20. Qual a lógica?!

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Quando cheguei em casa naquela tarde, meu pai cortava a grama. Ele literalmente cortava a grama, com Wat sentada em um dos degraus da escada de entrada, entretida enquanto via o fio da eletricidade. Quase enfartei vendo aquilo, inclusive, vai que ela tomava um choque caso tentasse brincar com o fio?

Meu pai sorriu ao me ver caminhando pela rua, atravessando a mesma.

— Olá, meu amor. — Falou.

Sorri para ele, cumprimentando-o com um beijo no rosto antes de encarar a grama.

— E aí, o que acha? — Perguntou.

— Pai, você sempre fez isso, uma semana sim, uma não. — Falei, rindo, apontando para a grama e respirando fundo o cheiro de jardim.

Ele concordou, dando de ombros.

— Eu sei. Um dia você devia fazer, sabe como é, dividir o trabalho.

Franzi o cenho.

— Eu não sei sobre o que você está falando, sério, o que significa "dividir o trabalho"?

Ele estreitou os olhos para mim.

— Aham. — Falou, desconfiado. — Você não sabe. Claro. — Ele então sorriu. — Conheço a filha que tenho. — Ele abriu um pouco mais o sorriso. — O que acha de sairmos juntos para jantar? Tem um restaurante novo que abriu próximo de Miami Beach, tem inclusive uma pista de dança das oito às onze, o que você acha?

Estreitei os olhos para meu pai.

— Que eu vou me arrumar.

— Escolha uma roupa bonita. — Cantarolou, voltando a cortar a grama.

Meus olhos estavam finos como lâminas ao entrar em casa, com Wat passando entre minhas pernas, me acompanhando na entrada em casa. Fui até meu quarto após isso, para deixar minha bolsa, então vendo a caixa pequena em cima de minha cama.

Claro que sim.

Era do tamanho de um porta-retratos de quatro fotos, daqueles decorativos de parede, e era fina. Era azul e tinha um laço prata amarrando-a.

Meu pai tinha comprado um macaquinho para mim — uma daquelas roupas que é short e blusa juntos, aberta na frente com botões, meio solta, dependendo o estilo, meio apertada caso seja de um estilo diferente.

Eu sabia disso só de olhar para a caixa de presente.

Abri a caixa com facilidade, vendo Wat entrar em meu quarto, subir em minha cadeira da escrivaninha e deitar-se ali, ronronando enquanto eu tirava o macaquinho jeans da caixa, sorrindo. Era lindo, era mais solto, como eu preferia, e tinha diversos botões. Tinha alguns bolsos aqui e ali, inclusive nos peitos, e combinava com a minha rasteirinha e meu par de brincos favoritos.

Fui até a porta de casa, abrindo-a e gritando por cima do som da cortadora de grama.

— OBRIGADA! — Gritei.

— TAMBÉM TE AMO! — Meu pai falou, alto, cortando o som e me encarando.

Sorri para ele.

— Te amo.

Ele sorriu de volta, piscando e ligando de novo a cortadora, voltando a trabalhar.

Fui para o banho após isso, lavando meu cabelo, tomando um banho relaxante, escovando os dentes, passando rímel e um batom bege depois de colocar o macaquinho, então indo pulando para meu quarto, por estar descalça, colocando minhas sandálias antes de procurar pelos brincos, então pegando uma pulseira fina, também de prata, como os brincos, e colocando-a.

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