14. (Não) estragar tudo

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Eu estudava, concentrada na história da descoberta dos Estados Unidos, quando meu celular começou a vibrar em cima da mesa de centro da sala.

Depois de minha cena incrível com Jason, o restante de meu dia fora normal, é claro. Eu fui para minhas aulas, não vi mais ele pelo resto de meu dia — o que era ótimo para mim e ele, considerando que eu realmente estava além de irritada, eu me sentia mal com as atitudes dele depois do que ele havia feito, então não seria divertido vê-lo —, almocei com o time, como tinha feito alguns dias da semana passada, treinamos bastante, e fiquei até um pouco mais tarde no colégio, ajudando a equipe por causa da competição de quarta, é claro.

Fora que eu ainda tinha que melhorar meu tempo, então também precisava treinar mais. Eu tinha conversado com a professora e com Re, meu tempo havia diminuído três segundos, mas eu precisava diminuir mais antes de seguirmos para quarta-feira, e só tínhamos dois dias para isso. Estávamos seis segundos atrás de nosso último recorde, ainda, por conta do pé torcido de Di, graças à incrível Emma.

Maldita seja ela.

Franzi o cenho, confusa, pegando o celular depois de desviar minha atenção do livro de história, então levantando as sobrancelhas, incrédula, ao ver quem me ligava.

Ligação de Jason Brooks.

Desliguei, jogando o celular na poltrona no canto da sala. Eu não queria falar com Jason, e ele nem devia querer falar consigo também.

Eu não era assim interessante ou sequer valia a pena, não é mesmo? Afinal, eu estava desesperada, grudando nele como um chiclete.

Eu ia pôr Jason exatamente onde ele devia ficar.

No lugar dele.

O celular voltou a vibrar. Continuei estudando, tranquila enquanto analisava alguns acontecimentos da história de meu país, considerando que eles eram mais importantes que qualquer merda que envolvesse Jason Brooks.

Eu devia ter imaginado, é claro. Devia ter imaginado que aquilo era só uma nova forma de me magoar que ele havia encontrado. Ele tinha feito isso nos últimos anos, era um dos motivos de eu odiar ele, mas depois do que havia acontecido, eu realmente havia tentado, sei lá, e sei lá porque, de verdade. Eu sabia quem ele era, qual era meu problema? Por que eu não simplesmente me mantinha longe dele? Era bem fácil e tinha sido bem tranquilo fazer isso nos últimos anos, era ele quem tinha grudado em mim nos últimos dias, não o oposto!

Bufei para o livro, encarando a parede da sala, apertando os lábios antes de concordar, anotando algumas coisas no caderno ao meu lado, fazendo meu resumo sobre a matéria, concentrada.

O problema, é claro, é que o celular não parava de vibrar, então era realmente difícil ignorar que Jason Babaca Irritante Brooks existia.

Ele vibrou três vezes e parou, quando na quarta perdi a paciência e me levantei, pegando o celular.

— Eu estou tentando estudar, Jason, pare de me ligar. — Falei enquanto ouvia de fundo ele falar "apenas me ouça, eu pre..." e desliguei.

O celular voltou a vibrar. Levantei as sobrancelhas para a coragem dele, incrédula novamente, então simplesmente abrindo o contato.

Bloqueei o número dele. Agora ele estava na lista de chamadas rejeitadas automaticamente, e meu celular não vibraria mais por sua causa.

Outro número começou a me ligar instantes depois. Desliguei o telefone novamente.

Uma mensagem daquele número chegou.


Eu juro q vou falar c tds as suas amigas até uma delas me passar seu endereço. ATENDA ESSA MERDA

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