Capítulo 5

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Bufo pelas narinas, incomodada pelas algemas que prendiam minhas mãos enquanto caminhava pelo corredor barulhento, rumo a minha cela. Os guardas que faziam minha escolta até lá, pareciam acostumados com a gritaria e atenção que as prisioneiras faziam para a chegada de uma nova detenta. Sinceramente? Todo esse escândalo não me assusta, mas o fato de estar cercada por provaveis assassinas me deixa tensa em fechar os olhos essa noite e bom... acho que por esse lado, assusta sim.
O guarda a minha esquerda aperta mais o meu braço, me impedindo de prosseguir o caminho, sinalisando que aquela era a minha cela. Troco olhares com ele, fingindo uma ameaça silenciosa e permaneço parada, deixando-o me soltar e analisando dos pés á cabeça a minha colega de cela.
Aparentemente era uma menina mais jovem do que eu, talvez na faixa de seus dezenove anos... mas apesar da cara de anjo, Jack me alertou que encontraria" lobos em pele de cordeiro" nessa prisão.
No caminho, recebi uma pasta com poucas informações sobre o que deveria fazer. Primeiramente, preciso sair dessa prisão e ser selecionada. E para isso, uma boa briga no pátio bastaria para chamar a atenção do contato da maré vermelha. E depois? Bom... ai sim começaria a missão, encontrar o HD, saber o nome do lider e recolher o máximo de informações que puder sobre os agentes já em ativa. Se tudo correr bem, a minha lista de afazeres não irá aumentar antes que o caso termine.
Também recebi mais detalhes sobre o meu disfarce. Meu nome ainda é Natalia Walker, em contrapartida, muitos me conhecem pelo nome de Black Rose. Obviamente esse nome não foi simplesmente criado pela OSCU, ele pertence à uma ex integrante da máfia inglesa, cujo o rosto ninguém jamais viu. Muitos dizem que Black Rose desapareceu após roubar bilhões de euros da Máfia, mas a verdade é que ela foi presa pelo meu pai a pouco mais de um ano. Disfarce, e reputação perfeita.
Sento na cama de baixo, massageado meu pulso e encarando as grades para evitar o olhar da garota.

-Oi? - inicia ela.

Reviro os olhos.

-Meu nome é Daisy...

Permaneço em silêncio, fingindo não ter ouvido. Só quero que a hora de tomar sol chegue, para que finalmente possa criar confusão e sair logo dessa droga de lugar.

-Você veio de onde? - indaga ela. - Qual é?! Não quero confusão! Só odeio não poder falar com ninguém!

-O que você fez para estar aqui? - questiono, ainda com os olhos fixos na grade.

-Sou uma Hacker... acho que o governo não gostou muito de ter sua privacidade invadida.

Volto minha atenção para ela, estendendo a mão com o objetivo de cumprimenta-la. Apesar da exitação, ela aceita o gesto e sorri, tentando parecer amigável.

-E você? O que fez? - indaga.

Sorrio debochada.

-Acha mesmo que vai me fazer falar?

-Acabei de falar sobre mim. Pensei que faria o mesmo.

Reviro os olhos.

-Você não me engana com essa cara de anjinho, tem o que? Dezenove anos?

-Na verdade, vinte e três.

-Isso não vêm ao caso. Você é só mais uma mentirosa, uma Hacker? Me faça rir!

Seu rosto fica vermelho, e sorrio de lado ao saber que as minhas hipóteses estavam corretas.

-Como descobriu? - questiona curiosa, como se procurasse saber onde deveria melhorar.

-Hackers tem calos nos dedos, e você não. Percebi isso quando apertei a sua mão.

-Observadora...

-O que me faz concluir, que talvez você seja uma golpista. Estou certa?

-Chegou perto...

-É, estou certa.

Agente Morgan 4Onde histórias criam vida. Descubra agora