Depois de ficar uma semana no apartamento de Kate, Anastásia volta para casa.
Por ela teria saído do hospital e ido para seu apartamento, mas Kate não deixou, até tirou alguns dias de folga para cuidar dela.
Mas naquele fim de semana, Kate viajaria com Elliot para a casa dos pais dele. Insistiram para que Anastásia fosse, mas ela recusou.
Não estava sendo boa companhia pra ninguém. Não chorava tanto, mas também não conversava com ninguém, se fechava em uma concha de dor e esperava a dor passar com esse amortecimento.
Os enjoos haviam voltado e se alimentar era um tormento.
Passava a maior parte do tempo dormindo.
Olha para o celular e vê que já passava das onze da noite. Espreguiça-se e resolve parar de arrumar as telas, que levaria na semana seguinte para a Galeria.
Descobre a tela de Greg e passa a mão pelo rosto dele, por seus olhos, pelo seu sorriso.
- Você não deveria ter ido embora, não me deixaria nas mãos dele e ele não faria isso comigo.- diz secando uma lágrima com a mão.
Cobre a tela e promete a si mesma tentar acaba-la na próxima semana.
Vai para a cozinha e prepara um lanche. Senta-se para comer e se sente a pessoa mais só do Universo.
Pensa em ligar de manhã para Wendy. Passou uma semana tão atribulada que até se esqueceu de ligar para ele.
Acaba de comer, limpa a cozinha e pensa em ir para a cama, pelo ao menos tentar dormir.
Quando a campainha toca, olha assustada para a porta, seu coração se agita, seu sangue corre rápido, é como se ela tivesse visão de raio-x e pudesse ver através da madeira.
- Preciso falar com você.- Christian fala quase esmurrando a porta.
- Não vou abrir, vai embora e se fizer escândalo chamo a policia.
- Chame, Ana, chame o exercito se quiser, mas não saio daqui até você me ouvir.
- Então prepare-se para passar a noite aí, que não vou abrir a porta.
- Se é assim tudo bem. Se isso a fará entender que te amo, tudo bem.
- Mentiroso!- grita.
Ele dá um soco na porta e fala um palavrão.
Anastásia dá um pulo para trás assustada. Tudo fica em silêncio. Ela pensa que ele foi embora. Pensa em abrir a porta, mas tem medo de ele aproveitar e entrar.
Seu interfone toca e ela vai atender.
- Alô Tim?
- Srta Steele, estou vendo pela câmera que o Sr Grey está esmurrando sua porta, eu pensei que ele poderia subir sem avisar, ele está a incomodando?
- Não, ele só quer entrar, não quero falar com ele. Você viu se ele desceu?
- Não, estou vendo ele aqui na câmera, ele está sentado em frente a sua porta.
- Deixe-o ficar.
- Se ele começar a forçar a entrada vou tomar providências.
- Por favor, me interfone antes.
- Certo, boa noite.- e desliga o interfone.
Anastásia se encaminha até a porta, para atrás dela, coloca a mão espalmada na madeira e fecha os olhos, está com tanta saudade dele, do cheiro dele. Queria poder toca-lo de novo.
Senta-se como ele, encostando as costas e imagina que apenas uma madeira os separa.
Pensa que se engolir só um pouquinho o seu orgulho, sua raiva dele, poderia abrir a porta e ficarem juntos novamente.
Balança a cabeça em negativo. Nunca mais vai deixa-lo bagunçar sua vida de novo.
Vai sufocar esse amor, toda essa dor e criar seu filho feliz. Vai voltar ao foco do seu sonho desde o começo, seu filho.
Escuta algo que parece um gemido, pensa se ele não está chorando.
Sente seu coração diminuir no peito. De repente a sala ficou pequena demais para todo o sofrimento dela.
Chora silenciosamente, para que ele não a escute.
Fecha os olhos e se deita no chão, encarando o teto.
- Foda-se!- se assusta com um chute na porta e um murro a seguir. – Quer saber? Foda-se você e todo esse seu orgulho! Errei sim, mas quero me redimir, mas se você não é capaz de me ouvir, não é a mulher que pensei amar! Acabou, Ana, ACABOU!
- Sr, Grey, controle-se.- ela ouve a voz de Tim.
- Me larga, já estou indo embora. Para sempre, Ana, para sempre!
Ela escuta passos se afastando e corre para a janela, ainda pode vê-lo sair do edifício e dando um murro no teto do carro, antes de entrar e sair cantando pneus.
Ela se deita no sofá e se encolhe, seu coração dói mais ainda em ver o sofrimento dele, em ver que realmente tudo o que ela sonhou com ele, acabou.
Não consegue definir se o que fez, se negar a ele a chance de se explicar, foi o certo.
Não é possível que ele não a ame de verdade depois de mostrar tanto sofrimento, tanta revolta.
Levanta-se e pega o celular, liga para ele antes que mude de ideia.
O celular toca várias vezes e ele não atende. Ela tenta de novo e nada.
Percebe que agora ele que está magoado, que não quer mais saber dela.
Deita-se de novo no sofá e deixa suas lágrimas caírem, soluça alto por ter perdido de vez o amor de sua vida.
Por ver se acabar a chance de viver um grande amor de novo.
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50 Tons - Tudo por Você
RomanceEla tinha um sonho, ele tinha uma meta, só não pensavam para onde isso poderiam leva-los e como isso transformariam suas vidas.