Capítulo 15

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    Acomodo a mascara preta na monha cara pela décima vez. Pensando no que faria para sair dessa confusão sem ser pega.
    De inicio, imaginei que essa seria só mais uma missão de treinamento da Maré, mas a coisa de tornou tão complicada que escapou do meu controle.
     Assim que recebemos as instruções de Cho, fomos mandados como convidados em uma exposição num museu, onde estariam diferentes figuras importantes da sociedade. Havia uma lista de nomes a serem riscados e mortos. Até ai, por mais que não quisesse matar ninguém, a situação ainda estava sobre o meu controle. Mas agora, vendo meu próprio pai refém de toda essa confusão, e minha mãe, com uma arma apontada para o rosto, percebi o quanto estava enrolada.
     Passeio entre os reféns com a arma na mão, tratando de soar o mais ameaçadora possível. Daisy fazia a seleção daqueles que seriam executados, levando cada uma para salinha ao lado, onde se podia ouvir o som de tiros disparados por Harry. Enquanto Alfie estava no andar superior, procurando por mais pessoas e John vigiando pelas câmeras. Já Tom e eu, fomos encarregados de vigiar os reféns.
     Suspiro pesadamente por saber que meus pais não estavam naquela lista, mas ainda não podia ficar totalmente tranquila, já que minha mãe parecia querer partir para cima de Tom a qualquer momento.

-Já estamos terminando? - indago para Tom.

-Não, ainda falta muita gente.

       Olho para o imenso número de pessoas sentados no chão. Meu dever era proteger o país, mas fazendo isso posso estragar o meu disfarce, o que comprometeria a vida de uma quantidade ainda maior de pessoas. São nesses momentos que muitos levam em conta o "bem maior"?
     Franzo a testa, me sentindo incomodada e suja. Quem sou eu para escolher quem vive ou morre? Alfie disse que nós deveriamos tentar chegar ao fim disso sendo nós mesmos e...
      Meus pensamentos são interrompidos pela minha mãe, que partiu para cima de Tom com chutes e socos.  Seguro ela com os dois braços, impedindo que ela batesse mais ainda e piorasse a situação.

-Cadela! -grita Tom, pronto para mata-la.

-Espera!-intervenho.

-O que foi?!

    Me aproximo dele, sussurrando no seu ouvido.

-Não queremos espalhar o pânico! Se matar ela na frente de todas essas pessoas, as coisas só vão piorar! Eu cuido dessa idiota!

-Eu mesmo quero mata-la!

-Qual é, você sabe que conheço metodos mais dolorosos para uma morte!

-Então vou junto!

-E deixar os reféns sozinhos? Nem pensar!

-Eu cuido dela. Garanto que ela terá o que meresse!

      Ele balança a cabeça, concordando. Puxo Alexia com força, apontando a arma para suas costas enquanto desapareciamos pelos corredores do museu. Olho para as câmeras, sabendo que John estava vendo tudo. Lá se foi o meu disfarce.
    
-Acha mesmo que consegue me matar? - pergunta Debochada.

-Que coisa feia, sei que estou com uma mascara, mas pelo menos a minha voz você deveria reconhecer! - murmuro no mesmo tom.

     Ela vira de vagar, franzindo atesta, claramente confusa.
    Reviro os olhos, e tiro a máscara.

-Poxa, esperava mais! - brinco.

       Tremendo as mãos, e sem esperar por mais palavras me abraça apertando. Tardamos cerca de três minutos, no puro abraço demorado sem dizer uma única frase para voltarmos a realidade, relembrando que deveriamos fazer alguma coisa, antes que John mandasse o resto da equipe atrás de mim.
   
-Quando você voltou? -indaga entre lágrimas.

Agente Morgan 4Onde histórias criam vida. Descubra agora