22. Exceção (parte dois)

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Respirei fundo o ar da cidade assim que saltei do carro, batendo a porta do mesmo e encarando Re, que tinha as sobrancelhas levantadas para mim.

— Sério, Lauren?

Isso fez com que eu abrisse um sorriso.

— Qual é, foi uma hora dentro do carro, eu não aguentava mais.

— Sem paciência. — Jason cantarolou do outro lado do carro enquanto olhava em volta, me fazendo revirar os olhos para ele, encarando Re novamente.

Ela então voltou os olhos para Ty, confusa com onde estávamos.

Ty tinha entrado em uma cidade a pouco mais de uma hora de Miami, e então fora até um restaurante de um clube, ainda no continente e não nas ilhas, mas com uma vista deslumbrante para o mar — inclusive, parte do restaurante ficava acima da linha da praia, pegando parte da areia e permitindo que sentíssemos o calor do pôr do sol e tivéssemos a vista do pôr do sol na água.

— Afinal, Parker, onde estamos? — Re perguntou, mandona.

Isso fez eu abrir um sorriso.

Ele deu de ombros, indiferente, do outro lado do carro, antes de levantar a mão para ela, chamando-a.

— West Palm Beach. — Explicou, mantendo a mão aberta para ela ir até ele.

— Palm Beach? — Falei, surpresa. — Achava que tínhamos parado antes, Delray, talvez.

Jason bufou para mim, com Ty negando com a cabeça para nós dois ao falar baixo com Re.

— Por favor, Lauren, eu tenho o mínimo de respeito à minha imagem. — Foi o que Jason falou.

Revirei os olhos para ele.

— Delrey é ótima, Jason, você que não dá uma chance, a propósito.

— Eu pensei em Riviera, sendo sincero — foi sua resposta —, mas Ty discordou da minha escolha, e como foi ele quem armou tudo isso, eu cedi.

Levantei as sobrancelhas para ele ao dar a volta no carro.

Você cedeu? — Provoquei, sussurrando em sua direção ao passar por ele.

Ele abriu um sorriso falso.

— Engraçadinha. — Ele apontou para o casal, que conversava com uma mão dele na cintura dela e a outra brincando com os dedos dela. — Você vai adorar o que vai ver hoje, é sério.

Encarei-o, séria.

— Sério, só me prometa que você não vai jogar ela na água.

Ele levantou a mão direita.

— Promessa de escoteiro.

Isso me fez rir.

— Essa promessa não vale para nada, considerando que você não foi um, nunca, na sua vida inteira.

Ele abriu um sorriso maldoso.

— Eu não vou jogar ela na água, não sei o Ty. — Franzi o cenho, com ele bufando para mim. — Lauren, pode, por favor, por um segundo, imaginar que eu estou fazendo uma armação para o bem?

Levantei as sobrancelhas.

— Seria a primeira.

Ele sorriu.

— Não é? Viu, eu sou uma boa pessoa, agora fique quietinha porque a Riven não pode desconfiar de nada.

Como uma suposta boa ação tornava ele uma boa pessoa? Não que ele não fosse uma boa pessoa e tudo mais, mas seu histórico de armações sempre havia sido para o mal.

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