7. Apenas vá

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Franzi o cenho.

— Sabe de uma coisa, pai? — Parei na porta, com minha bolsa já no ombro. — Eu lembrei que preciso resolver uma coisa, volto mais tarde, ok?

Eu terminava de abrir a porta quando ouvi ele pigarrear.

— Lauren, já são quase nove da noite. — Foi o que ele falou.

— Eu estava na rua até agora. — Rebati, abrindo um sorriso amarelo para ele, com ele negando.

— Não mesmo, você tem que levantar cedo pra treinar.

Choraminguei.

— Por favor. — Pisquei, tentando convencê-lo.

Ele negou.

— Não. Já pra cama.

Bufei, fechando a porta.

— Era só meia hora. — Pausei. — E teoricamente eu nem vou pra cama agora de todos os jeitos. — Acrescentei.

Ele revirou os olhos para mim.

— Conheço esse "meia hora". Da última vez foram quatro horas.

— Em minha defesa, eu tentei ligar pra você. — Apontei, jogando minha bolsa no sofá.

— Em minha defesa — rebateu —, eu estava trabalhando.

Bufei, me jogando com força no sofá, empurrando a bolsa para o chão e ficando de bunda para cima.

Por que mesmo eu não tinha o número de Jason?

É, eu odiava ele.

Mas era útil ter o número dele. Às vezes. Bem, era a primeira vez na minha vida que eu precisava do número dele, mas... sempre tinha uma primeira vez.

Acho.

Eu continuava parada no mesmo lugar quando senti alguém se encostar no sofá, então levantando uma sobrancelha e virando meu rosto de leve, vendo meu pai me encarar.

— Você está namorando, querida? Porque se estiver, pode me contar, sério.

Fiz uma careta de nojo.

— Não. — Respondi.

Ele levantou as sobrancelhas para mim.

— Pai — falei cautelosamente —, nós dois sabemos que eu não posso namorar quando quero treinar todos os dias vinte e quatro horas por dia.

— Então por que não está treinando agora? — Bufei para essa, escondendo meu rosto no sofá.

— Eu também mereço me divertir. — O som saiu abafado, mas saiu, comigo levantando o rosto, então. — E por que a pergunta?

— Você está bastante fora de casa nos últimos dias, e você não está mais andando com Emma, então imaginei que...

Neguei com a cabeça.

— Eu ainda tenho outros amigos.

— É? — Perguntou. — Então por que eles nunca vêm aqui e eu nunca ouvi falar deles? — Ele cruzou os braços, me encarando.

— Porque são da equipe de natação. — Apontei para ele, levantando as sobrancelhas e fazendo uma careta enquanto falava. — E eles são riquinhos, não iam querer vir aqui.

Meu pai sorriu.

— Ren, se não te aceitam como você é, eles não são seus amigos.

Fiz um bico com a boca, concordando.

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