8. Biquíni

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Parei na porta de casa ao ouvir meu pai pigarrear. Me virei, girando nos calcanhares enquanto encarava meu incrível pai.

Ele levava a cerveja até a boca, as sobrancelhas levantadas enquanto me seguia com os olhos. Ele era alto, tinha uma pequena barriguinha, usava uma camisa regata e tinha os cabelos ralos, meio escuros, já, e também usava um calção e estava descalço.

— O quê? — Perguntei, ansiosa.

— Toque de recolher. — Falou. — Cinco da manhã forçando toda a paciência que eu tenho.

— Pai, eu sou uma garota crescida. — Foi o que eu falei, com ele apontando para mim.

— É justamente isso que me preocupa, Ren.

Bufei para essa.

— Qual é, pai.

— É sério, você tem peitos, isso chama problemas.

Fiz uma careta de nojo.

— Estou saindo. — Declarei.

— NÃO BEBA! — Ele falou enquanto eu fechava a porta. Bufei novamente.

Ouvi a risadinha baixinha dele, comigo revirando os olhos. Ele sabia que eu não bebia, estava só brincando comigo.

Legal, pai.

Passei a mão pela saia jeans enquanto caminhava, ela era azul médio, nem muito escuro, nem muito claro, e ia até um pouco abaixo de minha bunda — longa o suficiente para cobrir tudo que eu precisava manter escondido. Eu também usava uma blusa azul regata, mas que ia até um pouco abaixo de minha cintura, escondendo a parte superior da saia. A blusa azul tinha um belo decote, mas eu usava um dos meus biquínis brancos, e usava um colar que pendia entre meus seios.

Sério, Lauren? Seios?

Meus peitos.

Eu também tinha uma rasteirinha, a mesma rasteirinha da festa de Reeves. Ela era confortável, então... fora que era uma das duas rasteirinhas que eu tinha, sendo que a outra estava com problemas no feixe — no caso, eu só tinha essa. Eu usava brincos pequenos, mas usava, e também usava pulseiras na mão esquerda, todas elas marrons, assim como o colar, que tinha um pingente transparente. Meu brinco também tinha o mesmo pingente, já que todas as peças eram da mesma coleção. Meu pai tinha me dado de quinze anos quando insisti tanto que ele não tinha mais aguentado ouvir meus "por favor" quase chorando.

Ossos do ofício, papai.

Fora que estava super barato, ele não tinha o que reclamar.

Eu gostava de usar biquínis quando ia às festas que estavam perto da água porque sabia que poderiam acontecer alguns problemas, como, por exemplo, Jason Brooks voltar a ter dez anos e me jogar em alto mar.

É, ele já tinha feito isso (com dez anos, e oito anos depois não parecia ter amadurecido muito).

Então era sempre bom garantir.

Foi quando uma moto parou ao meu lado, comigo levantando as sobrancelhas para a Harley Davidson preta de meu pai — o mesmo que dirigia ela.

— Quer uma carona, garota? — Ele levantou a proteção do capacete ao falar comigo, me mostrando meu capacete pendurado em seu braço.

Uma careta se formou em meu rosto.

— Eu estou de saia, pai. — Falei.

— Com um biquíni por baixo. — Ele deu de ombros, apontando com a cabeça para o banco de trás. — Você vai chegar bem cedo, e prometo que não entro no estacionamento da marina, assim você não tem desculpa para sentir vergonha.

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