FERNANDO...
Chegamos em casa, ou melhor, a mansão da minha filha. Ao entrar tinha três carros, dois deles carros extremamente caros e chamativos, e um branco de passeio.
Em repleto silêncio nós entramos na casa, era enorme, bem decorada, eu me orgulharia se isso fosse pelo esforço dela, e não por dinheiro sujo.
Fernando: É uma bela casa -olhei em volta-
Rebecca: Sim, é.Me aproximei da bancada e vi várias garrafas de whisky e ao lado uma caixa de cigarros.
Fernando: Isso é dela? -peguei a caixa- ela fuma?!
Rebecca: Fuma. Muita coisa mudou desde que você "morreu"! -disse sem humor-Me aproximei e sentei ao seu lado no sofá.
Fernando: Você está com raiva de mim, não é?
Rebecca: Decepcionada eu diria...poxa pai, você não pensou na gente em nenhum momento? -disse com a voz embargada-
Fernando: Claro que pensei meu amor, todos os dias! Mas eu não queria arriscar a vida de vocês, me entende?
Rebecca: Sinceramente pai? -me olhou- não, eu não entendo. Mas assim como você não sabe o que se passava com a gente, eu não sei o que se passou com você e não cabe a mim julgar. Me dói saber que tudo o que passamos foi em vão, que podia ter sido diferente, que eu sofri tanto por nada, que a minha irmã agora está num hospício por causa dessa história toda, me dói muito! Mas você é o pai e eu sei que está doendo mil vezes mais em você do que em mim, eu respeito isso, e independente dos seus motivos, do que aconteceu e todos esses 10 anos jogados fora...eu tô feliz de te ter por perto! -desabafou-Uma das coisas que eu mais admirava na minha Becca era o jeito dela de sempre ver o lado bom das coisas, sua paciência, o modo como ela resolve tudo, sempre se colocando no lugar do outro.
Fernando: Eu te agradeço por tentar me compreender, e eu sei que nada do que eu diga vai mudar o rumo da história, mas eu quero recompensar o tempo perdido! Vamos tirar sua irmã daquele lugar e vamos voltar a ser uma família feliz, eu prometo!
Ela assentiu chorosa e eu a abracei, ela me envolveu em seus braços e eu só pensei em como era bom estar perto dela. Me senti observado e olhei meu filho, já um homem, nos olhando da porta da sala, o chamei e ele se aproximou nos abraçando também.
Edgar: Eu não quero me lembrar do passado pai, eu quero ignorar o que aconteceu. Eu só quero saber que você está aqui, vivo, bem e com a gente, só isso me importa! Eu quero tirar a minha irmã de lá e nos unir novamente, como era pra ter sido a muito tempo atrás!
Fernando: Obrigado filho, eu prometo que dessa vez vai ser diferente.
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Warrior | L.S
Ficção Geral"Nem sempre eu fui assim, fria, calculista, sem sentimentos, sem felicidade. Na verdade eu já fui uma menina feliz, amorosa, mas deixei de ser quando tiraram tudo que eu tinha: A minha família, a minha inocência. Dizem que o pouco faz muita gente fe...