- Ainda bem que achei vocês - digo quase sem fôlego pela corrida.
- Alguém morreu? Por que fugiu da festa ontem?
Balanço a cabeça e recupero a respiração.
- Estava cansada e vocês estavam se divertindo - dou de ombros - Mas não é isso que quero falar. Eu vim me despedir.
Os gêmeos se olham.
- Como é? Não pode fazer isso com a gente.
- Acabei de voltar da sala do Alvo. Vou para o Brasil com Newt, ele precisa que eu esteja em sua casa em uma hora.
- Não pensei que seria assim. Nem tive chance.
- Sem frescura Fred. Vou sempre mandar cartas e vou visitar sempre que puder. Eu quero deixar isso com vocês.
Tiro o mapa do bolso e entrego para eles. Pego minha varinha e toco no mapa.
- Eu juro solenemente não fazer nada de bom.
Eles olham admirados o mapa.
- Isso explica muita coisa.
- Quando terminarem basta dar um tapinha e dizer: mal feito, feito. Não façam nada que eu não faria. Preciso ir. Amo vocês.
Abraço cada um e então ambos me envolvem eu um abraço caloroso. Mordo o lábio para não chorar.
- Tenho que achar o trio. Até a próxima divisores de cérebro.
Encontro com Harry, Rony e Hermione no Salão Principal. Estão conversando animados sobre os resultados deles que saíram.
- Hey. Gente, não tenho muito tempo. Vim dizer tchau.
- Não vai no trem? - Hermione pergunta ao colocar seu malão sobre a mesa.
- Não. Na verdade nunca fui com o trem. Sempre morei com Alvo. Vou viajar com Scamander. Ele vai para o Brasil hoje e quer que eu vá com ele. Tenho menos de uma hora.
- Vai escrever?
- É claro, Harry - o abraço - Diga para Walter e Petúnia que mandei lembranças. Foi um prazer passar esse ano com vocês. Mandem um beijo para Neville. Até qualquer hora.
Não gosto de despedidas, por isso tento ser o mais breve possível. Corro de volta até a sala de papai. Onde vou usar a rede de flú para viajar. Em Hogwarts é proibido aparatar, mas há a lareira do diretor.
Sam está com Tony me aguardando. Ela seca as lágrimas quando entro.
- Eu juro, se você aparecer com um arranhão por qualquer bicho que seja eu te sequestro e trago de volta.
- Não tem perigo, Samantha. Você que vai ser uma Auror. Tony, por favor faça o possível para manter essa louca em controle.
- Bela forma de dizer eu te amo - Sam bufa e me abraça.
- Eu te amo, minha irmã - digo contra seu ombro - Se cuida. Quero saber de tudo que se passa por aqui.
Sam se recusa a me ver partir. Dramática. Então depois de mais um abraço de Tony, ela o arrasta porta a fora. Fico sozinha com papai.
- Sobre o que te contei mais cedo. Não fale para ninguém. Vou ver o que descubro e ver o que posso fazer. Vou te manter sempre informado.
Assim que acordei corri para cá. Precisava falar com alguém. Minha cabeça parecia que iria explodir. Necromante, Severo, beijo, Scamander, Harry. Então fui até a pessoa que mais confio. Alvo Dumbledore. Claro que não contei sobre Severo e o beijo. Não sei se tenho alguma coragem para isso. Então falei sobre a coisa toda de Necromante. E no meio de nossa conversa chegou uma coruja com uma carta de Newt pedindo que eu fosse até as dez para a sua casa.
- Vem aqui, minha filha - ele me envolve. Sua barba faz cócegas em meu rosto.
Aspiro seu cheiro. Madeira, pergaminho, e alcaçuz.
- Tenho certeza que Scamander irá te ajudar muito. Já confiei minha vida a ele uma vez. E agora estou confiando novamente. Eu te amo.
- Também te amo.
Pego minha mochila sobre uma poltrona. Ela é enfeitiçada com feitiço indetectável de extensão de modo que posso carregar tudo que eu preciso apenas nela.
Entro na lareira e pego um punhado de pó de flú. Sorrio para Alvo.
- Escritório de Newt Scamander - jogo o pó aos meus pés.
As chamas verdes e azuis começam a me envolver. Em câmera lenta vejo a porta se abrir e Severo entrar por ela. Nossos olhos se cruzam por um milésimo de segundo. E aí sou sugada para o vazio. Sinto meu corpo se contorcer e dividir enquanto minhas células viajam pelo espaço para tomar forma em outra lareira.
Três pessoas me esperam na sala. Dois homens, um deles é bem mais velho, Newt Scamander, o outro é novo apenas quatro anos mais velho do que eu, Norman Scamander. E por último é uma mulher. Ela também aparenta idade avançada. Essa deve ser a Senhora Scamander.
- Algum problema, querida? Está chorando.
Limpo o rosto com as costas da mão e saio da lareira com ajuda de Norman. Sorrio para a mulher.
- Minhas desculpas. Não estou acostumada com despedidas.
- Claro, claro. Venha. Vamos tomar um banho e comer alguma coisa antes da viagem. Eu disse para Newt deixar para viajar amanhã. Mas esses homens são tão cabeças duras. Venha. Depois se apresentam formalmente. Agora precisa de um banho.
