Capítulo 1

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15 ANOS ATRÁS...

Juliana: Papaaai!

Eu gritei animada indo de encontro a ele, correndo descalça pela rua mal asfaltada, até que a sem graça da Rebecca pulou nos braços dele antes de mim, cruzei os braços e revirei os olhos.

Fernando: Calma meu amor, tem papai pra todo mundo -riu e beijou a bochecha da Becca, pondo ela no chão e me pegando no colo, o abracei- Cadê o irmão de vocês?
Juliana: Jogando bola com o Pedrinho na rua de baixo, a mamãe saiu deis de cedo e deixou a gente com a tia Suellen -indaguei brincando com os botões da camisa dele-
Rebecca: A gente tá brincando de Barbie papai, vem brincar com a gente -ela puxou ele pela mão-
Suellen: Da pra vocês entrar pra dentro?! Eu não tô com paciência não! -gritou-
Fernando: Boa tarde Suellen, pode deixar que das minhas filhas cuido eu

Papai sempre teve uma bronca com a Suellen, eu também não gostava dela, na verdade quem gostava dela era minha mãe, elas são melhores amigas. Tia Suellen passa o dia todo com um cigarro na mão e uma lata de cerveja, a casa dela cheirava catinga de cigarro, eca.

Suellen: Ainda bem, teu filho tá na outra rua e eu não vou pegar não

Ela disse fazendo um coque no cabelo e entrando pra aquele muquifo dela

Rebecca: Agora a gente vai brincar de Barbie né papai?
Fernando: Hum...Que tal a gente ir pra casa, tomar um banho, papai faz um almoço bem gostoso e depois a gente brincar de Barbie? -nos olhou sugestivo e a gente assentiu de imediato- Então bora!

Ele nos pegou no colo e a gente entrou em casa, que era na frente da casa da Suellen.

Rebecca: Ah não papai
Juliana: Credo -disse ao olhar no espelho, ele nos arrumou idênticas-
Fernando: Ficaram lindas! -sorriu- quem vai chamar o Ed pra gente almoçar?
Juliana: Eu!
Fernando: Não corre Ju! -gritou assim que eu saí correndo pelo portão de casa-

Minutos depois eu parei no meio do campo de futebol improvisado deles, fala sério, eles colocavam chinelos e diziam que era um gol

Juliana: Edgar, papai tá te chamando pra comer
Edgar: Agora não Ju, depois eu vou
Pedrinho: Sai do meio pirralha!
Juliana: Não me chama de pirralha, seu magrelo esquisito!
Pedrinho: Pirralha!

E eu simplesmente peguei a bola dele e joguei dentro do quintal da dona Maria, ela já rasgou as bolas dele 3 vezes.

Pedrinho: EU VOU TE MATAR MENINA!
Edgar: Não grita com ela, Pedro! -pegou minha mão- vou almoçar, depois eu volto

Edgar era o melhor irmão do mundo! Por mais errada que eu estivesse ele sempre me defendia, ele nunca perdia a paciência ou ficava irritado, mas eu adorava encher o saco dele.

Juliana: Ed, olha o Dogão!
Edgar: Juli...

Tarde demais, eu já estava agarrada com o Dogão, apelido que a vizinhança botou nele por ele ser malhado, ele é de todo mundo, não tem dono. Se minha mãe me vê com ele falta me matar, diz que ele vive na rua cheio de pulgas, sujo e blá blá blá.

Edgar: Você acabou de tomar banho, July! Vamos, depois você brinca com ele
Juliana: Tchau Dogão! -mandei beijo pro cachorro-

Eu andava pulando uma amarelinha imaginária, ou achava que pulava. Foi assim até chegarmos em casa e encontrar um coroa esquisito no sofá de casa, ao lado da minha mãe.

Warrior | L.SOnde histórias criam vida. Descubra agora