27. O sonho

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Fiz bico, analisando o trabalho no computador, pensativa. Ainda faltava algo, sei lá, era como se estivesse bom, só não bom o suficiente.

— Está ótimo, Lauren. — Jason resmungou do meu lado. — Eu corrijo, beleza? Erros de gramática são todos meus, por mais que eu odeie. — Abri um sorriso, voltando os olhos para ele. — Também configuro para as regras que o professor pediu e está pronto.

— Não está pronto. — Revirei os olhos para ele, apoiando meu rosto em meu joelho, voltando os olhos para o notebook. — Ainda temos que fazer a apresentação para a turma, cinco minutos cada um, lembra?

Ele soltou um resmungão que soou algo como "aquele professor filho da puta". Sorri para isso, analisando o trabalho, com ele dando de ombros, um braço apoiado em minha cadeira, o outro em cima da mesa.

— Você me manda o que gostaria de falar, eu monto a apresentação e, se você odiar, você refaz tudo. — Voltei os olhos para ele, levantando as sobrancelhas. Era meio surpreendente ouvir aquilo. Ele revirou os olhos para mim. — Eu vou fazer bem feito, Lauren, como absolutamente tudo que faço na minha vida.

Coloquei a mão no coração, fingindo surpresa. Egocêntrico.

Ele sorriu para isso, abaixando a tela do notebook e estufando o peito.

— Estamos semanas adiantados, então podemos respirar fundo, senhorita adiantada.

— Eu gosto de manter algumas coisas bem-feitas muito antes da data, por segurança. Vai, que, sei lá, eu me machuque treinando e não possa fazer o trabalho por estar no hospital?

Ele fez uma careta.

— Credo, Lauren, vira essa boca pra lá. — Falou, retorcendo a boca.

Sorri para isso, dando de ombros ao me levantar da cadeira, indo até minha bolsa e guardando meu caderno.

Voltei os olhos para ele com tudo, com ele levantando a cabeça, encarando meu rosto ao invés do que encarava dois segundos antes (minha bunda).

— Qual é, peixinho! — Falou, rindo, ao ver meu olhar frio em cima dele. — Sério, você não faz ideia do que está perdendo ao não poder ver sua bunda.

Revirei os olhos para ele, fechando minha mochila.

— Eu sei que ela é bonita, mas é estranho encarar.

— Em teoria, você acabou de levantar ela bem na minha cara, eu só estava olhando para frente. — Falou, sério.

Isso fez eu soltar uma risada.

— Você tem desculpas bem interessantes, Jason.

Ele abriu um sorriso orgulhoso.

— Não é?

Neguei com a cabeça para ele, sorrindo ao apontar para a parte superior do iate.

— Precisamos ir. Tenho a prova amanhã, não posso demorar. — Ele concordou, se levantando e subindo as escadas, comigo logo atrás.

Me sentei na ponta do iate, com Jason mais para trás, manobrando pelo radar, comigo sentindo o vento bater no rosto. Era ótimo sentir aquilo, ainda mais com a brisa noturna.

— Seu cabelo está estranho, não se ache tanto assim. — Ouvi Jason falar, alto.

Voltei o rosto para ele, com metade de meu cabelo batendo em meu rosto, dificultando minha visão. Jason sorria para mim.

— Está meio molhado e meio seco, parece horrível. — Apontou.

Revirei os olhos para ele.

— Me deixe em paz, não é pra ser bonito.

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