Nota: No link externo desse capítulo, há uma playlist que fiz no spotify para a história, caso vocês queiram!
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Voltei meus olhos para a pessoa ao meu lado, levantando as sobrancelhas. Qual é!
— Ah, por favor. — Falei, séria. — Você vai para a faculdade em tipo, um ano. — Apontei para ele.
— Dois. — Apontou de volta.
Revirei os olhos para West, já que o ponto era muito importante, com Emma fazendo bico ao meu lado, se despedindo meio sem jeito, seguindo seu caminho pelo corredor.
West franziu o cenho para ela, pensativo enquanto seguia minha amiga com o olhar. Os cabelos loiros de Emma desciam em cascatas por suas costas enquanto ela caminhava nos passos mais confiantes que eu já tinha visto durante minha vida toda.
— Você ficaria muito triste se a pessoa que você mais ama pegasse sua melhor amiga? — Foi a pergunta que ouvi sair da boca de West.
Considerando que eu conhecia ele e estava ficando mais próxima dele justamente por conta dela...
— É meio estranho você pensar no meu pai beijando minha... — ele bufou, comigo abrindo um sorriso maldoso — vá fundo. Você sabe que eu não me importo, e vai ser ótimo, já que todo mundo acha que a gente está trocando saliva.
Um dos maiores boatos do ano. Ok, era mentira, existiam outros, mas, digo, eu e West? Ele era demais para mim.
Fora que o ano letivo tinha acabado de começar, meio que a ideia de "do ano" não funcionava muito.
— Você precisa parar de falar "trocando saliva". — Bufei para West ao ouvir suas palavras, tirando sua mão de meus ombros. — É sério! É ridículo! — Continuou, caminhando ao meu lado pelo corredor enquanto me provocava.
Voltei meu rosto para ele, virando de leve a cabeça, encarando-o de lado.
— Falou o cara que se paga por ser a pessoa que eu mais amo. — Apontei.
— Mas você ama! — Rebateu.
Bufei.
— Ah, tá. Claro que amo. — Neguei com a cabeça para ele, risonha, com ele piscando para mim, divertindo-se.
West tinha isso — ele e eu nem éramos tão próximos, só estávamos unidos pela amizade de Emma naquele momento —, ele adorava pegar no meu pé (ou de qualquer outra pessoa) e provocar as pessoas com características delas — que elas permitiam. Ele sabia que eu não me importava, porque gostava dele por perto.
Fora que nós dois éramos ótimos conselheiros com a vida do outro, apesar de não sermos nem de perto próximos um do outro.
Foi quando vi. Jason caminhava pelo corredor, tranquilo enquanto girava um celular caro entre os dedos, como se fosse o dono do lugar. Uma corrente cara no pescoço, óculos de sol no cabelo, ego inflado ao ponto de ser palpável.
Revirei os olhos para aquilo, com West soltando um suspiro enquanto eu aumentava meu passo e deixava ele para trás, seguindo meu caminho.
— Linda. — Jason provocou ao passar ao meu lado, maldoso, enquanto piscava para mim.
— Babaca. — Rosnei.
— Bem o tipo que você gosta, não? — Andou de costas, então me analisando de cima a baixo, já atrás de mim, comigo com o rosto levemente voltado para ele, as sobrancelhas levantadas. — Ah, perdão, Lauren! Achava que era a Emma. Você não vale a pena.
Encarei-o, fria.
— Vá se foder, Brooks.
Ele sorriu abertamente ao ouvir aquilo.
— Me passa o número da Dellare que eu resolvo isso rapidinho.
Apenas me virei e segui meu caminho, ouvindo a risada alta dele enquanto Reeves parecia ter encontrado West antes do amigo.
Jason Brooks era o maior babaca que eu conhecia — e Reeves conseguia acompanhar ele quando queria, mas eu conseguia gostar de Reeves. West era um dos amigos mais próximos de Jason, mas também meus — nosso único amigo em comum. Ele era um babaca, mas um babaca suportável que me tratava bem, com amor, e me apoiava. Jason era simplesmente um babaca sem causa, um rebelde porque queria ser rebelde. Ele era o típico idiota.
E nos odiávamos desde que ele e eu nos entendíamos por gente. Digo, havíamos estudado juntos desde que saímos das fraldas, e não havia segredo para ninguém: Jason e eu realmente não nos suportávamos.
De início, com minha amizade com West, eu tinha ficado com medo de ser relacionada a Jason, mas isso passou, ninguém sequer pensou sobre, e entenderam também que West nunca seria o meio termo entre eu e Jason — não que isso fosse muito fácil para ele. Jason não facilitava.
Enquanto eu abria meu armário, voltei meus olhos para os três garotos no meio do corredor, que pareciam conversar sobre passes de futebol. West estava em seu terceiro ano, Jason, Reeves e eu estávamos em nosso primeiro ano. West e eu estávamos nos tornando amigos — e ele adorava me provocar. Ele era um bom amigo, como Emma.
E o que eu acabei de contar aconteceu no meu primeiro dia de aula do ensino médio — meio que pulei as provocações do início do dia, sobre meu uniforme do exército da salvação (citação bem parecida com as palavras de Jason, do momento em que eu pisara no estacionamento do colégio).
O que eu vou te contar daqui a pouquinho aconteceu três anos depois — no meu último ano do ensino médio.
Eu sei, eu sei. Parece uma daquelas histórias clichês de bad boy, não é? Aqueles maus garotos. Eu sei. Eu só diria que as coisas não são assim. Eu sei que parece que eu mesma estou inflando meu ego, mas é verdade — por favor, eu não permitiria que minha vida se tornasse um romance clichê barato.
Bem, eu esperava que não.
Você vai entender quando ler.
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RomanceNo típico estilo badboy, Jason fugia de um único estereótipo: ele tinha aberto uma exceção. Emma. Emma era sua exceção, quem ele havia dado uma chance, sua namorada. E, por mais irônico que isso soe, Emma havia feito o que ninguém esperava: ela, a...