"Melhor amiga"

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Por que ela fazia tanta questão? Não tinha absolutamente nada demais naquilo, não tinha nenhum ponto em me fazer ir, e ela não ia estar sozinha. Fora o fato de que ia ser entediante!

O problema é que ela fazia questão justamente porque estava ignorando os pontos que eu não ignorava.

Emma sorria, voltando os olhos para mim e abrindo um sorriso brincalhão, que se espalhava de orelha a orelha.

Neguei com a cabeça, sabendo que ela iria tentar mais uma vez.

— De jeito nenhum. — Falei. Ela concordou, animada, puxando minha mão para que eu entrasse ainda mais na sala.

— Vai ser divertido. — Rebateu, me fazendo levantar as sobrancelhas.

Tínhamos nossas discordâncias.

— É, vai ser super divertido. — Senti a ironia na voz do namorado de minha melhor amiga à milhas de distância.

Pelo menos nessa ele me apoiava.

— Viu? — Apontei para ele, encarando-a. — Nem seu namorado ignorante quer ir nessa festa. — Ele levantou uma sobrancelha ao ouvir aquilo, mas continuou movendo os dedos pela tela do celular, me ignorando.

Como falei: ignorante.

Emma revirou os olhos para mim, voltando os olhos para Jason.

— Qual é, Jason, você sabe que Reeves dá as melhores festas, você sempre está lá.

Ele suspirou, fechando os olhos por alguns instantes antes de abrir os mesmos e encarar Emma.

— Ok — concordou —, ele dá as melhores festas. E eu sempre estou lá. — Falou o óbvio, abrindo um sorriso brincalhão em seguida. — Solteiro. — Acrescentou.

Emma ignorou ele por completo, me encarando após isso.

Só uma pessoa de três naquela sala via quem era o babaca ali.

— Qual é, L. — Ela falou. Soltei um suspiro, cedendo e concordando, com ela sorrindo abertamente. — Vai ser divertido pra caramba.

Fiz uma careta enquanto ela segurava minha mão, dando um beijo no canto da boca de Jason antes de me puxar para fora da casa dele.

— Até mais tarde. — Ele cantarolou sem emoção alguma de dentro da casa, ainda na sala.

O sol fazia a luz se refletir no corredor principal da casa enquanto Emma fechava a porta, deixando a visão do sol pelo corredor disponível apenas pelas janelas laterais à porta, que iam do chão ao teto.

A porta bateu depois disso, em um som leve, comigo encarando Emma, confusa. Eu podia não suportar Jason, mas também não era burra — ou ignorante.

— Ele não está animado, Ems. — Ela deu de ombros ao ouvir aquilo.

— Nós brigamos — voltou os olhos para mim enquanto seguíamos até seu carro, estacionado no meio-fio da casa de Jason —, estou fingindo que nada aconteceu.

Levantei as sobrancelhas ao abrir a porta do carro e sentar no banco do carona, com ela já dando a volta no carro, sentando-se no banco do motorista, apoiando uma mão no volante, encarando o mesmo.

— Não quero falar sobre isso. — Disse.

Coloquei o cinto de segurança antes de levantar as mãos.

— Só acho que o que quer que seja, vocês deviam conversar. — Apontei.

Ela revirou os olhos, o carro já ligado e andando.

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