Capítulo 16 - WEASLEYS

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- Então o Ministro levou todo esse tempo para mandar uma carta apenas dizendo que lamenta mas não pode considerar meu pedido? Oras, francamente. Ele poderia ter dito isso à muito tempo.
Estou na sala do Diretor andando de um lado ao outro com a maldita carta que recebi do Ministério da Magia. Depois que sair daqui ainda tenho que preparar minha mudança para minha nova casa. Não é grande coisa, apenas algumas roupas, livros e minha coruja Storm.
- Infelizmente, eu te avisei que seria um caso complicado - papai está sentado sobre o canto de sua escrivaninha - Harry está seguro na casa dos tios. Até ele chegar aos 17 anos o Ministro vai querer manter ele controlado. E com você não seria possível. Afinal, ele é o Menino que Sobreviveu!
- Então não se trata de mim ou a segurança de Harry - vejo o que ele não está falando - E sim sobre o Ministério ter controle sobre ele. Está querendo dizer, que eles temem que futuramente Harry venha a ser uma dor de cabeça?
- Em poucas palavras, sim - ele se levanta e me estende outra carta. Noto o carimbo do Ministro - Isso chegou para mim.
Pego a carta já imaginando o que está escrito.
- Caro amigo Dumbledore - começo a ler - Lamento informar que o pedido que sua protegida, a senhorita Nellesdor, trouxe ao Ministério foi lhe negado. Presumo que o senhor como é um homem extremamente inteligente, entenda que não podemos permitir tal ato pelo bem e proteção do garoto Potter. Espero que compreenda e tente pedir a senhorita que não faça uma nova requisição. Atenciosamente Ministro...
Jogo a carta sobre a mesa ainda mais indignada.
- Eu não acredito. Ele quer garantir que eu não atrapalhe seus planos.
Antes que papai possa responder batidas leves se fazem ouvir na porta. Suspiro e me acalmo enquanto ele levanta para abrir.
- Dhelila!
Harry entra e corre me dar um abraço. Que falta me fez esse corpo magricela nos meus braços.
- Tá crescendo garoto - o solto - E tem que cortar esse cabelo.
- Parece que faz anos que não nos vemos. Você está linda. Parece mais velha.
- Me chamando de velha. Vê se pode? - brinco - Respeita meus cabelos brancos, moleque. Vem, vamos sentar  que temos muito assunto para colocar em ordem.
***
- Então era por isso que suas cartas demoravam a chegar.
- Sim. Foi bem corrido pro meu lado. Eu estava ficando preocupada quando não recebia nenhuma resposta sua nas férias.
- Isso é culpa de um elfo maluco, Dobby. Ele queria evitar que eu viesse para Hogwarts. Ele queria me salvar.
- Preciso conhecer esse elfo - dou a volta na mesa do papai e abro a gaveta procurando doces - Achei. Ele sempre esconde os melhores no fundo. Aproveite.
Coloco o pacote sobre a mesa e sento em sua cadeira. Papai saiu e nos deixou conversando.
- Caramba. Essa cadeira/trono é confortável demais. Preciso arrumar uma dessa para mim. -
- É estranho ver outra pessoa aí.
- Bem. Tenho duas notícias - me inclino na mesa como papai faz - A primeira é que o Ministro não cedeu sua guarda para mim. Mas a segunda notícia é boa. Eu acabei de comprar uma casa em Hogsmeade e você pode me visitar sempre que quiser.
- Isso é incrível - ele sorri largo - Ano que vem quando eu tiver idade para os passeios poderei ficar com você.
Sua alegria é contagiante. Ficamos ali por mais meia hora quando papai volta dizendo que Harry precisa voltar para as aulas.

