Arrumei o short em minha bunda, incomodada porque estava mostrando mais do que eu queria, tentando entender porque ele parecia menor do que a última vez que eu tinha usado ele — dois dias antes.
Sério, qual era o problema daquele maldito short? Eu não crescia mais, crescia? Eu já tinha passado da idade, né?
Soltei um suspiro e bati na porta do quarto de meu pai, abrindo-a e me surpreendendo com o que eu via.
Ele ainda estava dormindo, e tinha um travesseiro em cima do rosto, cobertas por cima do travesseiro e roncava como um maldito trator.
Digo, roncava a ponto de Wat, que dormia do outro lado da casa — na sala —, miar em reclamação.
Franzi o cenho, confusa.
— Pai? — Perguntei. Ele nem se moveu. Exceto pela boca aberta e peito subindo e descendo, é claro.
Ok, devo voltar um pouco.
Ontem, eu havia chegado tarde em casa — basicamente oito da noite —, e meu pai não estava mais em casa. Como ele não havia conseguido me ligar por falta de sinal na praia que eu estava com Jason, ele tinha deixado um papel com a seguinte frase: "Saí com uns amigos, não sei que horas volto. Tem comida na geladeira".
E embaixo, bem pequenininho, estava escrito "boate". Era óbvio que ele havia saído com alguns amigos para alguma festa, e ainda mais pelo horário que ele havia chegado — quatro da manhã. Ele chegara cambaleando, e eu ouvira a porta dele se fechar em uma batida um pouco mais alta que o normal.
Eu tinha acordado quando ele tinha aberto a porta da casa, por isso sabia que horas ele havia chegado, mas ainda assim...
Ele ainda estava de tênis, inclusive. E parecia um lixo.
Lá se ia nosso dia na praia.
Fiz um bico com a boca, então indo até ele e tirando o travesseiro de cima de sua cabeça. Ele suava feito um porco, portanto liguei seu ventilador, então cutucando seu ombro coberto por uma manga fina, que ia até seu bíceps. Ele usava uma camisa preta de motoqueiro. Calção jeans escuro, também, e os tênis.
Certeza que tinha alguma mulher que estava tentando entrar na lista de possíveis madrastas minhas.
Tirei seus tênis com força, caindo no chão porque não queriam sair, então bufando e arrancando o outro de seu pé, me levantando. Cutuquei seu braço novamente, mas agora na área descoberta.
Ele resmungou alguma coisa, mas foi só. Empurrei seu ombro.
— Pai... — cantarolei. — Pai. — Cutuquei ele. — Pai! — Nessa tentativa eu soara mandona.
Ele não movia um músculo. Eu só sabia que ele estava vivo por conta dos roncos, respiração e baba escorrendo.
Ele tinha um pouco de cheiro de bebida, cigarro e algo que parecia próximo de... canela. Perfume feminino. É, ele tinha saído com alguém.
Bufei.
— Pai! — Empurrei seu ombro, com ele finalmente abrindo os olhos.
Seu cenho franziu, com ele fazendo uma expressão de dor, então me encarando com os olhos semicerrados, escondendo eles na altura das sobrancelhas, com a mão.
— O que foi? — Sua voz estava rouca, e ele parecia um lixo. Ok, ele fedia como um também.
Minhas sobrancelhas subiram, sentindo o bafo de longe.
— E a praia?
Ele fez uma careta de dor, negando com a cabeça lentamente.
— Fale mais baixo. — Ele estava de ressaca. Aquilo me fez sorrir. — Não vou conseguir ir. Acho que se eu tiver algum contato com o sol hoje, eu entro em combustão, tipo aquele cara de crepúsculo.
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