Capítulo 52

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-Então...Natasha, de todas as pessoas, acho que fui quem sentiu mais a sua falta. - murmura o japonês, enquanto sorria sadicamente. -Depois de você, nenhum outro prisioneiro aguentou uma sessão inteira de torturas... chega até ser intediante vê-los gritar e implorar por piedade.

Ele enfia mais uma das enormes agulhas por debaixo das minhas unhas, e eu endureço minha expressão para não transparecer a dor.

-Agora me diga, o que você fez para irritar tanto o chefão?

Mayak balaça a agulha do meu dedo indicador com o seu dedo, usando da dor para me forçar à falar.

-Nada que te interesse, japonês maldito!!

Ele soca uma das minhas mãos, irritado pelo apelido, e desta vez não evito o grunhido de dor que escapou entre os lábios.

-Já disse que sou coreano!! -Mayak se acalma, voltando a falar com uma voz serena. - Natasha, você é de ferro, mas eu sou feito de brasa. Uma hora vai seder.

-Por que pergunta tanto algo que já sabe? Quer saber? Atirei na testa do pai dele. Acho que se tivesse mais tempo, teria fuzilado aquele velho maldito!

Ele ri debochado.

-Querida nós dois sabemos que você não teria coragem de matar nem uma mosca!

-Bom... - sorrio de lado.- Pelas minhas costas... Já matei 50.234 pessoas e... -Pauso pensativa. - Com você, serão 50.235...

-Isso sim é novidade! Natasha Morgan, a defensora dos pobres e oprimidos prisioneiros, matando pessoas. -debocha.

-De certo modo, acho que apenas Dylan foi por desejo próprio.

-Alex vai ficar feliz em saber disso.

-Me diga Japonês, por que trabalha para esse homem?

-O mercado de trabalho anda meio ruim.-debocha, escondendo o incômodo do apelido.

-Deve ser mesmo, porque arricar a vida por um homem louco é tolice.

-Louco?

-Claro! Um cara que descide criar um império simplesmente para se vingar de uma garota? Isso pra mim é loucura!

-Império? Mas... espera! Já entendi o seu jogo, quer me virar contra Alex, não é vadiazinha?

Dou de ombros.

-Não custa tentar.

-Pois saiba, que Alex não está atrás de você simplesmente pela vingança.

Franzo a testa, sorrindo debochada para instiga-lo a falar.

-Não acredita? - ele volta a passear a faca pelo meu pescoço. - Você tem algo dentro de você precioso, sabia?

Sua faca traça um pequeno corte na minha bochecha, e um filete de sangue escorre quente pela fenda aberta.

-Esse seu sangue...- passa o indicador na minha bochecha, me mostrando o meu próprio sangue. - É bem precioso, sabia? Ele pode fazer bombas genéticas! E oferece um estudo de genética avançada jamais vista pelos cientistas!

-O que exatamente ele quer? - indago, sabendo onde aquilo chegaria.

-Não é óbvio? Estuda-la! Descobrir como obter mais desses seus... genes...

Franzo a testa.

-Ok, agora ele definitivamente é louco! Acredite, não é a primeira vez que ele ou qualquer outro louco tenta algo assim! Sem contar que...

Pauso abruptamente, olhando pelo reflexo da sua faca e identificando uma figura atrás de mim. A lâmina era tão brilhante, que através dela pude enchergar Alex enconstado atrás da minha cadeira. Como meus reflexos não o sentiram antes? Talvez fosse a dor das sessões de tortura, que amorteceram meus sentidos.
Alex sorri de lado, sabendo que fora descoberto, e depois de longos minutos encarando os meus olhos pela mesma lâmina, se aproxima para me deixar vê-lo melhor.

Agente Morgan 4Onde histórias criam vida. Descubra agora