ele agita a varinha e meu chapéu verde e prata aparece. Sorrio para ele.
- Meus parabéns, minha querida.
- Sam! - grito para ela me ouvir. Ergo meu certificado - Esse é nosso!
Volto ao meu lugar sob aplausos e assobios. Os gêmeos conseguem gritar mais alto do que todos.
Ao término vou para o quarto da Sam com ela para trocarmos de roupa. Coloco um vestido tomara que caia preto e verde com saia rodada e solto meu cabelo. Para finalizar visto meu tenis. Sam veste um vestido azul longo. Ela vai acompanhada de Tony. Eu é claro, vou com os gêmeos.
Assim que saímos do dormitório da Corvinal, encontramos com os garotos que nos esperam devidamente vestidos. Tony beija Sam e saem de mãos dadas.
- Senhorita - Fred faz um floreio e pega meu braço esquerdo.
- Nos concede a honra? - George diz antes de pegar meu braço direito.
- Mas que sortuda eu sou, ser acompanhada por dois rapazes tão encantadores.
- O que é isso? - George toca meu colar.
- Já vi isso em algum lugar - Fred olha pensativo.
- Papai me deu de Natal. É o símbolo das Relíquias da Morte.
- Ah, bem que achei familiar.
- Vamos logo - digo puxando ambos.
Assim que Sr. Filch abre as portas do salão menor para bailes, reconheço várias cabeças que não estão se formando mas que estão presentes como acompanhantes. A sala está decorada com as cores das casas. Há uma pista de dança no meio e duas grandes mesas cheias de comida e bebida. Os professores se encontram aqui também. Alguns poucos conversam com alunos, os outros estão em um círculo parecendo meio deslocados.
Papai me vê e acena com a varinha em direção aos instrumentos musicais em um canto. Ele atravessa a pista, os alunos vão dando espaço para ele passar. Ao parar do meu lado o salão se silencia.
- Sem mais delongas, aproveitem a festa - nesse momento uma valsa suave começa a tocar. Ele estica a mão como um antigo cavaleiro - Será que a jovem e bela moça se importaria de dançar uma música com um velho senhor que muito lhe admira?
- Quantas o senhor quiser.
Os gêmeos me largam e Alvo pega na minha cintura. Os passos da valsa fluem por mim facilmente. Alvo, apesar da idade se locomove muito bem pela pista.
- Hoje meu coração esbanja em alegria e orgulho. Minha menina já é uma mulher. Vai seguir a própria vida a partir de agora. Vai esquecer esse velho aqui.
- Bobagem - digo após um rodopio - Eu jamais te esqueceria. O que sou, é graças a você. Devo tudo a você, sei que jamais poderei retribuir.
- Você me dá uma coisa muito importante', minha filha. Felicidade. E vai me dar muito mais se for menos cabeça dura no futuro. Só precisa ouvir um pouco mais o coração.
- Humpf. Sem papo melodramático. Hoje é dia de festa.
- Viu como Severo te olha?
Tive que usar de toda minha concentração para não tropeçar nos meus próprios pés. Engoli o caroço da minha garganta.
- Como é?
- Severo é um homem bom - seus olhos brilham por baixo dos óculos - Mas é tão cabeça dura quanto você.
- Pai! Vou fingir que você não disse isso.
- Eu não disse nada - ele pisca matreiro.
Papai me gira novamente e Fred me pega no meio do giro.
- Já lhe disse que está linda hoje?
- Isso é uma cantada?
- Não. Isso é uma cantada - ele faz uma voz sensual - Você vem sempre aqui?
Caio na gargalhada.
- Essa é terrível.
- Por incrível que pareça às vezes funciona - ele dá de ombros.
- Imagino com que tipo você usa uma dessa.
- Só tenho olhos para uma.
- Fred!
- Não custa ter esperança.
A música acaba e vou até a mesa me servir de algo para beber.
- O garoto Weasley não é muito novo para você?
- Primeiro, que eu não me importo com essa baboseira de idade. Segundo, Fred é apenas um amigo. E terceiro, qual seu interesse nisso Severo?
Ele se serve e vira para a pista sem me olhar.
- Nenhum. Só fazendo meu papel de professor.
- Deixa eu lhe relembrar uma coisa, querido. Não sou mais sua aluna. Finalmente você está livre de mim - tomo meu ponche.
- Então, isso é tudo de você? Para ser sincero esperava mais.
Me engasgo. Ele deposita o copo vazio na mesa e sai.
Eu te odeio Severo Snape.
- Achei você - Sam aparece toda sorridente - Vem, hora de dar um showzinho para esse pessoal.
Ela me arrasta até os instrumentos e pega dois microfones me entregando um.
- Aquela que amamos. Vamos dar um pouco de energia para esse lugar.
Tirando a varinha de sabe lá onde, ela faz os instrumentos começarem a introdução da nossa música favorita. Ela inicia cantando. Sou uma cantora razoável, mas Sam tem a voz divina.

Angelus Tenebris - SnapeOnde histórias criam vida. Descubra agora