CAPÍTULO 112

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FERNANDO...

Chegamos em casa, ou melhor, a mansão da minha filha. Ao entrar tinha três carros, dois deles carros extremamente caros e chamativos, e um branco de passeio.

Em repleto silêncio nós entramos na casa, era enorme, bem decorada, eu me orgulharia se isso fosse pelo esforço dela, e não por dinheiro sujo.

Fernando: É uma bela casa -olhei em volta-
Rebecca: Sim, é.

Me aproximei da bancada e vi várias garrafas de whisky e ao lado uma caixa de cigarros.

Fernando: Isso é dela? -peguei a caixa-  ela fuma?!
Rebecca: Fuma. Muita coisa mudou desde que você "morreu"! -disse sem humor-

Me aproximei e sentei ao seu lado no sofá.

Fernando: Você está com raiva de mim, não é?
Rebecca: Decepcionada eu diria...poxa pai, você não pensou na gente em nenhum momento? -disse com a voz embargada-
Fernando: Claro que pensei meu amor, todos os dias! Mas eu não queria arriscar a vida de vocês, me entende?
Rebecca: Sinceramente pai? -me olhou- não, eu não entendo. Mas assim como você não sabe o que se passava com a gente, eu não sei o que se passou com você e não cabe a mim julgar. Me dói saber que tudo o que passamos foi em vão, que podia ter sido diferente, que eu sofri tanto por nada, que a minha irmã agora está num hospício por causa dessa história toda, me dói muito! Mas você é o pai e eu sei que está doendo mil vezes mais em você do que em mim, eu respeito isso, e independente dos seus motivos, do que aconteceu e todos esses 10 anos jogados fora...eu tô feliz de te ter por perto! -desabafou-

Uma das coisas que eu mais admirava na minha Becca era o jeito dela de sempre ver o lado bom das coisas, sua paciência, o modo como ela resolve tudo, sempre se colocando no lugar do outro.

Fernando: Eu te agradeço por tentar me compreender, e eu sei que nada do que eu diga vai mudar o rumo da história, mas eu quero recompensar o tempo perdido! Vamos tirar sua irmã daquele lugar e vamos voltar a ser uma família feliz, eu prometo!

Ela assentiu chorosa e eu a abracei, ela me envolveu em seus braços e eu só pensei em como era bom estar perto dela. Me senti observado e olhei meu filho, já um homem, nos olhando da porta da sala, o chamei e ele se aproximou nos abraçando também.

Edgar: Eu não quero me lembrar do passado pai, eu quero ignorar o que aconteceu. Eu só quero saber que você está aqui, vivo, bem e com a gente, só isso me importa! Eu quero tirar a minha irmã de lá e nos unir novamente, como era pra ter sido a muito tempo atrás!
Fernando: Obrigado filho, eu prometo que dessa vez vai ser diferente.

Warrior | L.SOnde histórias criam vida. Descubra agora