Sigo ela pela casa até um quarto. Ela tem razão. Minhas roupas e rosto estão cobertos de fuligem. Pego uma muda de roupa e vou para o banheiro. O que vejo no espelho me assusta. Pela primeira vez, vejo que quem me encara de volta é uma mulher e não mais aquela garotinha assustada que foi expulsa de casa. E é nesse momento que sinto de verdade toda a mudança em minha vida.BÔNUS
Severo Snape, 32 anos. Ele não era mais um adolescente e sim um adulto. E como tal deveria agir como um. Mas não, ele tinha que ceder ao desejo pela garota. Correndo o risco de perder seu emprego não apenas por ser um professor se aproveitando de uma aluna, mas também por essa aluna ser a protegida do diretor da escola que ele dá aulas.
Por um lado Severo estava mais aliviado. A garota terminou os estudos e as chances dele vê-la novamente são baixas. Por outro, a culpa o estava corroendo. Por isso decidiu colocar tudo em pratos limpos com o diretor.
Depois de tantos anos dando aulas em Hogwarts e sua “amizade” com Alvo Dumbledore, Severo raramente batia na porta antes de entrar. E nesse dia não foi diferente. Assim que abriu a porta ele a viu. Estava dentro da lareira jogando o pó de flú. Ele viu enquanto as chamas a envolviam que seu olhar de incerteza passou a ser de verdadeira tristeza. E então ela não estava mais ali.
- Ah, Severo. Que pena, acabou de perdê-la. Se tivesse chegado um minuto mais cedo.
- Não vim para me despedir dela - o moreno ficou confuso por um momento - Nem sabia que ela estava indo embora. Eu vim para falar com você.
- Oh, é mesmo? E o que gostaria de dizer?
Dumbledore se encaminha para sua mesa e senta em sua cadeira/trono.
- Que... - Severo olha para a lareira - Tenho uma lista de ingredientes que vou precisar que seja reposto.
- Apenas isso? - o velho parece entretido - Pois acho muito improvável que seja esse o real motivo de ter vindo até aqui.
- O que acha que tenho que te dizer, Alvo? - o mal humor era evidente em sua voz.
- Minta para mim e não me conte as coisas, meu filho. Mas não cometa esse erro com você mesmo. Seja sincero consigo mesmo. Vai perceber que as coisas ficam mais fáceis.
- Que seja. Vou terminar de fazer minhas malas, a menos que tenha mais algum conselho aí guardado.
O velho apenas sorri. E isso irritou extremamente o moreno. Dumbledore sempre parecia saber de tudo que acontecia por ali e parecia gostar disso.
Severo sai a passos largos. Alvo pega em uma de suas gavetas seu pacote de doces e mastiga pensativo. Ele sempre gostou muito de Severo, desde a época que ele era apenas um aluno de canelas finas e cabelos oleosos. E mesmo naquela época o garoto era cabeça dura. Preferia se isolar em seu próprio mundo do que se abrir para o que estava em sua frente.
No começo, Dumbledore ficou em dúvida se Severo era uma boa escolha para ser um professor em Hogwarts. Mas então ele percebeu que a forma como ele trata a todos era uma boa forma de esses alunos aprenderem que nem tudo no mundo é fácil. Mesmo a maioria dos alunos terem medo de Severo, muitos aprenderam a lidar com ele. Como Dhelila. Que descobriu como transformar ele em um desafio para ser sempre melhor.
Severo era um homem difícil, isso é um fato incontestável, mas ele também era um bom homem. E bons homens tem bons lugares reservados.
Apenas Dumbledore sabia que por baixo de todas aquelas camadas de mau humor, sarcasmo e frieza. Havia um garoto assustado e eternamente de luto.
Se levantando, Alvo segue até sua penseira e tocando com sua varinha na cabeça, ele puxa um fino fio prateado e deixa que ele caia sobre a superfície espelhada. Uma imagem aparece. Severo de joelhos. Colocando o rosto na água, Dumbledore revive aquela memória de pouco mais de dez anos antes. Pois foi a partir daquele momento que Severo ganhou sua empatia...............
Eu juro solenemente não fazer nada de bom.
Olá meus queridos leitores. (você fantasma também)
Eu sei. O capítulo ficou bem tosco.
Mas eu precisava de encerrar essa primeira parte.
Então, a partir de agora iniciamos uma nova fase na história. Vocês vão perceber que vai rolar um salto temporal. Acho esse salto importante para não ficar aquele lenga-lenga chato. Mas esse tempo que nossos personagens vão ficar em off vai ser explicado, não se preocupem.
Agora teremos uma Dhelila mais madura e um Severo mais ranzinza. Kkkkk
Estou com um problema em meu celular. Ele foi brincar de salto em alturas sem corda (caiu de cima do guarda roupa quando estava carregando) e trincou a tela. Então como ainda não sobrou verba para arrumar ele tá dando problemas pq tem horas que não funciona direito. Então já peço desculpas se ocorrer algum erro grave ou a demora para postar.
Beijos meus bruxos e bruxas.
Mal feito, feito.
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Angelus Tenebris - Snape
FantasíaMais um ano se inicia na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Dhelila é uma típica aluna que gosta de umas travessuras mas que sempre mantém suas notas boas. Com um grupo de amigos bem variado, uma inimiga declarada e um professor que ela está di...