6. Notas de dólar

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Bati a mão na parede, me apoiando na mesma e subindo, me encostando com as costas, vendo só então o vulto embaixo d'água. Jason surgiu, então, batendo na parede e subindo, me encarando, irritado.

Eu tinha um sorriso no rosto.

— Primeira lição da vida, Jason: não aposte no terreno dos outros. — Ele bufou, se empurrando para fora da piscina. — Quando vou poder pegar o iate emprestado? — Cantarolei, também saindo da piscina.

Ele resmungou um palavrão ao pegar a camisa, me encarando de rabo de olho.

— Quando quiser, só me avisa antes. — Respondeu. Concordei com a cabeça, então vendo Reeves surgir nas escadas que levavam a um pátio que era caminho para outros ginásios, me encarando e parecendo muito irritado enquanto vinha até mim.

— Foi você, não foi? — Falou. Levantei as sobrancelhas, confusa.

— O quê? — Ele bufou, parando em minha frente.

— Eu vou te mandar a conta, desgraçada.

Franzi o cenho.

— Do que você está falando, Reeves?

Ele riu, bufando.

— Claro que você ia se fazer de desentendida. — Bom, eu não sabia mesmo. — Meu iate afundou essa manhã, sua filha da puta, meu pai acabou de me ligar.

Parei, então voltando meus olhos para Jason. Ele caminhava tranquilamente para fora dali, a camisa molhada em uma mão e o celular em outra.

A filha da puta ali não era eu.

Encarei Reeves, o mesmo que me encarava superior, comigo revirando os olhos.

Foi quando ele me empurrou com força para dentro da piscina.

Quando emergi, ele apontava o dedo para mim.

— Não espere que eu pegue leve, Denwick, você mexeu com a pessoa errada.

Ele se virou e saiu, comigo batendo com força na água, sentindo meus dedos doerem.

— NÃO FOI EU! — Gritei, ouvindo ele rir.

— Conta outra. — Desdenhou, com meu queixo caindo.

Minhas mãos caíram, comigo bufando, então deixando meu corpo cair dentro d'água.

Eu ia fazer Jason engolir aquela maldita conta. E, se possível, toda aquela água da piscina também.

Eu encarava os azulejos azuis com desenhos de golfinhos brancos, piscando embaixo d'água. Eu não tinha dinheiro nem para pagar minha carteira de motorista, inferno, como ia pagar um iate?

Saí da piscina, tomando um banho no vestiário e recolocando minha roupa, vendo os pingos de água na blusa rosa que eu tinha colocado para vir para o colégio. Arrumei minhas duas bolsas em meus ombros depois de conferir meus cadernos em meu armário, seguindo para fora do colégio, analisando os horários de ônibus. O próximo era só dali a quinze minutos, eu podia caminhar um pouco.

Parei na praia mais próxima, encarando o mar. Eu precisava treinar a profundidade, e eu não tinha mais a ajuda de Emma para isso.

Era ela quem cronometrava meu tempo quando eu mergulhava fundo, e agora era só eu e eu.

Era perigoso treinar em alto mar sozinha, mas sabia que meu pai não tinha tanto tempo livre assim para cronometrar para mim ou ficar de apoio caso eu não conseguisse subir, só que qual escolha eu tinha? Eu precisava treinar a profundidade, ajudava a conseguir mais tempo sem respirar e eu consequentemente podia aumentar meu treino com a equipe para a competição da semana que vem.

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