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Vejo o carro se afastar, não acredito que a perdi.
O carro se vai e com ele o meu sonho, o sonho de ter uma família, o sonho de ser amado pela melhor mulher do mundo.
Arrependo-me até o ultimo fio de cabelo por ter me envolvido com Leila um dia, de ter sido tão trouxa e idiota em acreditar que aquela cadela pudesse ter algum sentimento por mim, ela tinha sentimento sim, de amor, amor ao meu dinheiro.
- Desgraçada!- Grito chamando a atenção de pessoas que passam por mim. Entro de novo na Boate, preciso tirar isso a limpo.
Passo como um raio pelas pessoas, estou cego de ódio, de dor.
Olho para o bar e a vejo, está sozinha, melhor assim.
Caminho até ela, louco de raiva, tentando me controlar ao máximo.
- Christian, onde você vai?- Mia anda ao meu lado, preocupada. Não respondo, continuo a caminhar, rumo ao meu alvo.
Ela se vira de repente, percebe que estou perto, e tenta correr, mas sou mais rápido, a encurralo no balcão, apoiando minhas mãos nele, fazendo um cerco em torno dela, ela encosta as costas no balcão e me encara com medo, ela é quase da minha altura, então, praticamente nos encaramos de igual para igual.
- Satisfeita?- falo alto, ela não responde, apenas pisca os olhos.- Satisfeita sua vagabunda? Não bastava destruir minha vida uma vez, não, tinha que destruir uma segunda!
- Christian...- ela murmura.
- Cala a boca! Você não tem defesa, você não tem vergonha, você não tem decência, você não é um por cento do que ela é! Você é um lixo, uma aproveitadora, sem escrúpulos!- os olhos dela ficam marejados, mas não me atento a isso, só quero que ela sinta um pouco da vergonha que senti quando me traiu. Olho para o colar de diamantes que ela carrega no pescoço, me lembro do dia que dei a ela, amaldiçoo esse dia, sem pensar o puxo do pescoço dela, o arrebentando e o lançando longe, os olhos dela faíscam agora.- gostaria de jogar tudo o que te dei no lixo, pois não faria diferença nenhuma, pois VOCÊ é um lixo! – olho para o copo de bebida dela, sobre o balcão, o pego e jogo a bebida na cara dela, que fecha os olhos, parece se controlar.- apesar que lixo é pouco para você!- bato as mãos no balcão e me afasto, antes que faça coisa pior, que a mate.
- Vamos eu te levo.- Mia fala segurando meu braço.
- Não precisa, vou pegar meu carro.
- Sr Grey, o senhor não está em condições.- Beth fala, olho para ela, não entendo a sua preocupação.- pense em Ana, se algo acontecer com o senhor...- para de falar e entendo o que ela quer dizer, já a fiz sofrer o suficiente, já a machuquei o suficiente.
- Ok.- falo levantando as mãos, me vendo sem opção.
- Você vai comigo no seu carro, Beth leva o meu.
Não respondo, apenas começo a andar em direção ao estacionamento. Destravo meu carro, dou a chave para Mia e entro do lado do passageiro, me sento e o perfume dela vem ao meu nariz, tento não senti-lo, mas é impossível.
Mia sai com o carro, fecho os olhos e penso que terei que tentar não sentir muita coisa, tentar não sentir saudade, falta, tristeza por ela ter se decepcionado comigo.
Decepção, é isso que sou, e o pior foi o que me tornei para a melhor coisa que me aconteceu na vida, para a mulher mais perfeita e maravilhosa que um homem possa desejar na vida.
Se antes já a amava, agora vejo que a amo muito mais, que não sou nada sem ela, sem meu filho.
Pensar que ela está sofrendo por um erro meu, que ela vai manter meu filho longe de mim, por um erro meu, que ele vai sofrer como Wendy sofre a falta do pai, me dilacera, uma dor explode em meu peito ao me lembrar de suas lágrimas, da tristeza estampada no olhar daquele garoto, não quero isso para meu filho, não quero isso para Ana, para a mulher que amo e que em tão pouco tempo se tornou o ar para mim.
Não consigo segurar um soluço, sinto o carro parar e Mia me abraçar, não resisto mais, me entrego ao abraço dela, e choro.
Choro toda a dor do arrependimento, toda a dor de perder a única mulher que realmente conquistou meu coração, a mulher que faria tudo por ela, a mulher que realmente amo e que preciso desesperadamente do seu perdão para viver.
