3. Babaca

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Analisei o quarto, parada em frente à cama.

Ele era maior que a minha sala de casa, cara — e eu já achava ela grande comparada ao meu quarto.

Quanto que devia custar aquela lâmpada? Fiz uma careta para essa. A cama era de casal, tinha cobertas marrons que pareciam de seda — e que, infelizmente, não só pareciam como eram.

As paredes eram bege, e uma delas era riscada e com alguns detalhes mais levantados, sendo que o teto tinha os mesmos detalhes, mas em um bege mais escuro. O chão era de madeira — uma que parecia bem cara, a propósito.

Neguei com a cabeça, vendo uma poltrona próxima à cama, e com vista para a janela, deixando meu celular ali e tirando a chave de casa do bolso do short, destrancando-a da pensa para cinto, colocando a chave ao lado do celular.

Tinha até mesmo uma maldita varanda naquele quarto, que inferno.

Fui até o banheiro do quarto, vendo meu reflexo no espelho da pia. Eu estava normal, como sempre, e natural, também. Meu cabelo loiro caía, molhado, pelos meus ombros, até quase meus cotovelos.

Apenas tirei minha roupa, espremendo-a no box do chuveiro — que tinha três entradas, uma em cada parede e uma no teto. Que lindo, nem parecia incrível.

O banheiro todo era em mármore marrom e bege, e era lindo, muito lindo.

Deixei minha roupa em cima do vaso, tirando meu biquíni e torcendo-o também, colocando-o em cima da roupa e entrando embaixo do chuveiro, ligando-o.

Caramba, era bom.

Deixei a água cair, ficando ali por um bom tempo.

Eu estava com inveja de Jason. Isso me dava ainda mais raiva dele. Nem Reeves tinha tanto dinheiro, mas Jason... neguei com a cabeça, desligando o chuveiro e espremendo meu cabelo, notando que não tinha pegado uma toalha.

Tirei os pingos de água mais grossos do corpo antes de ir até o balcão da pia, abrindo o mesmo e encontrando as toalhas, pegando uma. Ela era tão macia quanto o dinheiro podia pagar — e ele pagava caro, com certeza.

Se não pelo romance ou pessoa, pelo menos pelo dinheiro. Inferno, Emma, por que trocar o namorado pelo melhor amigo dele? Pelo menos terminasse o namoro antes.

Me sequei, então me enrolando na toalha e espremendo o cabelo no box, penteando-o com os dedos.

Logo eu já caminhava pelo quarto, deixando minhas roupas encostadas nas duas poltronas ali, para secar. Eu duvidava que Jason sequer notaria que elas estariam úmidas na manhã seguinte.

Deixei a toalha dobrada na poltrona mais próxima, então entrando embaixo das cobertas.

É, eram de seda mesmo.

Revirei os olhos para isso, subindo-as até meu pescoço e me enrolando nas mesmas, ficando no canto da cama.

Não era como se eu não estivesse cobrando um favor para a pessoa que eu menos suportava no mundo.

Foi quando começou a esquentar um pouco demais.

Suspirei, empurrando as cobertas para o lado e abrindo uma fresta na janela, deixando a brisa noturna entrar antes de me enfiar novamente embaixo das cobertas. Só quando deitei que notei que tinha um ar-condicionado no quarto.

Claro que sim.

Dormi antes mesmo de sequer pensar em conferir o horário — e muito menos avisar ao meu pai que estava viva. Não que ele estivesse muito preocupado, aparentemente.

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