31. Intocável (parte dois)

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Re quase cochilava nos braços de Ty, mas ele me encarava, atento.

— O que foi? — Perguntei para ele, curiosa.

Ele deu de ombros.

— É engraçado ver vocês dois conversando, vocês passaram do estágio de não se suportarem no mesmo ambiente, pra estarem prestes a se abraçar apoiando um ao outro.

— E isso é ruim? — Perguntei, confusa.

— Nem um pouco. É bom pra caramba. — Ele sorria, encarando o mar.

Franzi o cenho.

— E...? — Deixei no ar, já que eu sentia que ele queria acrescentar mais alguma coisa.

— Nada. É só isso mesmo. — Franzi o cenho ainda mais, concordando e encarando o mar na mesma direção que ele encarava.

As ondas estavam aumentando cada vez mais. Aquilo me dava um frio na barriga tremendo. Eu não sabia quanto de altura elas tinham — qual é, eu não sabia nem como se media uma onda —, não sabia como funcionava, eu não entendia muito de basicamente nada ali, mas ao mesmo tempo... era incrível.

Jason voltou alguns minutos depois, quase meia hora, tranquilo, com Stuart já tendo voltado. Ele segurava uma camisa nova, e dessa vez era rosa. As camisas tinham algumas logos, mas a maior delas era a da Billabong.

Jason me entregou a camisa ao ver minha curiosidade, comigo abrindo a mesma, analisando-a. Ela era quase duas de mim, na realidade, mas era bonita e confortável.

E pouco mais de uma hora depois, Jason entrava na água com a camisa.

Ele nadava com agilidade, como sempre. A velocidade dele era surpreendente, mas os outros dois caras também tinham a mesma velocidade. Todos eles eram bem preparados.

Stuart colocou uma garrafa de água na frente de minha visão, comigo pegando-a. Ele sorriu, satisfeito, enquanto eu via Jason sentar na prancha, colocando as mãos na altura da água, analisando a maré.

Uma onda começou a se formar, mas ele não moveu um músculo para pegá-la, ao contrário dos outros dois caras. Os dois começaram a remar, com Jason mantendo os olhos no horizonte.

Franzi o cenho para aquilo.

— O que ele está fazendo? — Perguntei mais para mim do que para as pessoas ao meu lado, mas Stuart deu de ombros como resposta.

Claro que ele não ia ficar quieto.

— Não faço ideia. É o Jason. — Sorri ao ouvir sua resposta, mas meu estômago se revirava. O que ele...

Jason se virou e começou a remar. Uma onda enorme surgia atrás dele. Os outros dois estavam mais preocupados em não derrubarem um ao outro dentro da onda que tinham pegado juntos, e Jason tinha uma onda sozinho.

A onda da frente quebrou em cima do surfista de verde, e apenas o de preto ficou de pé nela, com dificuldade em se manter assim por conta da prancha do de verde, que girara no ar por alguns instantes antes de passar por dentro da onda.

Jason pegou a onda sozinho, e saiu com a melhor pontuação, mais uma vez, dos três.

Ele sempre fazia manobras limpas, boas saídas, ele não caía dentro dos tubos, era tudo feito com muita qualidade e perfeição. A definição mais próxima seria intocável.

Ele realmente era um dos melhores dali.

Jason pegou mais duas ondas, e todas as três ondas que ele tinha pegado lhe deram notas acima de 9,0. Ele tinha a melhor média dos outros dois, e estava, ainda, em segundo, por conta do outro competidor da outra bateria. Mesmo assim, ele estava na frente do competidor que tinha ficado com a posição dele durante a manhã.

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