Agente Morgan 4

Capítulo 32

-Sabe onde exatamente está o HD? - questiono. -O que acha de procurarmos por aí?

-Sabe o que acho? - indaga. - Que você fica mais linda séria.

Reviro os olhos, e balanço a cabeça sem olhar para ele.

-Você não diria isso se pudesse ler os meu pensamentos agora.

-Ah, é mesmo?

-Acho que vamos precisar de limites.

-Limites? Por que? Adoro te cantar contra a sua vontade.

-Oliver! Estamos dentro de um trem procurando a porcaria do HD! Um pouco de concentração ajudaria!

-Ta... tudo bem. O que planeja? -questiona, adquirindo uma postura séria. - Sair por ai procurando o guardião?

Oliver já havia me explicado que cada HD era guardado por um agente da Maré especialista em espionagem e camuflagem, apelidado de guardião. Este, em especial, estava em todos os lugar e, em nenhum ao mesmo tempo.
Todos os dias, o guardião pegava este mesmo trem e percorria toda a trajetória da locomotiva até que finalmente retornasse para casa no final da tarde. Pensar em fazer a mesma coisa, durante vários anos chega a enlouquecer qualquer um!

-Não, afinal já sabemos quem ele é. Temos que manter essa vantagem.

-Ele está à três bancos atrás de você. - calcula.

-Podemos esperar ele sair do trem. Assim a possibilidade de ferir algum civil é menor.

-E tentar pega-lo num ambiente ainda maior? Natasha, ele é um espião! Perderiamos ele assim que descesse!

-Tem uma idéia melhor?

-Podemos esperar ele ir até a cabine, um local bem mais pequeno e impossível de se esconder!

-Seria um bom plano, se arrombar a porta não fizesse barulho o suficiente para alertar o trem inteiro!

-E quem disse que vamos arrombar? - murmura misterioso. -Vou me disfarçar de camareiro, e você vai entrar pela janela.

Franzo a testa.

-Você percebeu que estamos num trem, não é?

-Qual é, está com medinho de andar em cima de um trem? -provoca.

-Não, mas... por que não posso ser a camareira?!

-Por que se o meu plano falhar, você será o plano B. -Fala cruzando os braços. - E até lá... podemos conversar, o que acha?

Reviro os olhos, sabendo que o exato motivo dele não querer correr riscos desnecessários era por causa da sua doença.

-Sobre o que?

-Aquele seu namoradinho...

-Quem? O Alfie?

-Ah! Então é ele!

-O que tem ele, Oliver? -indago sem paciência.

-Nada... só que, vocês ainda estão juntos?

-Isso não é da sua conta.

-É, acho que isso é um não.

-Acho que em vez de conversar, você deve ficar de olho no nosso alvo!

-Nosso alvo esta na minha mira constante. Pode ficar tranquila, porque consigo fazer as duas coisas ao mesmo tempo.

-Tem certeza?

-Por que diz isso? -indaga confuso.

-Porque ele já olhou duas vezes na nossa direção.

-E como sabe disso?