CAPÍTULO 170

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LUAN...

Confesso que meu peito se apertou ao vê-la chorar, Alessandra nunca foi tão vulnerável quanto é em relação ao José, e isso me assusta.

Nada disso era pra estar acontecendo, os planos eram ela ter ele e quem criaria sou eu, mas ela se apegou a ele e eu não sei reagir a isso.

Natália: E aí gatão? -sorriu e me deu um selinho-  Oi gatinho! -brincou com meu filho- Que cara de velório é essa Luan?
Luan: Problemas!
Natália: Tipo?
Luan: Alessandra! -suspirei e ela arqueou uma sobrancelha- ela está se apagando muito ao Zé, eu não queria isso.
Natália: É fogo de palha -deu de ombros-
Luan: Eu preferia que fosse. Ela quase morreu pra salvar ele Natália, ela escolheu ele no parto!
Natália: Não vai me dizer que está querendo desistir, né?
Luan: Claro que não, só estou confuso, tenho medo do Zé sofrer a ausência dela.

Acariciei a bochechinha dele, que estava tranquilo em meus braços.

Natália: Um dia ele acostuma.
Luan: Eu espero!

Fomos tomar café e enquanto eu comia, Natália ficou com o meu pequeno, brincando com o mesmo toda boba, eu ria com a voz de criança que ela fazia ao falar com ele.

Meu riso cessou ao ver que Alessandra assistia a cena, com os olhos marejados. Ela saiu em direção ao jardim e eu fui atrás.

Alessandra: O que foi Luan?!

Ela perguntou com voz embargada e se virou pra mim.

Luan: Tá tudo bem?
Alessandra: Vai ficar! -limpou as lágrimas com a manga do casaco-
Luan: Não fica assim, eu só deixei ele com ela porque eu estava ocupado!
Alessandra: Você não me deve satisfações, eu só estou aqui pra amamentar o seu filho, não é? -disse rude-
Luan: Para com isso Alessandra!
Alessandra: Para com isso?! Como que você se sentiria vendo a desgraçada que você odeia com o seu filho nos braços?! COMO?!
Luan: Ela não vai fazer mal pro José, ela não é esse monstro!
Alessandra: Mas eu sou, né Luan? -fungou-

Quando ela ia ir embora eu a puxei de volta.

Luan: Eu não queria ter dito tudo aquilo. Eu só tenho medo de ele se apegar muito a você.
Alessandra: É o meu filho Luan! -disse com a voz trêmula- seja lá o que eu fiz, ele saiu de mim! Eu amo ele, e não é qualquer amor, é um amor diferente! É amor de mãe! Não existe conexão maior do que a minha e a do Zé porquê ele sabe que eu sou a mãe dele, e eu passei a reconhecer isso depois da besteira que fiz em tentar tirar ele! E mesmo que a gente tente impedir, somos mãe e filho! -ela já chorava- porra, a sensação mais incrível que eu consegui sentir desde que meu pai morreu foi ter o José comigo, não tira o meu bem mais precioso de mim! Por favor!

Eu suspirei negando e a puxei pra um abraço apertado, acariciei seus cabelos enquanto ela chorava em meu peito. Tudo estava muito confuso pra mim.

Luan: Não vamos pensar nisso agora, tá bom? -limpei suas lágrimas- tem um ser bem pequeno ali que precisa de você. Esquece tudo isso.
Alessandra: Nem que seja só até você ir embora, me deixa ficar perto dele?
Luan: É o seu filho também, não é?

Ela assentiu. Ficamos nos olhando até que o choro do nosso pequeno ecoou.

Luan: Só você pode acalmar! -sorri- vai lá!

Ela assentiu novamente e voltamos pra cozinha, Natália andava pra lá e pra cá tentando acalmar José, foi impressionante o jeito que ele se calou após ir para os braços da mãe. É...nem se eu quisesse poderia separar os dois.

Warrior | L.SOnde histórias criam vida. Descubra agora