Capítulo 46

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-Natasha, será que pode guardar esse celular? Concordamos que essa noite seria sem trabalho!-branda Sara.

    Reviro os olhos, obedecendo o pedido da loira porque sabia que ela tinha razão. Sara descidiu fazer uma espécie de encontro com os amigos nessa noite, com o propósito de contar tudo à Diogo sobre a gravidez. E  para não estragar o dia da minha amiga, convenci Alfie a falar sobre as nossas desconfianças para o resto da equipe amanhã cedo.
    Pego mais uma taça de vinho, e levo até a boca.

-Amor! Você não pode beber!- fala Simon, arregalando os olhos em direção à Mariana.

-É suco de uva, idiota. - explica sem paciência. - Não vejo a hora dessa criança nascer, assim ele deixa de encher saco com as coisas que como!

-Simon só está preocupado, Mari. -tenta Sara.

-Ele fala como se eu fosse uma louca desnaturada!

-É preocupação de pai. -defende Daisy.

-Preocupação de pai ou não, é um saco!

-Já escolheram o nome? - indago.

-Ainda não... Simon estava pensando em Augusto... mas nós não sabiamos se você se encomodaria e...

-Está tudo bem. - intervenho. -Augusto me parece um ótimo nome.

     Ela sorri, e o silêncio permanece na roda. Sara se levanta, lançando um olha nervoso na minha direção, antes de puxar Diogo pelo braço em direção aos dormitórios.

-Onde eles vão? - questiona Oliver.

-Vocês já vão saber... preparem os ouvidos. - murmuro, bebendo mais um gole de vinho.

     Conforme o previsto, em menos de dez minutos Diogo retornou à sala gritando como louco, carregando  Sara no colo enquanto pulava com ela agarrada ao seu pecoço. Ninguém ali parecia entender nada, e Oliver parou a taça no meio do caminho até a boca ao ver a cena.
    Ele desceu Sara com cuidado no chão, beijando sua pança com cuidado e sorrindo de joelhos, abraçando sua cintura.

-Alguém pode explicar o que está acontecendo? -fala Jack.

-Estamos gravidos! - grita Diogo. -Quer dizer, Sara está grávida... vou ser pai galera!!

(...)

-Como será que ele é, amor? - questiona Diogo.

-Ele ainda nem tem rosto, idiota! - debocho.

-Ei! Não fala assim do meu garotão!

-Pode ser uma menina. - acrescenta Sara. - Como sabe que é menino?

-Tem razão, pode ser menina.

-E se for, tomara  que ela puxe a mãe, tadinha, com um pai desses. - debocha Alfie.

-Isso pra mim é inveja, caipira.

-Já estou imaginando. Diogo tendo de lidar com uma menina. - debocho.

-Eu vou ser um ótimo pai! E ela só vai namorar quando tiver 40 anos! Por isso, Simon, mantenha seu filho longe da minha princesa!

-Coitada da garota. - ri Mariana.

-Pessoal!- diz Daisy, se pondo de pé. -Também tenho uma novidade!

-Vai me dizer que está grávida? - brinca Sara.

-Não... queria anunciar que Alfie e eu, estamos juntos. - murmura, dando um selinho rapido em Alfie, que se colocou ao seu lado assim que ela começou a falar.

     Levo a taça de vinho até a boca, disfaçado minha surpresa assim que todos começaram a levantar, parabenizando o novo casal. Não seria falsa ao ponto de fazer o mesmo, por isso permaneci sentada, apenas lançando um sorriso na direção do casal e erguendo a taça num brinde imaginário.
     Levanto da cadeira, colocando a taça sobre a mesa com cuidado, e evitando fazer algum barulho que trouxesse atenção até mim, aproveito a distração de todos e saio rumo aos dormitórios.
     Coloco a mão no coração, sobre a camisa negra que vestia e aperto a região. Não sei como, e nem o porquê, mas era como se ele estivesse tão apertado que o ar chegava com dificuldade até os meu pulmões. Apoio minha cabeça nas mãos, assim que sentei na cama de Diana e fechei os olhos, buscando saber porque me sentia daquele jeito, e acalmar meu coração.
    Abro os olhos rapidamente, assustada ao sentir gotas geladas piscarem sobre a minha mão. Passo as costas da minha mão pelos olhos, buscando confirmar se aquilo realmente era uma lágrima. Porque sinceramente, não lembro a última vez que chorei e... aquilo eram lágrimas!
    Escondo meu rosto entre as mãos, aproveitando que estava sozinha para deixar que as águas despencassem pelos meus olhos, não havia nada e ninguém que me impedisse de fazer isso naquele momento. O aperto no meu coração se intensificou, e as lágrimas dobraram quando me irritei por estar me sentindo daquele jeito. Essa não sou eu! Não sou de chorar por qualquer coisa e... ainda mais por um garoto!

Agente Morgan 4Onde histórias criam vida. Descubra agora