Me puxei para cima, me empurrando contra o iate e me deitando de bunda para cima, ficando ali como um peixe morto.
Ouvi a risada logo ao meu lado.
— Ah, vai, peixinho, você consegue mais que isso.
— Você explorou meu pulmão por duas horas, Jason. — Falei, apontando para o céu sem sequer olhar para ele. — Eu preciso respirar, eu não sou realmente um peixe, você sabe.
— Bom, parecer um você parece.
Revirei os olhos para isso, tentando respirar, sentindo meu pulmão arranhar.
Senti um empurrão com um pé em minha cintura, me virando de barriga para cima, vendo Jason esconder a luz do sol, fazendo sombra em cima de mim com os braços cruzados, só de calção e segurando uma garrafa de água com uma das mãos.
Levantei a mão para a garrafa.
— Você vai tentar mais. — Ordenou, me entregando a garrafa. — Ou como você pretende ir para as regionais? — Comentou, alfinetando.
Me sentei, fazendo uma careta.
— Quem diria que você era tão mandão como treinador, ein? — E virei a garrafa.
Só quando terminei ela, ele respondeu.
— Eu mesmo. Você me conhece, eu sou mandão.
Considerei antes de negar.
— Não muito. — Provoquei. Ele revirou os olhos para mim, pegando a garrafa de volta.
Me deitei mais um pouco, respirando fundo e soltando o ar, tentando voltar a respirar normalmente antes de diminuir os batimentos cardíacos outra vez.
Jason ficou na mesma reta, mas de costas para mim, analisando o horizonte enquanto escondia meu rosto do sol, comigo analisando sua bunda.
— Você tem uma bunda redondinha também. — Falei.
A gargalhada alta veio antes mesmo de eu terminar de falar "também", com ele se virando, ainda rindo.
— Eu sei. Ela é bem durinha também, quer conferir? — E se virou, começando a se sentar em cima de mim.
Rolei para o lado com velocidade, com ele rindo, sequer chegando a se sentar.
Neguei com a cabeça para ele, apesar de sorrir fracamente, parando novamente e fazendo um gesto de positivo com a mão, fechando os olhos e soltando o ar, então me concentrando para acalmar o coração. Ele não falou mais nada também.
Estávamos ali para eu treinar, mesmo com poucas horas para isso, já que era um dia de semana, portanto era isso que eu faria.
Então simplesmente entrei na água e voltei a treinar.
Quando saí novamente, já anoitecia, e Jason concordava para o cronômetro ao me ajudar a subir no iate por conta de meu corpo estar cansado.
— Você continua na mesma — falou —, a marca continua em três minutos e poucos segundos, mas você não decaiu mesmo exausta, o que é um ponto. Provavelmente no domingo você vai bater o recorde.
Legal, mas tudo que eu queria era tirar aquela roupa. Puxei os braços do equipamento, arrancando-os de mim e chutando a roupa, então enrolando-a embaixo de meu braço, com Jason levantando as sobrancelhas.
— Isso é ódio de mim ou do treinamento? — Falou, guardando o cronômetro no bolso do calção.
Fuzilei ele com o olhar antes de entrar no iate, ouvindo sua risadinha.
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