28. Paz (parte um)

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Analisei o horário em meu celular, tranquila. Era sábado, início de tarde, eu já tinha treinado o que era necessário e também já tinha estudado para a prova de literatura que teria naquela semana, fora que no dia seguinte eu iria treinar no clube, então estava basicamente livre. Nenhum treino por aquela semana com Jason, também, já que havíamos acabado de sair de uma bateria de competições, e a próxima demoraria mais um pouquinho para chegar.

Regionais, cara.

Íamos para as regionais.

Antes de bater na porta da casa, sorri para a foto que eu tinha como bloqueio de tela. Era do time inteiro tentando segurar o troféu da competição colegial ao mesmo tempo, sorrindo para a foto que iria para o anuário. Eu estava quase em cima de Todd, escalando por suas pernas para alcançar o troféu, com o time todo rindo enquanto encarava o mesmo.

A foto seguinte era mais bonita, e mais formal, inclusive, e a terceira eu tinha chifres — Jason tinha esticado a mão por trás de mim e colocado os dedos atrás de minha cabeça, apesar de que ele em si não estava na foto. Ele não podia, mas isso não tinha impedido ele de se meter. Nunca tinha, afinal.

Falando em Jason...

Bati na porta da casa dele, então esperando, encostada na parede, as pernas cruzadas, de lado, ouvindo os passos minutos depois. Ele tinha demorado para um sábado à tarde que eu sentia que ele não teria nada para fazer. Usualmente ele saía as sextas à noite, assim com sábados no mesmo horário, seja para festas ou encontros. De tarde ele estava livre.

Ele abriu a porta, só de calção, com suas sobrancelhas subindo ao me ver. Tive a impressão de ver seus olhos se arregalarem levemente, mas foi mais rápido do que consegui acompanhar.

— Quer ir nadar? — Foi a primeira coisa que saiu de minha boca. Não foi um "boa tarde", ou "oi". Foi aquilo.

Seu queixo literalmente caiu.

O quê? Eu apostava que ele estava sozinho em casa, além de que o cabelo dele estava completamente desarrumado, com certeza tinha cochilado no sofá. Fora a roupa dele, ele realmente estava...

— Eu estou fodendo, Lauren — ah... —, fo-den-do. — Explicitou.

Dormindo.

Eu sabia soletrar, a propósito. Tinha aprendido no jardim de infância — com ele na mesma turma, inclusive.

Franzi o cenho, fingindo confusão.

— Ué, deixa pra outra hora, o que é mais importante? — Pausei, levantando as sobrancelhas. — Aquela bunda, ou esse rostinho? — Apontei para meu rosto, abrindo um sorriso.

Ele fechou a expressão.

— Não te magoando, mas no momento eu preciso daquela bunda — apontou para o segundo andar —, não do seu rostinho. — Fechei a cara. — Qual é, Lauren. — Ele apontou para baixo, comigo seguindo seu olhar.

Ele parecia meio duro. Não completamente, era como se ele estivesse broxado. Ou ele realmente era mais pequeno do que Emma tinha conseguido descrever.

Fiz uma careta, sentindo o desgosto subir por minha garganta.

— Aposto que você pode fazer melhor, nem parece tão... — minha careta aumentou, comigo subindo o rosto, abrindo um sorriso brincalhão. Vai que era daquele tamanho? Pelo menos explicava porque o ego dele era tão grande.

Ele me fuzilava com o olhar.

— Claro, você tá me broxando!

— Eu? — Falei. — Olha pra esses peitos, cara! — Ele revirou os olhos para mim.

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