***************

As aulas em Hogwarts finalmente acabaram. Apesar de Harry insistir em passar as férias comigo, achei melhor esperar. Acho que já está mais do que na hora de eu fazer uma visitinha ao lugar que eu nasci.
Quanto a minha própria casa, tenho me adaptado bem. É diferente ter uma casa só para mim. Sinto falta de Dumbledore resmungando sozinho pela casa com livros na mão, ou quando ele resolvia de pregar alguma peça em mim. Sim, Dumbledore é uma criança quando não está vestindo seu manto de diretor. Afinal, eu passei sete anos com ele. Onde vocês acham que eu aprendi as minhas melhores pegadinhas?
Pego minha varinha e olho para a árvore que era de Finn. Sinto um aperto no peito ao lembrar do meu Tronquilho. Posso não ter sido responsável pela morte de Sky, mas a perda de Finn é cem por cento minha culpa.
Tranco a casa e aparato direto para a Toca. Tomo forma alguns metros da casa dos Weasleys. Ainda é cedo e os jovens devem estar todos dormindo. Em uma janela vejo movimento, provavelmente a senhora Weasley. Caminho até a porta e bato.
- Um momento - a voz de mulher vem abafada.
A bruxa baixinha de cabelos ruivos e revoltosos abre a porta secando as mãos em seu avental gasto. Seus olhos brilham ao me ver. Já nos encontramos algumas vezes no Beco Diagonal e quando ela precisava ir a Hogwarts por causa das gemialidades de Fred e George.
- Oh, Lila! - apenas ela e Hagrid me chamam assim. Ela me abraça - Entre querida. Os garotos estão dormindo mas eu já os acordo. Sente, vou trazer um chá. Ou prefere café?
- Um café se não for incomodar.
- De maneira nenhuma. Recebi sua carta ontem e resolvi guardar segredo para os meninos. Eles não param de me importunar para ir até Hogsmeade.
Ela termina de colocar a mesa. Me  sento em uma das cadeiras.
- Só um pouquinho, querida.
Molly some e logo ouço a comoção nos andares de cima. Percy e Gina são os primeiros a aparecer. Gina me diz uma Bom dia sonolento e Percy todo desgrenhado me surpreende com um abraço. Os Gêmeos descem em seguida. Ambos congelam ao me ver.
- Parece que não foi uma boa ideia eu ter vindo - levanto e abro os braços - Nem sequer um abraço vou receber.
Não sei realmente qual dos dois me envolve primeiro, só sei que com esse abraço finalmente me senti de volta ao lar. George me solta primeiro.
- Você fez uma falta enorme - Fred murmura - Me prometa que nunca mais vai embora.
Trinco os dentes e respiro fundo. Não, Dhelila, você não vai chorar.
- Obrigação da nobreza - volto a me sentar - Não posso prometer isso. Apesar de alguns empecilhos, minha estadia com Newt foi muito proveitosa e deveras inspiradora. Penso em mais para o futuro fazer outra viagem assim.
- Oxi. Nem chegou e já está planejando ir embora de novo.
- Chega de drama, George. A garota é livre para ir e vir. - Molly ralha e começa a nos servir.
- Caramba, mulher - Fred finge desagrado - Como consegue nos confundir tanto? Sou o Fred!
Molly aponta a faca de manteiga para ele.
- Olha como fala comigo, moleque - ela está sorrindo, o que estraga com sua bronca.
Passo um dia bem agradável junto com os Weasley. Arthur chega na hora do almoço e tudo fica ainda mais divertido. Jogamos cartas. Fazemos um mini jogo de Quadribol. Tomamos um lanche tipo piquenique no quintal e jogamos muita conversa fora.
- Aí! Mãe, o jardim está cheio de gnomos de novo! - Gina reclama mostrando a mão mordida.
- Meninos. Podem resolver isso, por favor?
- Ah, deixa eu ficar mais um pouco com minha garota - Fred está deitado em minhas pernas. Bagunço seu cabelo.
- Vai lá.
- Isso só pode ser um complô contra mim. Guarde meu lugar.
Observo os três correndo pelo jardim atrás de gnomos. Quando eles pegam algum, os giram ligeiro e os lançam para cima.
- Vocês sabem que podia ser bem mais prático se vocês  tivessem um gato, não é? Eles detestam gatos.
- Gato não. Jamais - Ron lança mais um e para me olhar - Ele acabaria comendo o tonto do Perébas.
- Não ia ser uma grande perda.
- Não enche, George.
Os três iniciam uma discussão. Fico apenas observando. Como seria incrível poder ter vários irmãos para podermos brigar assim. Tenho apenas um irmão que nem sabe que existo. Tiro meu relógio do bolso e vejo a hora.
- Bem, acho que esta na hora da minha próxima parada - suspiro.
- Boa sorte, meu anjo. E sabe que pode vir sempre que quiser ou precisar - Molly aperta minha mão e me dá um sorriso amável.
- Se quiser posso te acompanhar até lá - Arthur oferece.
- Obrigada. Mas tenho que enfrentar por mim mesmo. E pode ter certeza que vou voltar. Eu fiquei apaixonada por aquele cozido.
- Na próxima eu te ensino a fazer e você me ajuda.
Me despeço de todos e aparato.
Parada na frente da porta sinto minhas pernas bambas. Respiro fundo e bato na porta. Ouço vozes vindo de dentro e logo ela é aberta.
- Dhelila?
- Olá Harry.
Ele parece meu perdido. Então me abraça como se não me visse a anos.
- Harry. É Guida? Por que não deixa ela entrar?
A mulher alta demais com um pescoço longo demais aparece. Seu sorriso morre quando vê quem está ali.
- Olá mamãe. Sentiu saudades?
.............

Eu juro solenemente não fazer nada de bom.
Olha eu aqui outra vez. A cada dez anos. Kkkkkk
Mais será que prevejo treta?
Só o tempo dirá.
Ou o próximo capítulo. Kkkkkk
Até.
Mal feito, feito.

Angelus Tenebris - SnapeOnde histórias criam vida. Descubra agora